Hydro, Aura, Arcelor, Brazauro, Morro do Ipê e Itaminas detalham novos projetos

Hydro, Aura, Arcelor, Brazauro, Morro do Ipê e Itaminas detalham novos projetos
16 de novembro de 2025

Durante a 16ª edição do Workshop Opex, evento organizado pela revista Minérios & Minerales, importantes empresas do mercado de mineração anunciaram investimentos e novos projetos para os próximos anos. O Brasil tem atraído empresas globais como a Corex da Turquia que adquiriu os ativos de cobre e ouro da BHP no País. Em janeiro deste ano, o Governo Federal revelou que a mineradora saudita Ma’aden programou R$ 8 bilhões em mapeamento geológico e pesquisa no Brasil.

O BNDES escolheu 56 projetos de minerais estratégicos numa chamada pública, orçados em R$45,8 bilhões, que o banco vai apoiar em busca dos empreendimentos mais viáveis dentro da nova geopolítica global que se desenha, atraindo aporte de tecnologia e capital privado inclusive do exterior.

Com essa movimentação no setor mineral, empresas como Hydro, Aura Minerals, Arcelor Mittar, Brazauro, Morro do Ipê e Itaminas apresentaram seus projetos e investimentos que foram analisados durante o Workshop Opex 2025, realizado nos dias 30 e 31 de julho, no Minascentro, em Belo Horizonte.

HYDRO TESTA NOVOS PRODUTOS A PARTIR DO REJEITO DE BAUXITA E CONSTRÓI PLANTA PILOTO

Empresa verticalizada na produção de alumínio, a Hydro está testando a criação de produtos sustentáveis, como ferro-gusa, cimento, concreto e condicionador de solo através da transformação do alto volume produzido de resíduo de bauxita nos processos. Segundo Raphael Costa, vice-presidente de tecnologia da Hydro, a Hydro Alunorte, maior refinaria de alumina do mundo fora da China, localizada em Barcarena, no estado do Pará, produz mais de 4,5 milhões de toneladas de resíduos de bauxita por ano. Assim, com o alto volume produzido, a mineradora precisou inovar, para descobrir como reduzir o armazenamento do material.

“Há 7 anos começamos um programa de pesquisa e desenvolvimento para utilização econômica dos altos volumes de resíduo de bauxita. A Hydro Alunorte produz mais de 4,5 milhões de toneladas de resíduos de bauxita por ano e atualmente desenvolve três fluxos de trabalho: na siderurgia – com ferro gusa – onde temos a planta piloto em parceria com a Newwave; na construção civil – com resíduos em produtos como cimento e concreto e na reabilitação de áreas; com resíduos misturados a biomassas e transformando-os em um condicionador de solo”, afirmou.

O projeto de ferro gusa foi premiado na França, em outubro de 2024, no maior evento da indústria de alumínio do mundo, o International Committee for Study of Bauxite, Alumina e Aluminium (ICSOBA). Após uma longa temporada de testes, o vice-presidente de tecnologia da Hydro destaca que a empresa já tem “maturidade” suficiente para iniciar uma planta piloto, que está sendo construída dentro da Alunorte, e irá produzir ferro-gusa a partir dos resíduos da bauxita.

“É uma demonstração de que temos certeza que a tecnologia vai funcionar. Vão ser usadas microondas, não se queima nenhum tipo de combustível, e para chegar nessa solução demandou muitas simulações. O uso de microondas nessas escalas maiores era difícil por conta da calibração, hoje em dia com o sistema computadorizado é possível”, completa.

Segundo Raphael, a planta que será comissionada irá processar até 50 mil toneladas de resíduos de bauxita por ano para produção do ferro gusa, a partir da combinação de microondas em duas rotas que serão testadas e uma delas usa um forno de indução.

“As fases são estocagem de matérias-primas, peletização, micro-ondas wave-belt, ferro gusa e coproduto. Em um período de um ano, vamos conseguir demonstrar o processo e escalar para uma instalação industrial para utilizar mais de 4 milhões e meio toneladas de bauxita e que vai eliminar o armazenamento de rejeito de bauxita”, destaca.

