Hidrogênio verde vai demandar três mil técnicos por ano no Brasil, aponta Senai
A produção de hidrogênio por eletrólise é vista como a área com maior potencial de crescimento nos próximos anos
FONTE: Eixos.com.
RIO – A indústria do hidrogênio verde no Brasil demandará a formação de quase tês mil técnicos especializados por ano para atender às necessidades de instalação, manutenção e renovação de sistemas desta nova tecnologia, de acordo com uma pesquisa recente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
O estudo, realizado em parceria com o projeto H2Brasil – da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ) –, destaca que apesar de o Brasil estar em uma posição privilegiada para expandir a produção de hidrogênio verde, o sucesso dessa nova indústria dependerá da capacitação de trabalhadores qualificados em diversas áreas técnicas e tecnológicas.
O estudo, feito pelo diretor do Instituto de Inovação e Tecnologia de Berlim, Marc Bovenschulte, entrevistou entre 7 e 21 de agosto 128 especialistas brasileiros em hidrogênio verde, distribuídos principalmente nas regiões Nordeste (42%) e Sudeste (39%).
Perfil dos trabalhadores
Os especialistas entrevistados no estudo estimaram que o Brasil precisará de 2.863 novos técnicos e trabalhadores qualificados anualmente para lidar com a instalação e operação das plantas de hidrogênio verde.
Além disso, haverá uma demanda por 2.248 trabalhadores semiqualificados e cientistas e engenheiros altamente especializados, especialmente em universidades e centros de pesquisa.
A produção de hidrogênio por eletrólise, que utiliza energia renovável para separar moléculas de água em hidrogênio e oxigênio, é vista como a área com maior potencial de crescimento nos próximos anos.
Pouco mais da metade (56%) dos entrevistados acreditam que essa será a principal fonte de expansão do hidrogênio no país, seguida pela produção de hidrogênio a partir de biomassa (49%).
O hidrogênio verde já conta com mais de 60 anúncios de projetos no Brasil, com investimentos estimados em R$ 188,7 bilhões. Somente o Porto de Pecém, no Ceará, concentra a maior parte desses aportes, com R$ 110,6 bilhões destinados à construção de plantas de produção, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).