Sergipe se mobiliza para evitar novo adiamento de produção em águas profundas no estado

Sergipe se mobiliza para evitar novo adiamento de produção em águas profundas no estado
4 de novembro de 2025

O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), enviou ofícios a Magda Chambriard (Petrobras), MME e Casa Civil temendo que o projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP) perca prioridade

RIO — O governo de Sergipe está se mobilizando para evitar que o Projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP) perca prioridade dentro do portfólio da Petrobras. A estatal está revisando seu plano de negócios para os próximos cinco anos, diante de um cenário de redução dos preços do barril de petróleo.

SEAP abrange sete campos declarados comerciais pela Petrobras em dezembro de 2021 — Agulhinha, Agulhinha Oeste, Budião, Budião Noroeste, Budião Sudeste, Cavala e Palombeta. É o único projeto operado pela Petrobras que prevê a construção de um gasoduto marítimo para elevar a oferta de gás natural ao mercado brasileiro, além do estado do Nordeste.

As reservas foram descobertas entre 2010 e 2013 e a contratação das plataformas vem sendo adiada há três anos. Com as dificuldades encontradas em licitações passadas, o projeto está previsto para 2030 em diante, além do horizonte do plano de investimentos vigente (2025-2029).

A preocupação levou o governador Fábio Mitidieri (PSD) a enviar quatro cartas oficiais, entre os dias 21 e 23 de outubro, à presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD/MG), ao ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT/BA) e ao diretor-geral da ANP, Artur Watt. A mobilização conta com apoio do Senador Laercio Oliveira (PP/SE).

O estado teme que, diante da recente licença ambiental concedida para perfuração de um poço na Foz do Amazonas e da revisão orçamentária prevista para o novo plano de negócios da petroleira, a estatal decida postergar ou suspender o investimento em Sergipe.

Os documentos apelam pela manutenção do cronograma e pela priorização do SEAP, considerado pelo governo estadual um projeto estratégico tanto para Sergipe quanto para a transição energética do país.

A expectativa do governo estadual é que o SEAP gere milhares de empregos diretos e indiretos, amplie a arrecadação de royalties e tributos, e consolide Sergipe como um novo pólo energético nacional.

Petrobras negocia com SBM Offshore

A SBM Offshore apresentou as melhores propostas para as duas plataformas do projeto SEAP (Sergipe Águas Profundas), mas a Petrobras ainda negocia os detalhes da contratação.

A oferta conjunta pode gerar ganhos de escala e redução de prazos e custos, segundo Sylvia Anjos, diretora de Exploração e Produção. Ela levantou até mesmo a possibilidade de antecipar o início da produção de petróleo para 2029 ou 2030.

O projeto prevê a produção de 240 mil barris/dia de petróleo com os dois FPSOs. E exportação de até 18 milhões de m³/dia de gás natural via gasoduto até a costa.

Um dia antes de o governo sergipano protocolar a carta à Petrobras, o Ibama havia liberado a licença para a perfuração do primeiro poço exploratório em águas profundas no bloco FZA-M-059, na Bacia da Foz do Amazonas, na costa do Amapá.

A companhia planeja perfurar de seis a sete poços na área, o que reforçou a percepção, entre autoridades de Sergipe, de que o foco da estatal pode se deslocar para novas fronte

Fonte: Eixos.com.
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