Está mesmo próximo o acordo para a gestora IG4 Capital herdar uma dívida multibilionária da antiga Odebrecht com cinco grandes bancos – e, por tabela, assumir o controle da Braskem.
É o que mostra um ofício enviado pelo BNDES em resposta a um pedido da Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado, presidida por Dr. Hiran (PP-RR).
Segundo o documento, equipes técnicas já trabalham na papelada para submeter os termos da transação aos órgãos de controle interno do banco público.
Os outros credores da Novonor, como passou a se chamar a construtora depois da Lava-Jato, são Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil.
Segundo senadores da CTFC que questionam a possível operação, como Sergio Moro (União Brasil-PR), a dívida da antiga Odebrecht com credores que tem ações da Braskem como garantia chega a 19 bilhões de reais.
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Pelo modelo discutido na negociação entre todas essas partes, a IG4 Capital passaria a ser titular de todas as ações da Braskem hoje pertencentes à Novonor – pouco mais da metade – assumindo o controle da petroquímica.
Para os bancos credores, a triangulação é uma tentativa de recuperar o dinheiro emprestado, tempos atrás, à Odebrecht.
No documento enviado à comissão do Senado, o BNDES diz ser a instituição com a menor exposição financeira entre as cinco.
O banco de desenvolvimento também informa no documento que o grupo de credores busca, há alguns anos, a monetização da garantia – as ações da Braskem – , mas não teve êxito até o momento.
O BNDES atribui o impasse para recuperar o crédito principalmente à tragédia socioambiental provocada pela petroquímica em Maceió (AL), onde suas atividades de mineração no subsolo provocaram o afundamento de bairros inteiros, desalojando centenas de famílias.