A BRASKEM VENCE OS DESAFIOS DE 2025 E ACREDITA EM SEU PLANEJAMENTO PARA PERMANECER LÍDER NA PETROQUÍMICA GLOBAL

A BRASKEM VENCE OS DESAFIOS DE 2025 E ACREDITA EM SEU PLANEJAMENTO PARA PERMANECER LÍDER NA PETROQUÍMICA GLOBAL
2 de dezembro de 2025

Este dia 1º de dezembro marca o início do último mês do ano e também o início do nosso projeto Perspectivas 2026, que já entra em seu 16º ano e que pretende revelar para os nossos leitores as agruras e as satisfações que as empresas brasileiras de diversos setores tiveram que passar neste 2025. Além disso, trazer ideias para o debate para que a economia brasileira possa ficar cada vez mais forte, criando empregos, renda e estabilidade para o país. E para fazer a abertura deste projeto, convidamos o Presidente da Braskem, Roberto Prisco Paraíso Ramos, que faz um raio X da atuação da empresa, além de contribuir com a sua visão de futuro. A Braskem é uma empresa global com unidades industriais localizadas no Brasil, Estados Unidos, Alemanha e México. Líder na produção de resinas termoplásticas nas Américas e 6ª maior petroquímica do mundo. É pioneira e a maior produtora de biopolímeros do mundo, exportando o polietileno renovável para mais de 40 países, além  de ser a maior produtora de polipropileno nos Estados Unidos. A empresa está inserida no setor químico e petroquímico, que tem participação relevante em inúmeras cadeias produtivas e é essencial para o desenvolvimento econômico.

A companhia continuará fortalecendo a sua posição com o desenvolvimento de novas soluções renováveis, alavancando atributos que levam a diferenciação e a resiliência para a sua marca diante dos ciclos petroquímicos. A companhia também apresentou avanços nas iniciativas para aumentar a competitividade das operações, que tem como objetivo garantir a perpetuidade do negócio. Nesta entrevista, Roberto Ramos deixa sinais para quem quiser seguir o caminho ideal para novas construções de negócios e sucesso nas realizações. Deixa claro a sua vasta experiência no segmento e proporciona boas informações para quem tiver humildade para seguir os bons exemplos também em busca da vitória. Vamos às suas opiniões e informações:

– O ano foi marcado por inúmeras nuances onde as empresas tiveram que se reinventar em alguns momentos. Como foi 2025 para a Braskem?

– O ano de 2025 foi marcado por um ambiente desafiador para a indústria petroquímica global, com a manutenção de um ciclo prolongado de baixa e elevada volatilidade nos mercados internacionais. A Braskem segue com foco na implementação das iniciativas previstas em seu Programa Global de Resiliência e Transformação, de modo a considerar os relevantes impactos decorrentes do ciclo de baixa. Neste sentido, a companhia tem adotado medidas voltadas à geração sustentável de valor, com ênfase na maximização do EBITDA e na mitigação do consumo de caixa.

O Programa de Resiliência da Braskem tem como objetivo implementar iniciativas táticas das operações e processos da companhia e está estruturado em dois pilares:  iniciativas com impacto em EBITDA e geração de caixa de curto prazo; e ações de defesa da competitividade da indústria química brasileira. Com foco na construção de uma Braskem mais competitiva, resiliente e sustentável, o Programa de Transformação reúne iniciativas que sustentam a perpetuidade do negócio e está estruturado em três pilares:  otimização base nafta;  aumento e flexibilidade da base gás; e  migração para produtos com fonte renováveis.

Além disso, foram implementadas uma série de iniciativas na Braskem com impacto em EBITDA como: otimizações comerciais, redução de custos logísticos, energia, suprimentos, insumos e matérias-primas, otimização dos níveis de estoque e monetização de créditos fiscais. Tais ações combinadas geraram um impacto positivo de cerca de US$ 240 MM em EBITDA e de aproximadamente US$ 330 MM em caixa no acumulado do ano, em comparação ao orçamento do plano de negócios da companhia para 2025.

Com relação ao programa de transformação, a companhia também apresentou avanços nas iniciativas para aumentar a competitividade das operações o, que tem como objetivo garantir a perpetuidade do negócio. Iniciando pelo Transforma Alagoas, destacamos o início das ações para aumentar a competitividade das operações de PVC e torná-las mais sustentáveis. A planta de cloro-soda, em Alagoas, será transformada em uma unidade dedicada à movimentação de volumes de EDC, matéria-prima para fabricação do PVC.

Outro destaque é o Transforma Rio que também reflete os pilares do movimento Braskem Transforma: otimização de ativos, ampliação da base gás e liderança global em soluções renováveis. É um passo concreto para consolidar a companhia como potência transformadora da indústria química e parceira estratégica. Esse projeto adicionará 220 kt/ano de capacidade de eteno, com expansão equivalente de PE, o que aumentará a participação do gás no perfil de matérias-primas da Braskem.

Neste ano, tivemos também o direcionamento “Switch to gas and fly up to green” e buscamos o aumento da base gás, com a viabilização de projetos de aumento de capacidade base gás e a migração para os bioplásticos, com a implementação dos projetos bio-based. A Braskem é pioneira e a maior produtora de biopolímeros do mercado. Por isso, continuará fortalecendo sua posição com o desenvolvimento de novas soluções renováveis, alavancando atributos únicos que trazem diferenciação e resiliência para a marca diante dos ciclos petroquímicos.

