Termelétricas vão dominar expansão da capacidade em 2025

Brasil vai ter maior expansão de geração térrmica em 12 anos, impulsionada por projetos a GNL

FONTE: Eixos.com.

NESTA EDIÇÃO. Aumento da capacidade termelétrica este ano será maior em mais de uma década.

Hidrelétricas querem participar de debate sobre cortes de geração.

Eletronuclear fará corte de gastos para tentar garantir continuidade das obras de Angra 3.

Acelen conclui primeira extração de óleo em escala industrial de macaúba.

EUA anunciam novas taxas sobre aço e alumínio.

O Brasil vai ter a maior expansão da capacidade instalada de usinas termelétricas este ano desde 2013, com um incremento de 3,18 GW previsto para 2025.

  • Grandes projetos a gás natural liquefeito estão programados para entrar em operação, como a UTE GNA II (RJ) e a UTE Barcarena (PA).
  • Ao todo, a previsão é de um incremento de 2,39 GW na capacidade instalada de térmicas a gás e de 793 MW nos projetos a biomassa.
  • No caso da biomassa, os projetos já começaram a se materializar: em janeiro, a usina a licor negro da Suzano no Mato Grosso do Sul, com 384 MW, foi liberada para operação comercial.

Segundo dados da Aneel divulgados na sexta (7/2), no total, a capacidade instalada de geração de energia elétrica deve crescer 9,95 GW no país em 2025.

Se confirmada, a expansão da potência instalada ficará ligeiramente abaixo das observadas em 2023 (10,32 GW) e em 2024 (10,85 GW).

Mas, se o cenário é de consolidação para as termelétricas, as renováveis devem ter uma desaceleração.

  • A previsão é um incremento de 3,76 GW na capacidade solar fotovoltaica em 2025, menor do que os 5,59 GW do ano passado.
  • eólica deve ter uma expansão de 2,44 GW este ano, abaixo dos 4,24 GW de 2024.
  • Essas fontes têm vivido um aumento das incertezas, em meio aos cortes de geração e à baixa expansão da demanda por eletricidade nos últimos anos.

Curtailment. As usinas hidrelétricas pretendem participar do debate em torno dos cortes de geração criticados pelos geradores solares e eólicos, indicou a Associação Brasileira de Geradores de Energia (Abrage) em uma nota. Os geradores pedem que sejam discutidas compensações a todas as fontes.

Corte de gastos. A Eletronuclear vai reduzir despesas e reorganizar sua estrutura para tentar equilibrar as contas e garantir a continuidade do projeto de Angra 3. A economia anual está estimada em R$ 3 milhões.

  • As medidas incluem corte de cargos de chefia, revisão de contratos, redução de gastos com pessoal e um plano de demissão voluntária. Veja os detalhes do plano.

De olho no mercado livre. A Comerc espera que a incorporação total pela Vibra ajude a companhia a ganhar mais capilaridade na comercialização de energia elétrica nas diferentes regiões do país. A distribuidora de combustíveis concluiu a compra da empresa do setor elétrico em janeiro de 2025, com a aquisição dos 50% restantes.

Por falar no ambiente livre…. Grandes grupos econômicos anunciaram acordos para consumir energia verde em suas atividades nas primeiras semanas de 2025. CCR, Ypê e Schulz passaram a optar por fontes renováveis, a partir de contratos de autoprodução.

Inflação. Os recuos nos preços da energia elétrica (-13,58%) e da passagem aérea (-17,43%) desaceleraram a inflação no varejo medida pelo Índice Geral de Preços — Disponibilidade Interna (IGP-DI) em janeiro, segundo a FGV.

Gás como matéria-prima. As discussões sobre o tema permeiam a proposta de uma nova política de incentivos no Congresso e os debates sobre as especificações do gás natural na ANP. Leia na gas week.

Infraestruturas críticas. O Comitê Nacional de Segurança de Infraestruturas Críticas, vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República (GSI), instituiu grupo de trabalho para a atualização da estratégia e do plano nacional sobre essas infraestruturas. A última versão aprovada do plano é de setembro de 2022.

  • Está prevista a instrução de 14 grupos técnicos setorizados, incluindo energia elétrica e petróleo, gás natural e biocombustíveis.

Hidrogênio na Europa. Regras, apesar de alinhadas com as metas climáticas do bloco, são criticadas por serem excessivamente restritivas, impedindo justamente o alcance da competitividade e do próprio desenvolvimento do mercado de hidrogênio, que ainda permanece travado pela incerteza de demanda. Leia na coluna de Gabriel Chiappini.

Hidrogênio no Brasil. A comissão especial sobre transição energética e produção de hidrogênio verde da Câmara dos Deputados vai discutir na terça-feira (11/2), às 14h30, no plenário 3, a proposta de criação do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixo Carbono (PHBC).

Bunker com biodiesel. A Petrobras fez a primeira venda de VLSFO (Very Low Sulfur Fuel Oil, em inglês) com 24% de biodiesel no mercado asiático, informou a estatal. A comercialização foi com a empresa Golden Island, fornecedora de bunker licenciada em Cingapura. A entrega do combustível será realizada durante o mês de fevereiro.

Macaúba. A Acelen Renováveis, empresa de energia criada do fundo Mubadala Capital, anunciou na sexta (7/2) a primeira extração de óleo em fluxo contínuo em escala industrial de macaúba no Acelen Agripark, em Montes Claros (MG). O objetivo é garantir matéria-prima para produção de 1 bilhão de litros de diesel verde e combustível sustentável para aviação (SAF, em inglês).

  • Mas esse não é o primeiro projeto que tenta escalar a macaúba para protagonizar a nova era da bioenergia. Entenda os desafios na Diálogos da Transição.

Parceria com o Japão. Representantes do Banco Japonês para Cooperação Internacional e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços discutiram na semana passada a possibilidade de financiamento de projetos de transição energética e economia verde no Brasil.

Emissões. A ANP lançou um painel dinâmico de emissões de gases de efeito estufa, ferramenta desenvolvida para monitorar e analisar as emissões do setor de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil.

  • O painel permite a visualização de dados comparativos entre bacias marítimas e terrestres, além de destacar a participação proporcional do metano nessas emissões.

P&D. A TotalEnergies e a QatarEnergy lançaram o projeto Mares, que vai analisar soluções para melhorar o processo de restauração de manguezais, com um estudo de caso no sítio Cananéia (SP).

  • A iniciativa é a terceira da parceria para projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento, que soma R$ 48 milhões em investimentos, com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa, energias de baixo carbono e biodiversidade.

Terras raras. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está disposto a oferecer a exploração de seus recursos minerais aos EUA, para manter o apoio da Casa Branca em sua campanha contra a invasão pela Rússia. O colega americano, Donald Trump, disse a ele, por telefone, estar interessado em um acordo que permita aos EUA explorar esses minérios. (Valor Econômico)

Mais taxas nos EUA. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que anunciará na segunda-feira (10) tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Em 2023, o Brasil foi o terceiro maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, segundo dados do Departamento de Comércio americano, atrás de Canadá e México. (G1)