Data centers pressionam rede elétrica e dominam pedidos de acesso ao sistema de transmissão

Data centers pressionam rede elétrica e dominam pedidos de acesso ao sistema de transmissão
25 de setembro de 2025

O boom dos data centers no Brasil já começa a se refletir diretamente no setor elétrico. Segundo o gerente de Planejamento Elétrico de Médio Prazo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Bruno Sessa, mais da metade das solicitações recentes de acesso à rede de consumidores livres estão ligadas a esse tipo de empreendimento. A informação é da Capital Digital.

Durante apresentação em evento do setor, Sessa revelou que, das 23 solicitações de acesso registradas na semana anterior, 14 eram de data centers. “Isso mostra que já não se trata mais de uma tendência futura, mas de uma realidade concreta”, afirmou.

O levantamento mostra que até 2019 as solicitações eram praticamente irrelevantes — apenas duas naquele ano. Já em 2020 não houve nenhum pedido. Mas entre 2024 e 2025 o cenário mudou: as solicitações explodiram, impulsionadas por data centers e também por projetos de hidrogênio verde.

O estado de São Paulo concentra a maior parte da demanda: das 22 solicitações de acesso de data centers registradas até o momento, 17 estão em território paulista. Algumas delas chegam a pedir 300 MW em uma única conexão à rede básica — volumes comparáveis ao consumo de cidades inteiras.

De acordo com o ONS, as solicitações estão espalhadas por estados como Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul, mas é em São Paulo que os gargalos aparecem com mais força. A região de Bom Jardim foi citada como uma das mais críticas.

Atualmente, o estado tem pedidos que somam quase 2 GW na rede básica, 1,4 GW na rede DIT (Distribuição Interna de Transmissão, quase uma “segunda rede básica”) e cerca de 4 GW via distribuidoras. “Nem todas essas solicitações são viáveis. A rede DIT, por exemplo, já está próxima do esgotamento”, disse Cessa.

Emae compra títulos da Light e Tanure reforça aposta na elétrica do Rio

A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) celebrou com o BTG Pactual um acordo para a aquisição de R$250 milhões em debêntures conversíveis, bônus de subscrição e títulos de dívida emitidos no exterior (bonds) da Light. A aquisição pode ampliar futuramente a posição acionária de Nelson Tanure na concessionária de energia elétrica do Rio de Janeiro, uma vez que o empresário é detentor de fatia importante em ambas as empresas por meio de seus fundos.

De acordo com a Coluna do Broad, a aquisição do lote do BTG ainda depende de aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Tanure é sócio de referência na Light, na qual detém 18,94% do capital, e também na Phoenix Água e Energia, controladora da Emae, com 75,8% das ações ordinárias da geradora. Desde que comprou a Emae, em leilão de privatização realizado em abril do ano passado, Tanure não esconde planos de longo prazo de crescimento e consolidação dos dois ativos. Por ocasião da vitória na disputa pela estatal paulista, representante do então “consórcio Phoenix” salientou as possibilidades de combinação dos negócios no segmento de geração e a presença em dois dos principais mercados de energia do País.

Outro acionista que se tornou relevante na Light é o próprio BTG Pactual, que passou a ter uma participação de 14,81% na elétrica no pacote de ativos de R$1,5 bilhão que adquiriu de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, que enfrenta problemas de liquidez.

Brasil e mais 16 países assinam carta por transição energética justa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros 16 chefes de Estado e de governo assinaram, nesta segunda-feira (22/9), uma carta conjunta em defesa da transição energética justa e equitativa.

De acordo com a agência Eixos, o texto destaca a urgência em acelerar a produção e o consumo de energias limpas, tendo como referência os compromissos assumidos na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP28).

A divulgação do acordo ocorre em Nova York, nos Estados Unidos, durante a abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e a realização da New York Climate Week. O documento também prepara terreno para as discussões que acontecerão na COP30, em Belém, no mês de novembro.