– Dentro da realidade brasileira e da economia atual, quais seriam as medidas mais acertadas para que as coisas pudessem melhorar?

– Em um contexto de baixo crescimento, elevada ociosidade industrial e forte pressão competitiva internacional, o Brasil precisa avançar em medidas estruturantes que fortaleçam a competitividade da indústria e estimulem um ambiente econômico mais previsível. Para o setor químico, que hoje opera com cerca de 36% de ociosidade, que foi considera o pior nível em 30 anos, segundo dados do setor, algumas ações são essenciais.

A primeira delas é o avanço de uma agenda regulatória robusta, com destaque para a aprovação do Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (PL 892/2025), que irá destravar investimentos, reduzir emissões, ampliar a produção nacional e fortalecer cadeias estratégicas, de modo a gerar empregos e aumentar a arrecadação do país. A companhia vê o programa como determinante para reverter a perda de competitividade e reduzir a dependência brasileira de importações em itens essenciais.

Além disso, é fundamental garantir condições justas de competição, por meio de mecanismos de defesa comercial, como a investigação antidumping sobre o PE, para neutralizar práticas desleais e proteger a produção nacional diante do excesso de oferta global e do diferencial de custos entre as regiões produtoras. Essas medidas são técnicas, amparadas pela OMC, e buscam apenas equilibrar o mercado.

Outro ponto é que o país precisa seguir com uma política industrial orientada à eficiência, inovação e sustentabilidade, de modo a estimular investimentos em tecnologias limpas, economia circular, diversificação de matérias-primas e utilização competitiva do gás como insumo industrial. Projetos como o Transforma Rio, que ampliam a capacidade produtiva e modernizam o parque petroquímico com menor impacto ambiental, vão nessa direção e mostram o potencial de expansão da indústria brasileira com segurança de abastecimento e geração de empregos qualificados.

Hoje, a Braskem é a maior produtora de biopolímeros do mundo e exporta o polietileno renovável para mais de 40 países. A companhia entende que para promover o crescimento mais sustentável e ampliar a oferta de bioprodutos, que contribuam efetivamente para o enfrentamento das mudanças climáticas, é fundamental que existam políticas públicas consistentes e integradas. É preciso que haja o estímulo para metas de conteúdo de base renovável, redução nos custos de aquisição de biomassa, fomento à pesquisa, inovação e ao desenvolvimento de materiais com conteúdo de base biológica, além dos biocombustíveis.

 – Quais os problemas atuais que pode ser visto como um risco à nossa estabilidade política e econômica?

Hoje, o principal risco à estabilidade econômica está na combinação entre baixa competitividade industrial, alto nível de ociosidade e forte pressão das importações, especialmente em setores estratégicos como o químico. Esse ambiente é agravado por práticas de comércio desleal no mercado internacional, como importações a preços artificialmente baixos, que pressionam ainda mais a produção local. Sem mecanismos adequados de defesa comercial, como o antidumping, a dinâmica de competição desigual se aprofunda e fragiliza o setor produtivo nacional.

Outro ponto de atenção é a necessidade de uma agenda regulatória moderna e previsível, capaz de destravar investimentos e dar segurança jurídica. A demora na aprovação de marcos estratégicos — como o PRESIQ, que estimulará a inovação, descarbonização e maior produtividade industrial — limita o avanço da reindustrialização e reduz a capacidade do país de responder a desafios globaise internos.

Por fim, o Brasil ainda convive com custos estruturais elevados, volatilidade externa e pressões geopolíticas internacionais que afetam cadeias globais de suprimentos. Esses fatores, somados, reforçam a importância de políticas públicas estáveis, a competitividade regulatória e o fortalecimento da indústria nacional para proteger a estabilidade econômica no médio e longo prazo.

– Quais são as Perspectivas para 2026? Mais otimista ou mais pessimista? O que fazer para termos um ano melhor?

– Seguiremos avançando com as iniciativas de transformação dos nossos ativos para ampliarmos, de forma contínua, a competitividade, a eficiência e a sustentabilidade do nosso negócio. Dessa forma, tornaremos a Braskem mais preparada para enfrentar as adversidades do cenário petroquímico global no futuro, garantindo a sua perpetuidade.

Em relação às iniciativas de contingência para o ciclo petroquímico, com foco na preservação financeira e no fluxo de caixa, seguiremos com foco na implementação de medidas que mitiguem os impactos do ciclo de baixa sobre o resultado e o fluxo de caixa da companhia. Adicionalmente, a Braskem reafirma seu compromisso com a competitividade da indústria química brasileira e, em conjunto com associações, clientes, fornecedores e a sociedade, continuará promovendo iniciativas que garantam condições equânimes e uma competitividade justa para a indústria brasileira, contribuindo de forma consistente para o desenvolvimento do setor.

Outra questão é o mercado para 2026. Entendemos que o setor petroquímico seguirá no ciclo de baixa mais longo de sua história, sendo marcado por excesso de oferta global, demanda moderada e forte pressão das importações. E será fundamental que o país mantenha defesas comerciais eficazes, como o antidumping, para equilibrar a concorrência com os mercados que operam com custos substancialmente menores e práticas de exportação agressivas.

Por fim, um 2026 melhor depende de um ambiente regulatório estável, disciplina financeira, investimentos focados em eficiência, e políticas que acelerem a transição energética e a modernização do parque industrial. Com esses pilares, será possível olhar para o próximo ano com expectativa de recuperação gradual e construção de um ciclo mais sustentável e competitivo para o setor e o país.

Fonte: Petronotícias.
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