Inovação é marca de mineradoras baianas

FONTE: Correio da Bahia

Companhias reforçam investimentos em pesquisa e ciência, com foco na sustentabilidade
Inovar, palavra que tem origem no latim innovare, e que segundo a definição do dicionário Michaelis significa “produzir ou tornar algo novo; renovar; restaurar”. Nesse sentido, as mineradoras com atuação na Bahia desenvolvem iniciativas importantes, capazes de equilibrar o desenvolvimento econômico, ambiental e social.

A BAMIN, por exemplo, iniciou neste ano as operações de comércio exterior com o objetivo de se posicionar como player global na produção e comercialização de minério de ferro. O tipo do mineral que a companhia irá exportar é o DSO 65, o qual possui 65% de ferro em sua composição. Pela qualidade que possui (categoria premium), o minério extraído e beneficiado pela empresa permite a redução de emissões de CO2 no processo de siderurgia. Além disso, o processo de beneficiamento dispensa o uso de água e requer baixo consumo energético.

Na Yamana Gold, até pouco tempo atrás, os ventiladores das minas precisavam ser operados manualmente e, devido ao tamanho da propriedade e das minas, nem sempre era possível realizar esse desligamento. Essa realidade passou a mudar com o “Projeto de Automação do Sistema de Ventilação das Minas Subterrâneas”. Hoje, os ventiladores são comandados diretamente da Central de Controle da Mina. Dessa forma, lugares onde não há funcionários, ou que não haverá atividade durante o turno, são desligados através do comando remoto e religados quando há programação para atividade no local.

Desde que foi finalizada, há cerca de dois anos, a iniciativa já gerou uma economia de mais de  25 milhões de kW para a empresa – redução que equivale ao consumo de quase 11 mil residências durante um ano.

“A JMC possui diversas ações voltadas à economia de recursos naturais. A automação dos ventiladores secundários é um processo contínuo e deverá ser estendido para todos os ventiladores adquiridos recentemente. A economia de energia é muito importante e necessária”, afirma o gerente de Serviços Técnicos, Eduardo Soares.

O processo de beneficiamento do minério de ferro feito pela BAMIN dispensa o uso de água e requer baixo consumo energético

REFRIGERAÇÃO SUBTERRÂNEA

A segurança e o conforto dos trabalhadores das minas são imprescindíveis para a Mineração Caraíba. A empresa implantou a tecnologia de refrigeração subterrânea Howden, um sistema moderno que será instalado em quase 1.400 metros de profundidade, 105 quilômetros de galerias e 8.400 metros de rampas que terão controle de temperatura. Com isso, a companhia pretende proporcionar um ambiente mais agradável para os seus profissionais, além de aumentar a produtividade.

“A inovação faz parte de nossas melhorias contínuas. Por meio da criatividade das empresas, que aperfeiçoam seus processos produtivos e administrativos, torna-se possível atingir melhores resultados com o equilíbrio entre os agentes envolvidos (colaboradores, comunidades, autoridades e instituições sociais)”, destaca o diretor de Operações da Mineração Caraíba, Manoel Valério.

REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA

Dentro das operações em Itagibá, a Atlantic Nickel utiliza um circuito próprio de reaproveitamento que possibilita o retorno de 90% da água captada na planta de beneficiamento, cavas, pilhas e outras áreas, o que viabiliza a reutilização do recurso no processo produtivo. Isso faz com o que o consumo de água nova represente 10% do total, preservando a disponibilidade hídrica do Rio das Contas e do Rio do Peixe, os quais favorecem o abastecimento das comunidades locais.

A empresa conta, ainda, com uma estação de tratamento físico-químico de água que é composta por um sistema de floculação, coagulação e filtragem, obtendo uma eficiência média de 95% na remoção de impurezas. Além disso, a mineradora mantém em funcionamento constante duas estações de tratamento de efluentes, uma doméstica e outra industrial.

REFORÇAR INVESTIMENTOS

As práticas de inovação das mineradoras baianas são incentivadas pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).

“É preciso reforçar os investimentos em inovação. Quando nós investimos em inovação, pesquisa e ciência, foi quando houve grandes avanços no País. A sustentabilidade para mim é associar o uso racional do meio ambiente com a comida na mesa das pessoas, com a possibilidade de uma vida digna”, defende o presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm.

As ações das mineradoras baianas nesse sentido estão em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos em 2015 pelas Nações Unidas. O ODS 9, por exemplo, estabelece que o mundo deve, até 2030, “construir infraestruturas resilientes e promover a industrialização inclusiva e sustentável, além de fomentar a inovação”. No site da CBPM é possível conhecer outras inovações tecnológicas das principais empresas do setor: https://bit.ly/sumariocbpm.