Preço em queda do petróleo cria ‘cenário desafiador’, alerta presidente da Petrobras

Preço em queda do petróleo cria ‘cenário desafiador’, alerta presidente da Petrobras
29 de outubro de 2025

Petrolífera está finalizando novo plano de negócios, que só será divulgado após a COP 30. Magda Chambriard cita Foz do Amazonas como estratégica para repor reservas: ‘Não há futuro para uma empresa de petróleo sem exploração’

Magda Chambriard, presidente da Petrobras, classificou o cenário atual do preço do petróleo como desafiador para a indústria. Ela participa da abertura da OTC Brasil, que ocorre no Centro do Rio de Janeiro. O alerta ocorre em meio à fase final de elaboração do novo plano de negócios da companhia para os anos de 2026 a 2030, que será divulgado no dia 27 de novembro, após a realização da COP 30.

— Os desafios aumentam com o cenário de preço do petróleo. É um cenário desafiador para a nossa indústria. É um momento diferente do passado, quando o barril estava acima de US$ 100. Estamos vendo um momento de queda dessa commodity. E esse ambiente exige de todos nós que sejamos cada dia mais eficientes e comprometidos com resultados sustentáveis. A Petrobras tem feito sua parte, revisitado o portfólio e priorizado projetos de maior retorno. Estamos buscando ganhos de produtividade e redução de custos — disse Magda, durante sua apresentação na abertura do evento.

O preço do barril, que chegou a superar os US$ 80 no início deste ano, vem caindo ao longo dos últimos meses em meio à preocupação com o excesso de oferta e à retração da demanda. Atualmente, está em torno de US$ 64.

Ela ressaltou que a busca por competitividade é um esforço conjunto:

— A competitividade não se faz sozinha. É uma construção coletiva, por isso contamos com o arcabouço regulatório e com parceiros que avançam conosco, oferecendo preços competitivos, soluções tecnológicas e eficiência operacional. Sem isso, não vamos chegar a lugar nenhum.

Shell: 2026 com preços menores

O presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, também destacou a importância de redução de custos com a perspectiva de queda no preço do petróleo no mercado internacional.

— A redução de custos será um facilitador, especialmente em um cenário em que há uma preocupação crescente na indústria com 2026 tendo preços mais baixos. Se não houver um trabalho contínuo na redução de custos e no aumento da eficiência, menos projetos conseguirão avançar. Essa é uma condição essencial para que o setor continue crescendo — disse ele, durante sua apresentação na OTC.

Bacia da Foz do Amazonas

Magda também celebrou a licença obtida pela empresa para perfurar o primeiro poço na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.

— Não há futuro para uma empresa de petróleo sem exploração. Por isso, a reposição de reservas é vital para a nossa empresa. A reposição de reservas tem enorme espaço de norte a sul do país. A recente licença para exploração na Margem Equatorial, no estado do Amapá, é um marco importante para a Petrobras, para o Amapá e para o Brasil. Vamos abrindo novas fronteiras para aumentar a produção sustentável do país. A gente discute o Amapá desde 2013 e estamos confiantes de que vamos seguir em frente nesse desafio — destacou ela.

Roberto Ardenghy, diretor executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), também destacou a importância de se manter os investimentos na exploração de novas áreas de óleo e gás no país. Ele lembrou que o pré-sal, descoberto em meados da década de 2000, responde atualmente por mais de 75% da produção nacional.

— Se não tivéssemos feito a descoberta do pré-sal, seríamos hoje importadores. É nesse contexto que lançamos a nova aventura de buscar novas reservas, tanto em terra quanto no mar, como nas bacias da Margem Equatorial. Faremos isso com enorme responsabilidade — lembrou ele.

Transição energética

Durante a abertura, a presidente da Petrobras disse que pretende aumentar os investimentos também em transição energética.

— O sucesso do pré-sal nos dá a confiança de afirmar que vamos fazer o mesmo com a transição energética e as obrigações de descarbonização. Vamos, sim, ser líderes nessa transição energética e vamos entregar tudo conforme o nosso compromisso no Acordo de Paris — acrescentou ela.

Fonte: O Globo.
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