Novonor, ex-Odebrecht, vai apresentar na segunda-feira plano para vender fatia na Braskem em bolsa

FONTE: Valor Econômico

O grupo baiano avalia que essa é a alternativa mais eficiente hoje para monetizar sua participação na petroquímica brasileira

A Novonor (antiga Odebrecht) vai apresentar nesta segunda-feira (20), aos seus credores, o plano de venda de suas ações em bolsa, apurou o Valor. O grupo baiano avalia que essa é a alternativa mais eficiente hoje para monetizar sua participação na petroquímica brasileira.

Dona de 50,1% do capital votante da companhia e de 38,3% do capital total, a fatia da Novonor na Braskem em bolsa vale hoje R$ 19,3 bilhões. Já a participação da Petrobras, que também é sócia da companhia, equivale a R$ 18,2 bilhões (36,1% do capital total). O valor de mercado da Braskem encerrou nesta sexta-feira em R$ 50,5 bilhões.

Duas fontes ouvidas pelo Valor afirmaram que a Novonor pretende realizar oferta subsequente de ações (follow-on) para se desfazer dos papéis preferenciais e ordinários. No entanto, o formato final da operação depende do caminho que a Petrobras vai tomar para vender suas ações, afirmou outra pessoa familiarizada com o assunto.

A venda das ações em bolsa permitirá que o grupo baiano pague as dívidas com os bancos credores. Os bancos com ações da Braskem em garantia têm a receber cerca de R$ 14 bilhões. Ao preço de hoje, se a Novonor vender a totalidade de sua fatia, ainda ficaria com até R$ 5,3 bilhões em dinheiro, sem considerar impostos.

Conforme as fontes, não há expectativa de que uma decisão seja tomada já na reunião desta segunda-feira, o terceiro encontro entre representantes da Novonor, da Petrobras e dos cinco bancos credores do grupo — Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) — para tratar sobre o modelo alternativo de venda da Braskem.

A estratégia de venda em bolsa ganhou corpo após a proposta original da Novonor, de buscar interessados em uma operação tradicional de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) não ter atraído um comprador único, ou consórcio de compradores, com uma oferta atraente pela petroquímica. A saída da Novonor via bolsa depende do aval dos bancos. Fontes afirmam que os bancos receberam bem a proposta inicialmente.

A estatal já reafirmou o desejo de vender sua posição, mas ainda não indicou como o fará. Caso também decida se desfazer das ações no mercado, terá de coordenar as eventuais ofertas subsequentes de ações ou vendas em bloco (operação conhecida como “block trade”). Procurada, a Novonor não comentou o assunto.