Com três unidades na região amazônica (mineração de bauxita em Paragominas e refinaria e produção de alumínio em Barcarena, ambas no Pará), a Hydro vem implementando iniciativas em busca da descarbonização. Com uma cadeia verticalizada em alumínio, a Hydro extrai bauxita em Paragominas (PA), que é processada e bombeada por um mineroduto até a refinaria de Alunorte, situada em Barcarena (PA), onde é transformada em alumina. Sua produção de bauxita na mina em Paragominas gira em torno de 11 milhões de toneladas, e de alumina, na refinaria Alunorte é de 6,2 milhões de toneladas, sendo 70% da bauxita proveniente da Mineração Paragominas e 30% da Mineração Rio do Norte.

Como iniciativas em busca de reduzir suas emissões, além da substituição de combustíveis fósseis por gás natural, já realizada em 2024, e ainda a adoção de caldeiras elétricas, a mineradora está realizando um estudo para substituir carvão por biomassa a partir do caroço do açaí. A meta, segundo a mineradora, é reduzir em até 70% suas emissões até 2030, e zerá-las até 2050.

Além dessas mudanças, a mineradora está desenvolvendo um projeto em parceria com a Newave sobre o uso de uma tecnologia para extrair ferro a partir de rejeitos de bauxita. Além de não utilizar barragens e dispor rejeitos pelo método de secagem (Tailings Dry Backfill), a companhia estuda o reaproveitamento de 30% de rejeito “reciclado” da bauxita, transformando-o por meio de tratamento com fornos da Newave, visando aumentar o teor de ferro e desenvolver um novo produto a partir do resíduo.

AURA INVESTE NO PROJETO BORBOREMA EM RN

Com a proposta de trazer um novo posicionamento ao pipeline de crescimento da empresa, a Aura Minerals aposta no Projeto Borborema, no Rio Grande do Norte, que considera uma mina à céu aberto que consiste em três concessões de lavra cobrindo uma área total de 29 km². Segundo Luciano Luttembarck, Gerente Corporativo de Engenharia e Desenvolvimento de Projetos da Aura Minerals, a operação que foi apresentada no Workshop Opex 2025, será estagiada para maximizar os retornos e a Fase 1 terá uma vida útil inicial de 10 anos antes da expansão.

“O projeto Borborema, no Rio Grande do Norte, vai trazer um novo posicionamento para o pipeline de crescimento da Aura Minerals. É o segundo projeto que implantamos há pouco mais de 4 anos. Esse projeto vai levar a Aura a novos patamares”, afirma.

Segundo Luciano, o corpo de minério da mina tem consistentemente 30 m a 35 m de espessura e até 50 m, permanece aberto em todas as direções e indica ter um veio de ouro de alto teor se desenvolvendo para o sul. Os recursos e reservas foram claramente definidos e o projeto reduziu significativamente o risco através dos 104.500 m de sondagem, que definiu um corpo de minério único contínuo e consistente, com aproximadamente 3,5 km de comprimento, com um núcleo de alto teor que pode ser otimizado no plano da mina.

O gerente corporativo da Aura adiantou ainda que já estão sendo estudados etapas de expansão do Projeto Borborema. “Temos uma expansão prevista e avaliada. Um obstáculo é a realocação de uma rodovia federal, que com tratativas com os órgãos ambientais avançadas e positivas, já permitiu aumentar os nossos recursos e consequentemente a vida útil da mina”. Além do Brasil, a Aura Minerals também atua na Colômbia, Guatemala, México, Honduras e Estados Unidos.

ARCELORMITTAL APLICA R$ 2,5 BI PARA ESTENDER VIDA ÚTIL DA MINA DE SERRA AZUL ATÉ 2058

A ArcelorMIttal, empresa multinacional do setor siderúrgico e de mineração, está investindo R$ 2,5 bilhões em um projeto pellet feed , para ampliar a mina de Serra Azul, MG, e estender a vida útil da lavra até 2058. O projeto foi apresentado pelo gerente de projetos da empresa, Fernando Bezerra, durante o WorkShop Opex 2025. Segundo o especialista, a nova planta é uma resposta técnica ao desafio de beneficiar o itabirito compacto – minério disponível atualmente na mina que é mais resistente e possui menor teor de ferro, o que exige técnicas especiais de beneficiamento e concentração.

“Esse projeto é super importante porque as nossas reservas de minério friável estão se esgotando agora em 2025. Com o projeto, vamos estender a vida da nossa mina até 2058. Estamos planejando o startup para setembro de 2025 e temos uma curva de ramp up de nove meses, para chegar a capacidade final de 4,5 milhões de toneladas por ano. É um projeto visando alto grau de pureza desse minério produzido”, disse Bezerra.

