Investimentos no setor global de FPSOS cresceram 50% e devem seguir em alta em 2024
FONTE: Petronotícias.
O mercado de FPSOs registrou um aumento de 50% nos investimentos — de US$ 6 bilhões para US$ 9 bilhões — relacionados ao capital de superfície de novos projetos em 2023, um movimento que deve continuar em 2024. O dado foi apresentado nesta semana pela consultoria Rystad Energy. Esse crescimento está amplamente concentrado na América do Sul, especialmente em Guiana e nos campos do pré-sal do Brasil, regiões que estão vendo alguns dos maiores projetos de FPSOs devido às significativas reservas de petróleo em seus campos offshore em águas profundas. Vários novos contratos de FPSOs foram concedidos e muitas embarcações estão agora em construção. Isso inclui grandes FPSOs com capacidades de produção superiores a 200.000 barris por dia, o que aumentará consideravelmente a produção global de petróleo.
“Ao longo da década, o CAPEX para FPSOs deve exceder US$ 70 bilhões, com aproximadamente 85% desse valor alocado para projetos na América do Sul, África e Ásia”, afirma o Chefe de Serviços Offshore da Rystad Energy, Oddmund Føre. A escala dos projetos de FPSO planejados nessas regiões destaca sua importância estratégica no cenário energético global. Mais de 90 projetos de FPSOs estavam previstos para serem aprovados entre 2021 e 2030, sublinhando a crescente dependência dessas unidades flutuantes de produção na indústria global de petróleo e gás.
À medida que a produção de petróleo e gás offshore se expande, espera-se que as emissões de dióxido de carbono (CO2) cresçam 27% em campos ligados a uma infraestrutura de FPSO até 2030. Essa é uma preocupação significativa, especialmente à medida que as grandes empresas de petróleo enfrentam uma pressão crescente para cumprir as regulamentações ambientais e reduzir suas emissões totais. Várias novas tecnologias estão sendo integradas aos FPSOs para reduzir a intensidade de carbono.
“Por exemplo, turbinas a gás de ciclo combinado estão sendo implementadas para melhorar a eficiência da geração de energia utilizando o calor residual, e sistemas de flare fechado estão recuperando gás que seria queimado e reinjetando-o de volta no processo de produção. Além disso, a tecnologia de captura de carbono pós-combustão está ganhando força, embora enfrente desafios em termos de espaço e peso nas topsides dos FPSOs”, explica Føre. O especialista diz ainda que o esforço para reduzir a intensidade de carbono nas operações de FPSOs é crucial, não apenas para a conformidade regulatória, mas também para garantir a viabilidade a longo prazo da produção de petróleo e gás offshore.
Ainda de acordo com Føre, o setor de FPSOs está em um momento crucial. “O investimento está crescendo, especialmente em regiões-chave como América do Sul, África e Ásia, posicionando essas áreas como os principais impulsionadores do crescimento futuro da produção de petróleo. Ao mesmo tempo, a indústria está lidando com o impacto ambiental de suas atividades”, avaliou.
Os esforços para adotar tecnologias de descarbonização e melhorar a eficiência operacional refletem a crescente conscientização do setor sobre a necessidade de práticas sustentáveis. À medida que o mercado continua a se expandir, a capacidade de equilibrar o crescimento da produção com a responsabilidade ambiental definirá o futuro dos projetos de FPSOs em todo o mundo.