Obras na indústria naval de Angra dos Reis confirmadas
FONTE: Click Petróleo & Gás
FPSO da Teekay Offshore está a caminho do estaleiro Brasfels para obras de adaptação, operando em seguida sob contrato da Karoon Energy
Boas notícias para os profissionais da indústria naval. O estaleiro Brasfels em Angra dos Reis (RJ) está a espera do FPSO Piranema Spirit, pertencente a joint-venture Altera Infrastructure (ex-Teekay Offshore). A plataforma segue rumo ao estaleiro para obras de adaptação e posteriormente cumprirá um contrato da Altera com a australiana Karoon para produção no campo de Neon, na Bacia de Santos.
A Petrobras desmobilizou o FPSO Piranema Spirit, instalado no campo de Piranema, em Sergipe. A petroleira brasileira notificou a Altera Infrastructure (ex-Teekay Offshore) sobre a data em 2020, cumprindo procedimento contratual que exige aviso prévio de dez meses.
A desmobilização da plataforma gerou, na época, reações dentro do governo de Sergipe. Preocupados com a queda na arrecadação em meio à crise, autoridades locais fizeram pressão para manter o projeto em operação por mais um ano.
Produção local registrou forte queda acelerada diante da crise do preço do petróleo
A estratégia de desmobilizar o FPSO foi estudada pela Petrobras desde que a produção local começou a registrar forte queda, mas foi acelerada diante da crise do preço do petróleo. Nos últimos anos, o ativo vinha produzindo média de 2,5 mil bopd, ante a capacidade da planta de 30 mil bopd. Em abril, o volume foi reduzido para 862 bopd.
Único campo de águas profundas do estado de Sergipe, Piranema entrou em operação em 2007. A desmobilização do Piranema Spirit integra uma lista de unidades que serão desativadas por conta da crise e dos baixos indicadores dos projetos envolvidos.
Piranema foi o primeiro FPSO do mundo a utilizar o projeto de casco cilíndrico. A grande maioria dos FPSO’s são construídos a partir de cascos de navios do Tipo VLCC (Very Large Crude Carrier), “em fim de carreira”.
Altera Infrastructure e Karoon fecham contrato
A antecipação do cronograma de desmobilização do FPSO Piranema Spirit ocorre no momento em que a Altera Infrastructure negocia com a Karoon a utilização da unidade de produção no campo de Neon, na Bacia de Santos.
As empresas discutem o valor da taxa diária, e o grupo norueguês elabora um estudo (pré-FEED) para detalhar as adaptações necessárias na planta de produção da unidade e os custos da obra de adaptação, que será realizada em um estaleiro no Brasil.
O pré-FEED de Neon foi finalizado em outubro. O plano original da Karoon, elaborado antes da crise, previa que o projeto entraria em operação em 2023, interligado a dois poços horizontais produtores e um injetor de gás.
Ocyan e australiana Karoon oficializam contrato de FPSO Cidade de Itajaí com aquisição de Baúna
A joint-venture Altera&Ocyan expandiu seu portfolio de clientes na última sexta (06/11) com a assinatura de contrato de fretamento e operação do FPSO Cidade de Itajaí (CDI) com Karoon Energy Ltda (empresa listada na bolsa de valores da Austrália), que é a nova detentora da concessão do Bloco de águas rasas BM-S-40, onde fica o campo de Baúna, no sudeste da Bacia de Santos. A JV opera o CDI no campo de Baúna desde 2013 para a Petrobras.
A troca de clientes se deve à aquisição do bloco por parte da Karoon, que também expandiu o contrato com a Altera&Ocyan por mais quatro anos, o que garante a operação do CDI em Baúna até fevereiro de 2026, com a opção adicional de renovar por mais dois anos, ou seja, até 2028.
“Estamos entusiasmados em ter a Karoon como novo cliente e pelo fato da expansão do contrato, que venceria em fevereiro de 2022, com a Petrobras. A renovação ratifica que a Altera&Ocyan vem apresentando alta performance operacional e de segurança, o que agrega importante valor de mercado tanto para a nossa JV quanto para a nova operadora do campo”, comemora Jorge Mitidieri, vice-presidente de Serviços Integrados da Ocyan.
O FPSO Cidade de Itajaí alcançou a marca de mais de 109 milhões de barris de óleo produzidos com uptime operacional médio de 99,7%, desde o início das operações em 2013 até o momento. Operado pela joint-venture Altera&Ocyan (parceria 50/50 entre a Ocyan e a Altera Infrastructure), o FPSO apresenta índices de segurança e performance que reforçam o sucesso da operação.