Segundo o gerente de projetos da ArcelorMittal, a produção na mina será quase triplicada e passará do atual 1,6 milhão de toneladas/ano para 4,5 milhões de toneladas/ano. As obras de ampliação da planta geraram cerca de 2.500 empregos temporários pelas construtoras e empresas terceirizadas.

Bezerra explica que a produção prevista irá atender a uma planta de pelotização que a ArcelorMittal mantém no México e que alimenta siderúrgicas do próprio grupo naquele país. Toda a produção prevista será exportada para esta unidade mexicana.

“O resultado do processo será um produto nobre, de baixa granulometria e alta concentração de ferro, o que reforça o compromisso da ArcelorMittal com a qualidade e eficiência”, disse.

“Há 7 anos começamos um programa de pesquisa e desenvolvimento para utilização econômica dos altos volumes de resíduo de bauxita. A Hydro Alunorte produz mais de 4,5 milhões de toneladas de resíduos de bauxita por ano e atualmente desenvolve três fluxos de trabalho: na siderurgia – com ferro gusa – onde temos a planta piloto em parceria com a Newwave; na construção civil – com resíduos em produtos como cimento e concreto e na reabilitação de áreas; com resíduos misturados a biomassas e transformando-os em um condicionador de solo”, afirmou.

O projeto de ferro gusa foi premiado na França, em outubro de 2024, no maior evento da indústria de alumínio do mundo, o International Committee for Study of Bauxite, Alumina e Aluminium (ICSOBA). Após uma longa temporada de testes, o vice-presidente de tecnologia da Hydro destaca que a empresa já tem “maturidade” suficiente para iniciar uma planta piloto, que está sendo construída dentro da Alunorte, e irá produzir ferro-gusa a partir dos resíduos da bauxita.

“É uma demonstração de que temos certeza que a tecnologia vai funcionar. Vão ser usadas microondas, não se queima nenhum tipo de combustível, e para chegar nessa solução demandou muitas simulações. O uso de microondas nessas escalas maiores era difícil por conta da calibração, hoje em dia com o sistema computadorizado é possível”, completa.

Segundo Raphael, a planta que será comissionada irá processar até 50 mil toneladas de resíduos de bauxita por ano para produção do ferro gusa, a partir da combinação de microondas em duas rotas que serão testadas e uma delas usa um forno de indução.

“As fases são estocagem de matérias-primas, peletização, micro-ondas wave-belt, ferro gusa e coproduto. Em um período de um ano, vamos conseguir demonstrar o processo e escalar para uma instalação industrial para utilizar mais de 4 milhões e meio toneladas de bauxita e que vai eliminar o armazenamento de rejeito de bauxita”, destaca.

Com três unidades na região amazônica (mineração de bauxita em Paragominas e refinaria e produção de alumínio em Barcarena, ambas no Pará), a Hydro vem implementando iniciativas em busca da descarbonização. Com uma cadeia verticalizada em alumínio, a Hydro extrai bauxita em Paragominas (PA), que é processada e bombeada por um mineroduto até a refinaria de Alunorte, situada em Barcarena (PA), onde é transformada em alumina. Sua produção de bauxita na mina em Paragominas gira em torno de 11 milhões de toneladas, e de alumina, na refinaria Alunorte é de 6,2 milhões de toneladas, sendo 70% da bauxita proveniente da Mineração Paragominas e 30% da Mineração Rio do Norte.

Como iniciativas em busca de reduzir suas emissões, além da substituição de combustíveis fósseis por gás natural, já realizada em 2024, e ainda a adoção de caldeiras elétricas, a mineradora está realizando um estudo para substituir carvão por biomassa a partir do caroço do açaí. A meta, segundo a mineradora, é reduzir em até 70% suas emissões até 2030, e zerá-las até 2050.

Além dessas mudanças, a mineradora está desenvolvendo um projeto em parceria com a Newave sobre o uso de uma tecnologia para extrair ferro a partir de rejeitos de bauxita. Além de não utilizar barragens e dispor rejeitos pelo método de secagem (Tailings Dry Backfill), a companhia estuda o reaproveitamento de 30% de rejeito “reciclado” da bauxita, transformando-o por meio de tratamento com fornos da Newave, visando aumentar o teor de ferro e desenvolver um novo produto a partir do resíduo.

