Uma novidade que promete movimentar o mercado offshore brasileiro. A centenária EBSE está expandindo sua atuação e agora está atuando no setor de apoio marítimo. O movimento ocorre após uma parceria firmada entre a empresa brasileira e a mexicana Cotemar – especializada em afretamento de navios, logística e manutenção de plataformas no Golfo do México. Para liderar essa nova etapa de expansão, a EBSE anunciou o executivo Bernardo Cunha como seu novo diretor comercial e de novos negócios. Em entrevista ao Petronotícias, ele explicou que a companhia está se transformando em uma EBN (Empresa Brasileira de Navegação) para atender às demandas do mercado nesse setor. “A EBSE possui um histórico sólido de entrega de soluções industriais complexas, e essa competência será essencial para atender às exigências técnicas e regulatórias do mercado de apoio marítimo, especialmente em áreas como desmantelamento sustentável, reparo naval e suporte logístico offshore”, afirmou. Cunha acrescentou que a EBSE vai usar seu backlog industrial como alavanca para o afretamento de navios, aproveitando sinergias operacionais e logísticas que proporcionarão a geração de receita recorrente. Por fim, o executivo destacou que a empresa planeja aumentar a produtividade de seu parque fabril para fornecer produtos aos consórcios ganhadores de obras que estão sendo atualmente licitadas pela Petrobrás.
Quais serão os seus principais desafios à frente da Diretoria Comercial e de Novos Negócios da EBSE?
Como diretor de novos negócios da EBSE, empresa centenária e reconhecida por sua excelência em caldeiraria, tubos, fabricação de módulos e skids, um dos meus desafios é implementar uma estratégia de fortalecimento da nossa posição competitiva por meio da diversificação para o mercado de apoio marítimo. Esta iniciativa é a criação de valor único e sustentável para a empresa. A EBSE está se transformando em uma EBN para atender às demandas do mercado nesse setor.
Que tipo de oportunidades a EBSE está buscando no mercado de apoio marítimo?
Recentemente, assinamos um contrato de parceria com a Cotemar, uma empresa mexicana especializada em afretamento de navios, logística e manutenção de plataformas no Golfo do México. Essa joint venture com uma empresa renomada e consolidada no setor nos permitirá acelerar o acesso a capacidades operacionais, conhecimento técnico e presença de mercado. Esta parceria estratégica não apenas amplia nosso portfólio de atuação, como também reforça nossa proposta de valor ao integrar nossa expertise industrial com demandas específicas do setor marítimo.
Como a EBSE pretende participar desse mercado?
A EBSE possui um histórico sólido de entrega de soluções industriais complexas, e essa competência será essencial para atender às exigências técnicas e regulatórias do mercado de apoio marítimo, especialmente em áreas como desmantelamento sustentável, reparo naval e suporte logístico offshore. Estudos recentes indicam que há mais de 500 embarcações de apoio marítimo em operação no Brasil, com expectativa de crescimento contínuo devido à expansão de plataformas offshore, como as previstas para o pré-sal até 2040.
Quais são as principais estratégias para o crescimento da empresa nesse novo mercado?
Pretendemos utilizar nosso backlog industrial como alavanca para o afretamento de navios, aproveitando sinergias operacionais e logísticas que nos permitirão gerar receita recorrente e ampliar nossa presença no setor. A estratégia de afretamento será orientada por critérios de conteúdo local e sustentabilidade, alinhando-se às exigências da ANP e às diretrizes ambientais vigentes.
A partir de que momento vocês identificaram o mercado de apoio marítimo como uma porta para novos negócios? O que despertou esse interesse?
Como falei anteriormente, verificamos a demanda do mercado por esses equipamentos e navios, impulsionada pelas novas descobertas no pré-sal, pela Margem Equatorial e pela exploração de novos campos pelas operadoras.
Qual a expectativa para o restante do ano em relação a negócios e novidades no setor de apoio marítimo?
A expectativa é a melhor possível. Essa diversificação representa uma mudança deliberada na trajetória da EBSE, com foco em inovação, parcerias estratégicas e expansão de mercado. Trata-se de uma escolha consciente de posicionamento, que visa não apenas competir, mas redefinir nossa atuação em um setor em transformação, contribuindo para a transição energética e a economia circular.
E em relação ao mercado de óleo e gás como um todo? Quais são suas expectativas para o restante deste ano?
O mercado de óleo e gás está aquecido. Além da nossa incursão no apoio marítimo, estamos focados no aumento da nossa produtividade em nosso parque fabril visando, dentre outras oportunidades, fornecer nossos produtos aos consórcios ganhadores das obras da RNEST (Refinaria Abreu e Lima) e Complexo Boaventura (antigo Comperj), bem como atender as necessidades dos futuros ganhadores dos bids de SEAP I e II. Esse é o nosso desafio.