Unit destaca a importância da formação e da inovação no Sergipe Oil & Gas 2025

Unit destaca a importância da formação e da inovação no Sergipe Oil & Gas 2025
30 de julho de 2025

Especialistas debatem desafios da qualificação profissional e a atuação do Ecossistema Tiradentes na construção de soluções sob medida para o setor; objetivo é atender demandas imediatas da indústria e estimular o desenvolvimento regional com inovação.

A formação da mão de obra para atender às demandas da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia foi um dos principais temas debatidos durante o Sergipe Oil & Gas 2025 (SOG 2025), realizado entre os dias 23 e 25 de julho no Centro de Convenções AM Malls, em Aracaju. Um dos debates do último dia do evento, que teve como tema “Desafios na qualificação profissional técnica”, teve a participação da Universidade Tiradentes (Unit), através do professor Artur André Martinez Campos, coordenador do Centro de Formação Profissional (CFP).

O presidente do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), Paulo do Eirado Dias Filho, foi o mediador do debate, que também teve a participação do professor Gabriel Francisco da Silva, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e do técnico de segurança Luiz Alberto Pereira dos Santos, representante da Petrobras, que também tem experiência como professor e pedagogo.

Na ocasião, os debatedores analisaram o panorama atual do mercado relacionado ao setor, que enfrenta uma situação de “apagão” de mão-de-obra em Sergipe e no Brasil. E concluíram que o cenário impõe uma série de desafios, que devem ser superados com compreensão dos anseios profissionais da juventude e adaptações à realidade, o que inclui acompanhar o avanço de recursos e tecnologias como inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT).

“É necessário haver um grande diálogo e uma reformulação geral, tanto na formação como também de entender esse momento cultural do jovem de hoje, esse nativo digital, e suas expectativas com relação ao trabalho. Da universidade, isso vai exigir uma flexibilidade maior no relacionamento com currículos, com o próprio aluno, trazer a dinâmica do fazer para uma presença maior dentro do modelo acadêmico. Além disso, as próprias indústrias também se adaptarem para esse novo perfil de recursos humanos que é ingressante. O cenário impõe uma flexibilização da formação acadêmica e também cursos que atendam diretamente à necessidade da empresa”, analisa Eirado.

Em seguida, os professores apresentaram as iniciativas de suas respectivas instituições para formar e qualificar profissionais e estudantes em parceria com as empresas. Uma delas foi o CFP, criado recentemente pela Unit em parceria com a consultoria BrainMarket. A partir da estrutura já disponível no Ecossistema Tiradentes, formado pela Unit com o ITP, o Tiradentes Innovation Center (TIC) e o futuro Tiradentes TechPark (TTP), o centro vai elaborar e ministrar cursos profissionalizantes e capacitações empresariais voltadas à produção de petróleo em águas ultraprofundas, a projetos de gás natural e às novas tecnologias voltadas à descarbonização.

De acordo com Artur Campos, uma das iniciativas do CFP da Unit é o Qualipro, um programa de qualificação profissional que trabalha tanto na capacitação básica, para ajudantes, auxiliares, aprendizes e iniciantes, como no aprimoramento de profissionais das empresas que já tenham formação. São programas e cursos sob demanda, de curto prazo e customizados conforme as necessidades e realidades de cada empresa ou instituição parceira. “O nosso desafio é tentar convencer o jovem a entrar no mundo do petróleo, se capacitar com a gente e adentrar nessa cadeia produtiva que é extremamente rica. E o CFP responde a esse desafio, pois ouve a dor da empresa. Por exemplo: se a empresa precisa de seis soldadores MIG, a gente faz um curso de solda MIG e tenta suprir essas vagas que o mercado tem. O Qualipro recebe as demandas da empresa e atende em curto prazo, onde ela quiser”, detalha o coordenador.

Interesses nos estandes 

Além da palestra sobre formação profissional, a Unit se fez presente no SOG 2025 com dois estandes na Feira de Negócios, onde mais de 70 empresas e instituições apresentaram seus produtos e serviços. O objetivo foi estabelecer contatos, trocar informações e desenvolver novas oportunidades de negócios e parcerias. Um dos estandes apresentou o Ecossistema Tiradentes e suas instituições integrantes, além das soluções e iniciativas de pesquisa, ensino e inovação voltadas ao setor de óleo, gás e energia.

“A primeira pergunta da maioria das pessoas que eu atendi foi: ‘O que é que a Unit e o Grupo Tiradentes têm a ver com esse mercado de óleo e gás?’. E aí, a gente explicou as várias expertises que a gente tem aqui e de que forma podemos contribuir para aproximar a academia da indústria, com as empresas, para trazer solução, inovação e desenvolvimento. As pessoas ficaram impressionadas ao saber que o Grupo Tiradentes, e o Ecossistema que a gente apresentou na feira, está se empenhando nisso e muito positivamente tem sido recebido”, disse a consultora de negócios Miriã Ribeiro de Oliveira, do ITP.

Já o segundo estande foi dedicado ao Tiradentes TechPark (TTP), formado pelo Grupo Tiradentes em parceria com a Agência Sergipe de Desenvolvimento (Desenvolve-SE) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SE). Ele está em fase de implantação no Campus Farolândia, mas já conta com diversas startups incubadas ou em desenvolvimento. Entre elas, estão a Recicli, a Movy Hidroenergia, a DeCarb e a REEETurn, que oferecem soluções de engenharia reversa e descarbonização do setor industrial, além da Aqualuffa, especializada na descontaminação de águas oleosas, que nasceu a partir de pesquisas do Programa de Pós-Graduação em Engenharia em Processos (PEP/Unit).

“Tivemos alunos e principalmente empresas querendo fazer conexões com as startups e também querendo tirar dúvidas sobre as possibilidades de interação. Graças a essas startups, mas também ao potencial do Grupo Tiradentes, nós temos muitas oportunidades de conexão. Tem empresas que querem se repatriar para Sergipe, tem empresas que estão vislumbrando as oportunidades que o Seap (Projeto Sergipe Águas Profundas) vai trazer, que estão buscando oportunidade de infraestrutura, inclusive para se instalar, e principalmente algumas startups que estão buscando possibilidades por aqui”, considera o presidente do TTP, professor Denison Salustiano.

Visitas in loco

O último dia do SOG 2025 também foi dedicado às visitas técnicas de pesquisadores, representantes de empresas e outros interessados, vindos de vários estados brasileiros. Um destes grupos fez uma visita guiada no Campus Farolândia, onde puderam conhecer as estruturas e o funcionamento da Unit, do ITP e do Tiradentes Innovation Center. Além disso, eles puderam conhecer as atividades de pesquisa que estão sendo desenvolvidas na área de petróleo e gás, a partir dos laboratórios ligados ao Ecossistema Tiradentes.

“É super importante ter essas oportunidades de mostrar para a sociedade e para o setor produtivo tudo que está sendo feito na academia. Nas discussões que a gente teve lá [nos laboratórios do ITP], eles perceberam que tem muita interface com as dificuldades que eles enfrentam no dia a dia das empresas. O corpo técnico multidisciplinar, que está disponível dentro do Ecossistema Tiradentes em diferentes áreas, está totalmente pronto para atender essas demandas. E as instituições do nosso Ecossistema podem colaborar muito nesse processo de transferência de tecnologia da academia”, assegura o professor Gustavo Rodrigues Borges, do PEP/Unit.

Fonte: Portal Unit.
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