AURA INVESTE NO PROJETO BORBOREMA EM RN

Com a proposta de trazer um novo posicionamento ao pipeline de crescimento da empresa, a Aura Minerals aposta no Projeto Borborema, no Rio Grande do Norte, que considera uma mina à céu aberto que consiste em três concessões de lavra cobrindo uma área total de 29 km². Segundo Luciano Luttembarck, Gerente Corporativo de Engenharia e Desenvolvimento de Projetos da Aura Minerals, a operação que foi apresentada no Workshop Opex 2025, será estagiada para maximizar os retornos e a Fase 1 terá uma vida útil inicial de 10 anos antes da expansão.

“O projeto Borborema, no Rio Grande do Norte, vai trazer um novo posicionamento para o pipeline de crescimento da Aura Minerals. É o segundo projeto que implantamos há pouco mais de 4 anos. Esse projeto vai levar a Aura a novos patamares”, afirma.

Segundo Luciano, o corpo de minério da mina tem consistentemente 30 m a 35 m de espessura e até 50 m, permanece aberto em todas as direções e indica ter um veio de ouro de alto teor se desenvolvendo para o sul. Os recursos e reservas foram claramente definidos e o projeto reduziu significativamente o risco através dos 104.500 m de sondagem, que definiu um corpo de minério único contínuo e consistente, com aproximadamente 3,5 km de comprimento, com um núcleo de alto teor que pode ser otimizado no plano da mina.

O gerente corporativo da Aura adiantou ainda que já estão sendo estudados etapas de expansão do Projeto Borborema. “Temos uma expansão prevista e avaliada. Um obstáculo é a realocação de uma rodovia federal, que com tratativas com os órgãos ambientais avançadas e positivas, já permitiu aumentar os nossos recursos e consequentemente a vida útil da mina”. Além do Brasil, a Aura Minerals também atua na Colômbia, Guatemala, México, Honduras e Estados Unidos.

ARCELORMITTAL APLICA R$ 2,5 BI PARA ESTENDER VIDA ÚTIL DA MINA DE SERRA AZUL ATÉ 2058

A ArcelorMIttal, empresa multinacional do setor siderúrgico e de mineração, está investindo R$ 2,5 bilhões em um projeto pellet feed , para ampliar a mina de Serra Azul, MG, e estender a vida útil da lavra até 2058. O projeto foi apresentado pelo gerente de projetos da empresa, Fernando Bezerra, durante o WorkShop Opex 2025. Segundo o especialista, a nova planta é uma resposta técnica ao desafio de beneficiar o itabirito compacto – minério disponível atualmente na mina que é mais resistente e possui menor teor de ferro, o que exige técnicas especiais de beneficiamento e concentração.

“Esse projeto é super importante porque as nossas reservas de minério friável estão se esgotando agora em 2025. Com o projeto, vamos estender a vida da nossa mina até 2058. Estamos planejando o startup para setembro de 2025 e temos uma curva de ramp up de nove meses, para chegar a capacidade final de 4,5 milhões de toneladas por ano. É um projeto visando alto grau de pureza desse minério produzido”, disse Bezerra.

Segundo o gerente de projetos da ArcelorMittal, a produção na mina será quase triplicada e passará do atual 1,6 milhão de toneladas/ano para 4,5 milhões de toneladas/ano. As obras de ampliação da planta geraram cerca de 2.500 empregos temporários pelas construtoras e empresas terceirizadas.

Bezerra explica que a produção prevista irá atender a uma planta de pelotização que a ArcelorMittal mantém no México e que alimenta siderúrgicas do próprio grupo naquele país. Toda a produção prevista será exportada para esta unidade mexicana.

“O resultado do processo será um produto nobre, de baixa granulometria e alta concentração de ferro, o que reforça o compromisso da ArcelorMittal com a qualidade e eficiência”, disse.

GEMINI VENTURES ADOTA OTIMIZAÇÃO PARA CHEGAR A 200 MIL ONÇAS DE OURO/ ANO NA MINA TOCANTINZINHO

A Brazauro, empresa de mineração de ouro localizada em Itaituba, Pará, que agora faz parte da Gemini Ventures, implantou sistemas de otimização de moagem, flotação e classificação na planta metalúrgica da Mina Tocantinzinho, no Pará. Com os novos processos, a lavra chegou a produção de 180 mil onças de ouro neste ano. O engenheiro de processos sênior da Gemini Ventures, Alair Agripino, afirma que, com as otimizações, a empresa busca chegar à produção de 200 mil onças anuais.

