Suzano se compromete a não demitir durante a pandemia de covid-19, diz presidente
FONTE: Valor Econômico
A Suzano se comprometeu a não demitir nenhum de seus funcionários diretos durante a crise da covid-19 e a arcar com os custos dos salários dos prestadores de serviços dispensados por ao menos 60 dias. Além disso, a produtora de celulose e papel decidiu antecipar para abril o pagamento de metade do 13º salário de seus empregados, o que normalmente acontece em novembro.
Em teleconferência com analistas e investidores para comentar as iniciativas para fazer frente à pandemia, o presidente da companhia, Walter Schalka, afirmou que as medidas já totalizam R$ 60 milhões. “Encomendamos ventiladores da China, que chegam ao Brasil na semana que vem e serão entregues para o governo federal e Estados em que a companhia opera”, disse o executivo. A Suzano também promoveu uma série de doações, incluindo 1 milhão de máscaras de proteção, do tipo N95, que está vindo da China e está apoiando financeiramente uma empresa brasileira de ventiladores, possibilitando a expansão do volume produzido.
Conforme Schalka, 100% dos funcionários administrativos da companhia estão trabalhando remotamente, assim como todos aqueles cujas posições não são essenciais para a operação das fábricas e, com exceção do escritório na China, todos os demais estão fechados.
“Nossas fábricas estão operando normalmente, com o efetivo mínimo”, comentou. Gestantes e trabalhadores com mais de 60 anos foram afastados durante a pandemia e alguns funcionários estão cumprindo quarentena. Conforme Schalka, a companhia teve até agora quatro casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, dos quais três já recuperados.
De acordo com o executivo, todas as paradas programadas em fábricas que estavam previstas para o segundo trimestre foram postergadas para a segunda metade do ano, por causa da pandemia de covid-19.
Até o momento, a companhia não teve problemas na operação ou ruptura na cadeia de suprimento, relacionadas às restrições impostas para conter avanço da doença, mas já definiu planos de contingência caso isso ocorra. “Temos planos de contingência para garantir a continuidade das operações”, comentou.
Uma das iniciativas foi ampliar o estoque de madeira e de outras matérias-primas nas fábricas, ao mesmo tempo em que começou a transferir parte dos volumes de celulose estocados em unidades ou perto delas para pontos mais próximos dos clientes. Com isso, comentou o executivo, é provável que haja aumento dos estoques de celulose nos terminais da China, Europa e Estados Unidos.
Conforme Schalka, a Suzano vai revisar os investimentos previstos para este ano e os novos números serão anunciados junto com os resultados do primeiro trimestre. O orçamento original da companhia previa desembolso total de R$ 4,4 bilhões, dos quais R$ 3,6 bilhões para manutenção e o restante para projetos de expansão e modernização, aquisição de florestas e investimentos em logística no Maranhão e em São Paulo.
Questionado sobre a possibilidade de a Suzano reduzir o ritmo de operação ou parar uma de suas fábricas de papel de imprimir e escrever, cuja demanda foi afetada pela crise, o executivo afirmou que, neste momento, não há planos nessa direção. “O mercado brasileiro está mais fraco, então estamos ampliando a exportação. Neste momento, não estamos alterando a produção de papel de imprimir e escrever, mas se for necessário, adotaremos outras medidas”, afirmou.