Estaleiro Enseada vai ser vendido, incluindo o terminal portuário em operação

FONTE: Bahia Econômica

O estaleiro  Enseada, do grupo Novonor (ex-Odebrecht), localizado em Maragogipe, vai ser vendido. A empresa planeja colocar todos seus ativos à venda em 2025, segundo informou o presidente, Ricardo Ricardi ao jornal Valor Econômico.  O edital deverá sair em breve, para licitar até o primeiro semestre do ano que vem.

A empresa está em recuperação judicial desde 2019 e tenta pagar cerca de R$ 3 bilhões em dívidas. O grupo entrou em crise a partir de 2014, com o fim da política nacional de incentivos à indústria de construção naval. A venda será feita  dividindo a  companhia em três unidades, que serão oferecidas separadamente, de acordo com o seguinte esquema:

  • Venda do Terminal de Uso Privado (TUP), já em operação no local, para movimentar granéis minerais e vegetais ( o mais viável para a venda)
  • O estaleiro propriamente dito, que ora retoma as atividades após anos parado
  • E grande área com potencial para a indústria de equipamentos de geração renovável.

Na venda deverão entrar dois berços de atracação para TUP e os outros dois entrarão nas demais unidades de negócio. Todos ativos serão ofertados ao mercado em 2025, mas se não houver interesse, ou se o valor oferecido não for aceito pelos principais credores – Caixa e Banco do Brasil -, a empresa continuará operando as áreas e tentará vendê-los futuramente, explica Ricardi.

Hoje, a companhia vive um momento relevante para a recuperação do ativo, segundo o executivo. Após anos praticamente parado, o estaleiro voltará a construir embarcações. A empresa deverá construir 80 barcaças, com capacidade de transportar 2,9 mil toneladas cada, para a LHG Mining, empresa do grupo J&F. O contrato tem valor aproximado de R$ 500 milhões. No projeto, a Enseada entrou em consórcio com a Tenenge, um dos braços de construção da Novonor – o estaleiro tem 75% do negócio e a construtora, 25%.

“O contrato vai permitir que venham outros projetos. Vai afastar o risco de a empresa não estar operacional. Hoje, o mercado vê um risco de mobilização do estaleiro para projetos maiores. Temos participado de concorrências para projetos que mobilizariam 3 mil pessoas, mas nossa estrutura é muito pequena, então há dúvida sobre a capacidade de mobilização rápida para um projeto grande”, afirma o presidente ao jornal Valor.

A Enseada também está participando de concorrências para armadores das embarcações de apoio da Petrobras. Desde aquele ano, a principal atividade da Enseada é a movimentação portuária do TUP instalado no local, porém os volumes atuais estão aquém do potencial, segundo o executivo. Com informações do Valor Econômico.