Andali cresce no mercado de fertilizantes

FONTE: Valor Econômico

Joint venture planeja investimento de R$ 150 milhões em terminal e misturadora em Rio Verde (GO)

A Andali S/A, uma joint venture formada por CHS Agronegócios (50%), braço brasileiro da maior cooperativa agrícola dos Estados Unidos, BRFértil Fertilizantes (26,5%) e holdings de dois dos fundadores (23,5%), deverá investir R$ 150 milhões na construção e operação de um terminal de fertilizantes para transbordo ferroviário e em uma misturadora de adubos em Rio Verde, Goiás. Com os aportes, a companhia tem a expectativa de dobrar de tamanho nos próximos anos.

O empreendimento deve movimentar aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de nutrientes derivados do potássio, nitrogênio e fósforo anualmente, com uma capacidade de mistura (fabricação dos produtos finais usados pelos produtores rurais) da ordem de 700 mil toneladas.

A empresa firmou uma parceria de 30 anos com a Rumo, maior operadora de ferrovias do país, para fazer a movimentação dos fertilizantes do porto de Santos, no litoral paulista, até a cidade no sudoeste goiano, escolhida justamente pela posição geográfica.

A partir dali, a Andali fará o transbordo e a mistura de parte das cargas das controladoras – CHS e BRFértil – e espera abastecer misturadoras do leste e do nordeste de Mato Grosso, do Triângulo Mineiro e do sul de Tocantins, além de todo o Estado de Goiás. A distribuição aos produtores não é feita pela companhia.

A Andali quer aproveitar o crescimento da produção de grãos no Centro-Oeste para expandir os negócios. Quando o novo terminal estiver em plena operação, a empresa espera multiplicar o faturamento anual, dos atuais R$ 60 milhões para R$ 150 milhões, com impulso adicional no terminal de Rondonópolis (MT), onde são misturadas 900 mil toneladas atualmente e estocadas 270 mil toneladas para atender sete misturadoras. Cada terminal deverá faturar R$ 75 milhões por ano, e o número total de funcionários passará de 270 para 500.

Para os produtores da região, o terminal pode significar redução de custo, diz Rafael Vaccari Gonçalves, diretor-presidente da Andali. O Estado de Goiás importou 2,7 milhões de toneladas de fertilizantes em 2020, a maior parte por caminhão a partir do porto de Paranaguá, no Paraná.

“Vai gerar uma grande redução de custo para toda a cadeia e avanços na logística do agronegócio da região”, afirmou. “É um passo importante nesta parceria para desenvolvermos um eficiente ponto de movimentação de fertilizantes na região, já que o terminal será o principal da Malha Central”, disse o vice-presidente comercial da Rumo, Pedro Palma.

A aposta também é no maior consumo de fertilizantes no país em geral, que deve passar de 36 milhões de toneladas em 2019 para 42 milhões este ano, com a conversão de áreas de pastagens em lavouras e maior investimento dos agricultores. “A relação de troca de grãos pelos insumos está muito positiva e favorece o consumo”, destacou Rafael Vaccari.

Os recursos para o investimento já estão no caixa da Andali e foram captados a partir da emissão de debêntures e de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), liquidados no fim de março, no valor de R$ 146 milhões. As obras começaram em abril e a expectativa é que as operações tenham início no primeiro semestre de 2022.

O acordo prevê que a Andali fica responsável pelo investimento, operacionalização e gestão de toda a infraestrutura do terminal de fertilizantes. O montante investido no projeto compreende sede e sítios industriais, estrutura de armazenamento e equipamento de mistura para blends.