Assinam o documento representantes de: Austrália, Bangladesh, Barbados, Brasil, Canadá, República Democrática do Congo, Comissão Europeia, Granada, Haiti, Jamaica, Quênia, Noruega, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Uruguai, Agência Internacional de Energia (IEA) e Agência Internacional de Energia Renovável.

Alemanha e França fazem as pazes sobre hidrogênio nuclear

As duas maiores economias da União Europeia (UE), França e Alemanha, estão cada vez mais alinhadas. O novo chanceler Friedrich Merz e o presidente Emmanuel Macron vêm construindo uma relação marcada por proximidade pessoal e convergência estratégica — inclusive em um tema historicamente divisor, a energia nuclear. A matéria é da agência Eixos.

No fim de agosto, uma nota conjunta entre Paris e Berlim sinalizou um marco político. Pela primeira vez em anos, os dois países se comprometeram a trabalhar juntos em propostas conjuntas para a transição energética da União Europeia.

Uma delas, “a não discriminação entre todas as tecnologias energéticas líquidas zero e de baixo carbono em sua respectiva contribuição para as metas europeias de energia, sustentabilidade e clima”.

Outras poderiam envolver “alterações específicas a algumas regras europeias relevantes para a energia”.

A novidade abre caminho para a inclusão do chamado hidrogênio rosa, produzido a partir da eletrólise com eletricidade nuclear, entre as fontes aptas a receber subsídios do bloco.

MME lança Portal Brasileiro de Hidrogênio

Ministério de Minas e Energia (MME) lançou, nesta segunda-feira (22/09), o Portal Brasileiro de Hidrogênio. A iniciativa, em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), representa um marco na consolidação da Política Nacional de Hidrogênio (PNH2) e busca posicionar o Brasil como protagonista no mercado global de hidrogênio de baixa emissão de carbono.

De acordo com o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Gustavo Ataíde, o lançamento é resultado de um compromisso assumido pelo país no Diálogo de Alto Nível em Energia da ONU, em 2021. “O Portal é um compromisso antigo do Brasil e é um marco importante para consolidar a política de hidrogênio, que recentemente teve seu marco legal sancionado. Mas não vamos parar por aqui, nas próximas semanas, nos próximos meses, vamos avançar com a regulamentação. O objetivo do portal é disponibilizar dados confiáveis, orientar investimentos e dar mais transparência para toda essa atuação”, afirmou.

O portal reúne informações estratégicas sobre o hidrogênio de baixa emissão de carbono, organizadas em torno dos eixos do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2). A plataforma vai permitir o acesso a dados e análises sobre o fortalecimento da base científico-tecnológica, capacitação de profissionais, planejamento energético, aprimoramento regulatório, além do incentivo à neoindustrialização e à abertura de mercados.

Para a diretora do Departamento de Transição Energética do MME, Karina Sousa, o lançamento simboliza mais do que um avanço tecnológico. “Trata-se de um instrumento que fortalece a governança do setor e amplia a transparência das ações do governo. A iniciativa vai contribuir para promover as diretrizes nacionais para o hidrogênio de baixa emissão oferecendo informações qualificadas para investidores, gestores públicos e sociedade civil”, disse.

O desenvolvimento do portal contou com financiamento do programa UK-SIP, por meio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Coordenado pelo MME, com apoio técnico da EPE, o projeto reforça a estratégia brasileira de transformar o hidrogênio em vetor energético competitivo e sustentável. Com essa ferramenta, o Brasil dá mais um passo decisivo para consolidar sua posição de liderança na transição energética e no enfrentamento das mudanças climáticas.

PANORAMA DA MÍDIA

O jornal O Globo publica que o Governo Federal aumentou o bloqueio de despesas no Orçamento de 2025 nesta segunda-feira, para R$12,1 bilhões. A contenção era antes de R$10,7 bilhões, conforme o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 4º bimestre deste ano. A ampliação do congelamento ficou dentro do esperado por economistas do mercado financeiro.

CNN Money explica que mesmo com o aumento do bloqueio, não houve contingenciamento, pois o déficit estimado de R$30,2 bilhões permanece dentro da meta estabelecida pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), segundo o documento divulgado.

Fonte: MegaWhat.
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