Mato Grosso do Sul deve concentrar maior parte da celulose brasileira em dez anos

Mato Grosso do Sul deve concentrar maior parte da celulose brasileira em dez anos
3 de novembro de 2025

O Estado já responde por quase um terço da produção nacional e tende a ultrapassar 10 milhões de toneladas anuais com novos projetos de Arauco, Bracell e Eldorado

Mato Grosso do Sul deve se tornar, em um prazo de dez anos, o maior produtor de celulose do Brasil. Atualmente responsável por quase um terço da produção nacional, o Estado deverá responder por quase metade quando as três megafábricas anunciadas estiverem em plena operação.

Segundo relatório divulgado pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), o Brasil produziu 25,5 milhões de toneladas de celulose em 2024. Desse total, cerca de 7,5 milhões de toneladas foram processadas em Mato Grosso do Sul, nas quatro linhas atualmente em funcionamento, três da Suzano e uma da Eldorado.

O país é hoje o segundo maior produtor de celulose do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que fabricam cerca de 48 milhões de toneladas anuais. Sozinho, Mato Grosso do Sul já supera o Japão, o nono colocado no ranking mundial, com 7,4 milhões de toneladas por ano.

Grande parte da produção sul-mato-grossense é destinada à exportação, com destaque para mercados da Ásia, como a China, e da Europa, como os Países Baixos e a Itália. Em 2024, as vendas externas de celulose renderam ao Estado US$ 2,7 bilhões (R$ 14,4 bilhões), enquanto o Brasil exportou US$ 10,6 bilhões no mesmo período, conforme dados da Ibá.

EXPANSÃO NO ESTADO

Nos próximos anos, Mato Grosso do Sul concentrará mais de 70% do incremento previsto na produção de celulose de fibra curta do país. Dos quatro grandes projetos anunciados recentemente, três estão localizados no Estado.

Um deles é o da Arauco, multinacional chilena que constrói em Inocência uma unidade com investimento de US$ 4,6 bilhões e capacidade de 3,5 milhões de toneladas anuais.

Também em 2025, a Bracell, empresa com sede global em Cingapura, anunciou investimentos de mesmo valor para erguer uma planta em Bataguassu, às margens do Rio Paraná. Segundo o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, “a expectativa é de que a licença de instalação da Bracell seja concedida até fevereiro de 2026”. Após a liberação, a construção deve durar cerca de três anos.

A fábrica terá capacidade de processar 2,4 milhões de toneladas de celulose, metade do tipo kraft e metade solúvel, utilizada nas indústrias têxtil, farmacêutica e alimentícia.

Outro projeto de grande porte é a segunda linha da Eldorado, que já possui licença de instalação, mas estava paralisado desde o fim da década passada. O investimento estimado é de US$ 4,5 bilhões, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas por ano.

A única megafábrica de celulose planejada fora do território sul-mato-grossense é a da CMPC, no Rio Grande do Sul. A companhia chilena vai construir em Barra do Ribeiro, a 60 quilômetros de Porto Alegre, uma planta de R$ 24 bilhões com capacidade de 2,5 milhões de toneladas anuais.

Fonte: Portal Celulose.
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