“Apresentamos o nosso projeto de sistemas especialistas de moagem, flotação e classificação para nos ajudar a ter um melhor controle de processo , otimizando a operação e melhorando a eficiência da recuperação da flotação. Nossa planta foi projetada para 539 toneladas/horas, hoje conseguimos atingir até 570 toneladas/horas. Foi uma otimização do projeto com a implantação desse sistema, que nos ajudou a ter um gap na produção. Estamos projetando uma produção de 180 mil onças de ouro para esse ano e futuramente chegar às 200 mil onças por ano”, destaca.

Os sistemas especialistas de moagem têm como objetivo maximizar a produtividade de forma estável, por meio de proteção dos equipamentos contra sobrecargas, subcargas e outros eventos operacionais adversos, garantindo estabilidade e continuidade dos processos. Segundo Agripino, após a implementação do monitoramento e controle contínuo por meio do sistema especialista, a moagem passou a operar de forma mais estável, com significativa redução na variabilidade operacional. Essa estabilidade resultou em aumento da produtividade e maior uniformidade na qualidade do overflow da classificação para a flotação.

Para complementar o sistema de moagem, foram instalados em julho de 2025 o Rock Sen-se – sistema de câmera, projetado para monitorar em tempo real a granulometria da rocha na correia transportadora que alimenta a moagem – e o Smartear – sistema de monitoramento acústico, utilizado em moinhos SAG e de bolas, desenvolvido para detectar o nível de carga e o comportamento da moagem em tempo real, com base na análise do som emitido pelo moinho durante a operação.

Já os sistemas de classificação buscam manter a estabilidade para garantir o P80 controlado (tamanho de partícula desejado do produto), reduzir a carga circulante no circuito de moagem e assegurar um produto final de qualidade consistente para o processo de flotação. É feito o monitoramento contínuo de variáveis críticas como pressão de alimentação, vazão de alimentação, densidade da polpa de alimentação, aberturas e fechamento de ciclones e controle de nível da caixa de descarga dos moinhos.

Com a entrada em operação do sistema especialista na etapa de flotação, observou-se um acréscimo significativo de 2 pontos percentuais na recuperação metalúrgica.

MINERAÇÃO MORRO DO IPÊ PROJETA PRODUÇÃO DE 6 MILHÕES DE TONELADAS DE PELLET FEED EM 2026

A Mineração Morro do Ipê está investindo na produção de pellet feed – de granulometria fina e baixa teor de impurezas. Durante o Workshop Opex 2025, o gerente de operação André Luiz Puygcerver apresentou os objetivos da empresa para os próximos anos. Entre eles, está a premissa de chegar à produção de 6 milhões de toneladas de pellet feed em 2026 na Mina Tico-Tico, localizada na região de Serra Azul, abrangendo os municípios de Brumadinho, Igarapé e São Joaquim de Bicas, em Minas Gerais.

O profissional destaca que a empresa passou por uma transformação, iniciada em 2024, para sair da produção de granulado e passar a produzir pellet feed, também chamado de “minério verde” pela mineradora.

“Todo esse processo de transformação é fundamental, onde saímos da produção de granulado e sinter feed, e partimos para a produção de minério rico, pellet feed de alta qualidade. Foram investidos R$ 1,3 bilhões na construção dessa planta para chegar a produção de 6 milhões de toneladas de Minério Verde”, destaca..

André Luiz explica ainda que, apesar dos resultados operacionais serem positivos, visto que em 2025 a produção de pellet feed deve chegar a quase 4 milhões de toneladas, a empresa quer deixar um legado para as comunidades.

Segundo o gerente de operação, a empresa se preocupa com novas tecnologias e por isso incentivou os empregados a apresentarem mais de 2400 inovações em 2024. Além disso, mais de 3 mil pessoas participaram de diálogos em rodas de conversas em conjunto com a direção da empresa.

ITAMINAS FAZ APORTE DE R$ 1,5 BI PARA AMPLIAR PRODUÇÃO EM 145%

A Itaminas busca ampliar a produção de minério de ferro em 145% até 2032. O objetivo parte do investimento de R$ 1,5 bilhão, que irá modernizar e expandir a produção da planta em Sarzedo, aumentando a produção de 6,5 milhões de toneladas de minério de ferro anuais para 15 milhões de toneladas em sete anos.

