R$ 1,5 bilhão em carteira

FONTE: Portos & Navios

Setor portuário fecha ano com autorização de 20 novos terminais, sendo 14 para granéis líquidos
• A Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) considerou 2019 um ano positivo para o setor portuário privado brasileiro. De acordo com a associação, foram autorizados 20 novos terminais privados no último ano, o que representa uma carteira de investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão. O destaque entre os perfis de carga foram os granéis líquidos, que serão movimentados por 14 desses futuros terminais. A região Norte foi a mais beneficiada, com a criação de 11 novos terminais privados – mais da metade do que foi feito pelo setor ao longo do ano.

A avaliação da ATP é que o Norte terá ainda mais destaque nos próximos anos. Sete dos novos terminais da região foram construídos ao longo do Rio Amazonas e podem utilizar a saída marítima da Barra Norte, que já ocupa o 4º lugar do país em tonelagem de carga transportada. “Acreditamos que a região Norte tem alto potencial, seja pelo aumento da produção de bauxita e de grãos vindos do norte do Mato Grosso e de outras regiões próximas, como pela conclusão da BR-163”, afirma o presidente da ATP, Murillo Barbosa.

A associação representa 29 empresas, que juntas movimentam 60% da carga portuária brasileira. A ATP continua empenhada em aumentar a segurança da navegação na foz do Rio Amazonas e contribuir para eficiência logística local. O objetivo é que as embarcações possam ser totalmente carregadas, o que ainda não ocorre, trazendo economia que, no ano de 2018, representaria mais de US$ 57 milhões em frete com aumento de apenas um metro de calado para os navios que trafegam pela região. A ampliação de um metro, passando dos atuais 11,5 metros para 12,5 metros, permitiria passar das atuais 55 mil toneladas de carga por navio classe Panamax para, pelo menos, 63 mil toneladas.

Para 2020, a ATP espera o aumento na carteira de investimento. Ainda em 2019, foram feitos 16 novos anúncios públicos, dos quais 13 são pedidos para autorização de novos terminais e três são de alteração do perfil de carga movimentado. A estimativa de investimento é de R$ 7,7 bilhões. Entre os destaques, houve pedidos de autorizações de novos TUPs no Espírito Santo, com perspectiva de R$ 3,1 bilhões, e em Santos (SP), com R$ 2,8 bilhões.

A ATP entende que o setor portuário privado no Brasil ainda enfrenta muitos desafios, como questões de regulação, altos custos com praticagem e muita burocracia. “Os TUPs são uma tendência nacional e deveriam ser mais valorizados pelo governo. Contudo, estamos otimistas, pois temos um cenário onde a privatização é uma das bandeiras do governo e o investimento privado no setor portuário já vem superando expectativas”, enfatiza Barbosa.