Etanol de milho alcançará a cana em 2034, prevê Datagro

Etanol de milho alcançará a cana em 2034, prevê Datagro
22 de outubro de 2025

Em menos de dez anos, produção de etanol de milho atingirá 24,7 bilhões de litros, patamar semelhante ao do biocombustível de cana, diz Plinio Nastari

A pujança do etanol de milho ganhou números atualizados: até a safra 2034/35, a oferta do biocombustível feito a partir do cereal vai igualar o patamar atual da produção de etanol a partir da cana.

A previsão é de Plinio Nastari, presidente e fundador da consultoria agrícola Datagro. Em sua tradicional estimativa pré-safra, Nastari apresentou projeções atualizadas sobre a produção de etanol de milho. Segundo ele, há atualmente 25 plantas em operação, 18 em construção e 19 em fase de projeto.

A capacidade de produção dessas usinas é estimada em 11,14 bilhões de litros, com a produção efetiva na safra 2025/26 projetada em 10,2 bilhões de litros.

Nesse pipeline, incluindo os prazos até que as novas usinas estejam operando em 100% de seus potenciais, a capacidade de produção de etanol de milho vai aumentar entre 3 bilhões e 3,5 bilhões de litros até o fim de 2026. E deve saltar para 24,72 bilhões de litros até 2034, de acordo com a Datagro.

Com isso, a produção de etanol de milho atingirá patamar equivalente ao da atual produção baseada na cana, projetada pela consultoria em 25,99 bilhões de litros na safra 2025/26.

“A rápida expansão do etanol de milho está mudando a escala de produção. Ele está indo para outros estados, o que significa que vamos ter etanol disponível localmente nessas regiões, abrindo uma perspectiva de aumento de consumo”, disse Nastari.

Em sua apresentação — ponto alto da 25ª edição da Conferência do Açúcar e do Etanol da Datagro, que neste ano celebrou também os 50 anos do Proálcool —, Nastari destacou a expansão das usinas no Nordeste.

O movimento, afirmou, deve reduzir o déficit regional de etanol e, por reflexo, fazer sobrar biocombustível no Centro-Sul que deixará de ser transportado.

Nos números da Datagro, o déficit no Nordeste deve cair mais de 400 milhões de litros na safra 2025/26 na comparação com 2024/25, o equivalente a 10%. Até 2030, a estimativa é que caia 85%.

Etanol de milho segue competitivo

Nastari salientou ainda a manutenção da competitividade do etanol de milho. Segundo a Datagro, o custo do litro de álcool etílico hidratado deve oscilar entre R$ 2,02 e R$ 2,30 na próxima safra, ante um custo por litro de etanol a partir da cana estimado em R$ 2,86.

Esse patamar deve ser suficiente para suplantar o crescimento recente no preço do DDG, puxado por um aumento de quase 20% na demanda chinesa.

O custo baixo de produção deve ser capaz também de compensar um aumento no custo da biomassa a partir do eucalipto, a principal fonte de energia nas usinas, hoje estimado em R$ 7,71 por saca de milho.

“Seis anos atrás, o cavaco de madeira custava R$ 120 a tonelada. Hoje, está custando R$ 240, e tem usinas mais distantes pagando R$ 500 a tonelada”, disse Nastari.

 

Fonte: TheAgriBiz.
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