Indústria brasileira do alumínio planeja investir R$ 30 bilhões até 2025, diz Abal
Segundo a Alcoa, o alumínio terá papel relevante na transição energética brasileira
FONTE: Valor Econômico
A indústria brasileira do alumínio tem R$ 30 bilhões em investimentos anunciados, que serão executados até 2025, disse a presidente-executiva da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Janaina Donas, na manhã desta terça-feira (9). Conforme a executiva, os recursos serão alocados em diferentes iniciativas, entre expansão de capacidade, migração para combustíveis renováveis, entre outras.
A Abal promove terça-feira e quarta-feira (10), em São Paulo, a 9ª edição do Congresso Internacional do Alumínio.
Na Alcoa Brasil, disse a diretora financeira Gisele Salvador, a relevância do setor para a transição energética representa oportunidade de novos investimentos. “O alumínio terá papel relevante na transição energética e a Alcoa vem fazendo isso, como deixar de usar diesel na produção de bauxita”, afirmou.
Conforme a executiva, esse projeto, que compreende investimentos relevantes na migração para o uso de energia elétrica nessa etapa do processo produtivo, será concluído em cerca de dois anos.
A Alcoa também está investindo na produção de alumínio no país, com o religamento da Alumar, no Maranhão, usando exclusivamente energia renovável. “Estamos modernizando para poder concorrer internamente e externamente”, contou.
Para o presidente da CBA, Luciano Alves, embora o momento seja desafiador para a indústria global, com demanda enfraquecida notadamente na China, é impossível não pensar no alumínio como uma meta estratégico e com um “futuro mais brilhante”.
Do ponto de vista estratégico, explicou, hoje o alumínio produzido no Brasil tem baixa pegada de carbono, por causa da utilização de material reciclado e de energia limpa. “Mas não é só produzir alumínio de baixo carbono, e sim produtos de alumínio, e permitir que o Brasil seja uma base exportadora”, disse.
Na avaliação de Alves, o Brasil está preparado para capturar as oportunidades que a transição energética trará para o alumínio. Além do mercado acima de 1,5 milhão de toneladas por ano, o país dispõe de energia renovável e de um ambiente geopolítico favorável a atrair mais investimentos de fora.
“Hoje a indústria global está em um momento de baixa demanda, também na China por causa da crise imobiliária, mas há perspectiva de melhora no futuro, com mais consumo e oferta, que hoje é controlada”, afirmou.
Para se beneficiar da melhora do ciclo, indicou o executivo, o país já adotou algumas medidas relevantes, como a reforma tributária, a discussão em torno do mercado de carbono e a adoção de uma medida compensatória para produtos de alumínio importados, no ano passado.