NESTA EDIÇÃO. Petrobras admite a possibilidade de vender o Polo Bahia Terra, ideia enterrada em 2023 por uma decisão política e em meio a problemas operacionais nos campos.
“Passamos por esse terror no governo Bolsonaro”, disse o coordenador-geral da FUP, Dayvid Bacelar, em reação imediata às declarações de Magda Chambriard.
Na Cúpula dos Brics, declarações rumo à COP30: bloco defende fósseis na matriz, cobra financiamento e consolida atuação em prol de biocombustíveis.
Polo Bahia Terra
A Petrobras considera novamente vender o Polo Bahia Terra, conjunto de 28 campos que chegou a ser negociado com operadores independentes, mas teve sua venda encerrada em 2023, por uma decisão política e em meio a problemas operacionais.
“Vamos decidir se Polo Bahia fica com a gente, se terceirizamos a operação ou se repassamos o ativo”, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard a jornalistas, após um evento paralelo à cúpula do Brics, no sábado (5/6).
O motivo da reconsideração é o mesmo que justificou a tentativa de venda no governo de Jair Bolsonaro (PL): “[o conjunto de campos] é menor que um poço do pré-sal. Quando o óleo está a US$ 100 o barril faz sentido, não a US$ 65”, explicou a executiva.
Reação imediata. “Passamos por esse terror no governo Bolsonaro”, disse o coordenador-geral da FUP, Dayvid Bacelar, em vídeo publicado no fim de semana.
Bacelar afirma que a declaração de Magda Chambriard foi “extremamente infeliz” e “inaceitável”. Segundo ele, a FUP vai buscar apoio de Lula (PT) e do MME para evitar que eventuais planos de liquidação do ativo prosperem.
Até vendeu. Desde 2023, quando os grandes planos de desinvestimento foram, de fato, interrompidos, a Petrobras continuou devendo, mas ativos muito pequenos — menores que as operações em terra.
Urucu, não. Em um comentário rápido, Chambriard descartou vender o polo de produção na bacia do Solimões, no Amazonas: “O óleo de Urucu é o melhor óleo do Brasil, vamos pensar na Bahia e depois olhar Urucu”.
Foi posto à venda no governo passado, mas a venda fracassou antes mesmo da mudança de governo, de Bolsonaro para Lula. 3R Petroleum (hoje, Brava), ofereceu e retirou uma proposta de US$ 1 bilhão. Eneva tentou levar por US$ 600 milhões e a negociação foi encerrada em 2022.