Alinhado com o alto investimento, o superintendente de processos e investimentos da Itaminas, Gedeon Junio da Silva, afirma que a empresa tem como objetivo aumentar a qualidade do produto obtido nos processos, elevando o teor de ferro do minério de 62,5% para 67%, o que irá ajudar na redução das emissões de carbono na cadeia produtiva do aço.

Piloto do Projeto Carina, da Aclara Resources, com processo mineral circular para Terras Raras

“Somos a segunda maior detentora de licenciamento ambiental em termos de volume. Isso nos coloca em uma responsabilidade de construir o futuro a partir de minérios de altos teores. Esse é o nosso ponto principal. Um minério de ferro de maior qualidade ajudará a reduzir a intensidade das emissões. A transição de longo prazo para o “aço verde” sugere que os fornecedores de minérios de alta qualidade e baixa impureza estão relativamente bem posicionados”, apontou.

“Precisamos, diante dessa realidade de descarbonização, entender que nossos projetos não só precisam agregar valor ao produto, mas também que precisamos aproveitar os desafios para criar novas oportunidades. A descarbonização é um desses desafios. Como fazer isso e manter a preservação do meio ambiente, a saúde e a governança? Aplicando tecnologias que possam reduzir o Opex e também nos trazer a possibilidade de alcançar os volumes que precisamos”, destaca.

ACLARA APOSTA EM PROCESSO MINERAL CIRCULAR PARA TERRAS RARAS

Gerente de Exploração da Aclara Resources, Jorge Frutuoso apresentou o Projeto Carina, que usa processo mineral circular para produção sustentável de terras raras no Brasil. Segundo ele, a tecnologia é a maneira mais limpa de extrair terras raras pesadas de argilas iônicas. O processo reduz impactos ambientais por não utilizar explosivos, ter pegada de carbono muito baixa, não usar barragem de rejeitos, além de reciclar água e reagentes, oferecendo uma revegetação completa.

O projeto está em testes na planta-piloto em Aparecida de Goiânia e a Aclara quer iniciar a produção industrial de terras raras em 2028. A tecnologia já foi aplicada no Chile, em 2023, e teve sucesso. “A capacidade da planta piloto é de duas toneladas por dia e tem como principal objetivo a validação e a otimização de processos.

Estamos na fase de licenciamento ambiental, com meta de entrar em operação em 2028.

Também estamos no desenvolvimento da engenharia para que as obras comecem no ano que vem. Os próximos passos da Aclara serão focar no licenciamento, otimizar processos na planta piloto e depois preparar o início da operação industrial”, destaca.

LITHIUM IONIC REVELA VIABILIDADE DO PROJETO BAIXA GRANDE

A Lithium Ionic, por meio MG Lit, subsidiária da empresa no Brasil, apresentou resultados da operação de lítio no projeto Baixa Grande, em Salinas, Minas Gerais. A engenheira de processos Nathalia Mesquita explicou que o primeiro teste foi de Ore Sorter, com oito amostras com sensores de raio x, em duas frações granulométricas de 30 a 19 mm e de 19mm a 7mm. Segundo ela, o objetivo era uma pré-concentração do minério diminuindo os efeitos da diluição da mina.

“Conseguimos um resultado positivo, com um enriquecimento médio de 20%, um teor de ferro no meio concentrado baixo. Com relação a recuperação metalúrgica, conseguimos 93%, sendo que o 7% perdido foi majoritariamente relacionado ao lítio presente no xisto, que é a rocha encaixante. E no ferro, a recuperação metalúrgica foi de 36%, indicando que de fato o ferro foi direcionado para o rejeito”, detalha.

Depois, foram feitos os primeiros ensaios de recuperação em HLS Rougher. Segundo Nathalia, o objetivo era entender o grau de liberação do minério em Salinas. Foram feitos testes com quatro amostras e o resultado apresentado foi de liberação entre 6,4mm e 7,5mm.

A principal conclusão foi que para tirar uma recuperação entre 70% e 80%, a gente precisa trabalhar com o top size de 6,4mm a 7,5mm, ou seja, nossa liberação é fina. Isso nos encaminha para fazer testes de flotação, porque vamos gerar mais finos por conta da liberação baixa.

“A conclusão é que o projeto Baixa Grande é viável operando com DMS e flotação. Com base nos testes, a nossa recuperação de Lítio foi de 75% e a recuperação em massa de 20%”, concluiu Nathalia Mesquita.

Fonte: Revista OE.
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