O PAPEL DO TRANSPORTE DUTOVIÁRIO NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA É DESTAQUE NA ABERTURA DA RIO PIPELINE 2025

O PAPEL DO TRANSPORTE DUTOVIÁRIO NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA É DESTAQUE NA ABERTURA DA RIO PIPELINE 2025
9 de setembro de 2025

A abertura da Rio Pipeline & Logistics 2025, no ExpoRio Cidade Nova, destacou o papel estratégico da infraestrutura dutoviária no processo de transição energética no Brasil. Autoridades e representantes do setor ressaltaram que os dutos continuarão sendo fundamentais tanto para o transporte de combustíveis fósseis com menor impacto ambiental quanto para a movimentação de novos energéticos. O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Artur Watt (foto principal), lembrou que, desde a última edição do evento em 2023, o setor de energia passou por mudanças regulatórias importantes que caminham na direção da transição energética. Entre as principais, estão a aprovação da Lei 14.948, que instituiu o marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, e da Lei 14.993, conhecida como Lei do Combustível do Futuro.

“Sobre o hidrogênio, é uma economia totalmente nova, a economia do hidrogênio, mas que na sua parte operacional conversa muito com os gasodutos. Também é um setor que está começando a ser regulado pela ANP, com as principais iniciativas ainda bastante incipientes, mas toda a expertise presente em conferências como a Rio Pipeline vai nos ajudar bastante nessa vertente”, disse.

Watt também destacou o acompanhamento da agência em relação às emissões fugitivas na malha dutoviária. “Com as novas tecnologias de monitoramento por drones e satélites, precisamos ter uma indústria cada vez mais limpa, mesmo na sua vertente do combustível fóssil. Isso significa substituir hidrocarbonetos mais poluentes por menos poluentes, além de aumentar a eficiência no transporte e nas operações. Assim teremos cada vez menos emissões fugitivas, que prejudicam tanto pelo lado do efeito estufa quanto pela perda da riqueza energética”, afirmou.

O diretor do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Marcello Weydt (foto ao lado), reforçou que os dutos garantem competitividade para a produção nacional de petróleo e derivados e terão papel crescente na logística de biocombustíveis. Para ele, a infraestrutura é essencial para o abastecimento regional, reduzindo a dependência do modal rodoviário e contribuindo para a diminuição das emissões.

“Esses mesmos dutos integram as nações. No setor de gás natural, o gás boliviano chega ao Brasil via Gasbol. Atualmente, discutimos a melhor forma para trazermos o gás natural de Vaca Muerta, da Argentina. São mais de 5 mil quilômetros de distância até São Paulo”, afirmou.

Ele acrescentou que os dutos de etanol representam a integração entre o campo e a cidade, ligando a produção agrícola à mobilidade sustentável. “O etanol foi apenas a porta de entrada para os biocombustíveis do futuro. Junto com o etanol, o sebo, o diesel renovável, o biometano e o hidrogênio serão o nosso futuro. É essencial que esses combustíveis fluam com mais intensidade pelos nossos dutos ao longo do nosso país, como símbolo de inovação, eficiência e compromisso com uma matriz energética mais limpa”, pontuou.

Já a diretora de Transição Energética da Petrobrás, Angelica Laureano (foto à esquerda), ressaltou que a companhia atuará de forma alinhada ao posicionamento do Brasil nesse cenário. “Investimos no presente para construir um futuro sustentável, sempre com segurança, responsabilidade financeira e respeito ao meio ambiente, gerando valor para a sociedade brasileira. Nossa produção de energia vai crescer mais limpa, mantendo a nossa relevância na matriz energética nacional e nosso importante papel na sociedade brasileira”, declarou.

Ela destacou que a Petrobrás levará ao evento discussões sobre temas como a logística da Margem Equatorial, a expansão da infraestrutura dutoviária para o Centro-Oeste e novos projetos offshore. A executiva também citou ações já em andamento, como a parceria com a Transpetro no combate ao roubo em dutos. Segundo Laureano, o investimento de cerca de R$ 100 milhões por ano possibilitou reduzir em 90% as ocorrências de derivações clandestinas.

Fonte: Petronotícias.
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