Roberto Ramos, presidente da Braskem, disse que a companhia petroquímica está migrando da nafta (matéria-prima líquida derivada de petróleo) para o etano (gás extraído do gás natural e do gás associado), a fim de aumentar a sua competitividade no mercado. Ele foi convidado do “UOL Líderes“, videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.
EUA são um grande exportador de etano liquefeito. “O etano é uma matéria-prima mais barata, mais fácil de processar do que a nafta. E, quando você craqueia o etano, você faz uma coisa, que é o etileno [ou eteno], que serve para fazer polietileno. “Há uma oferta enorme de etano nos EUA para produtores americanos e produtores internacionais que se estabeleceram lá, e eles passaram a produzir polietileno a partir do gás, e não da nafta”, afirma. O eteno é usado em várias unidades industriais, tanto para a produção de polímeros quanto para a obtenção de outros produtos químicos.
Diferença de custo. Segundo ele, enquanto o etano custa US$ 200 a tonelada, a nafta custa de US$ 600 a US$ 800 a tonelada. “Se você imaginar que a matéria-prima é 70% do custo de produção, os produtores americanos têm US$ 400, US$ 500 de diferença de custo em relação a gente”, diz Ramos.
Como a gente vai resolver o problema de imediato? Importando etano líquido dos EUA, coisa que a gente já faz em pequena porcentagem para nossa planta da Bahia. Nós vamos ampliar essa percentagem e vamos misturar o etano líquido na nafta. Com isso, nós vamos consumir menos nafta e mais etano, e vamos recuperar parte da competitividade que nós perdemos.Roberto Ramos, presidente da Braskem
Braskem é uma empresa petroquímica global. Ela possui um portfólio de resinas plásticas e produtos químicos para diversos segmentos, como embalagens alimentícias, construção civil, industrial, automotivo, agronegócio, saúde e higiene, entre outros. Tem 40 unidades industriais no Brasil, EUA, México e Alemanha, e exporta seus produtos para mais de 70 países.