Petrobras negocia com potenciais parceiros da China e do Oriente Médio em volta a fertilizantes
Estratégia para entrar novamente na área inclui a criação de uma subsidiária no Oriente Médio, onde os países do Conselho de Cooperação do Golfo utilizam gás natural de baixo custo para produzir fertilizantes
FONTE: Valor Econômico
A Petrobras está em discussões com potenciais parceiros estrangeiros da China e do Oriente Médio para retornar ao setor de fertilizantes, crucial para o agronegócio do país.
A estatal brasileira está em negociações preliminares com a Sinopec para que a gigante petroquímica chinesa assuma uma participação em uma fábrica de fertilizantes inacabada no Mato Grosso do Sul, conhecida como UFN-III, disse o CEO Jean Paul Prates em entrevista à agência Bloomberg. A empresa chinesa fazia parte de um consórcio contratado para construir a planta antes da paralisação das obras.
“Em vez de prestadores de serviços, agora poderiam entrar como parceiros”, disse Prates, acrescentando que a Petrobras acaba de aprovar uma nova estrutura de gestão de fertilizantes.
A estratégia para entrar novamente no negócio inclui a criação de uma subsidiária no Oriente Médio, onde os países do Conselho de Cooperação do Golfo utilizam gás natural de baixo custo para produzir fertilizantes. A Petrobras poderia investir em fábricas de fertilizantes no Oriente Médio que exportam para o Brasil e, em troca, esses parceiros poderiam investir em projetos brasileiros, disse ele.
A petrolífera já foi uma importante produtora de fertilizantes, mas decidiu sair do negócio em 2018 sob a gestão anterior. A guerra na Ucrânia impactou as importações desses insumos agrícolas e elevou os preços a máximas de vários anos, e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende reconstruir a indústria nacional.
A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (28) um memorando de entendimento não vinculante com a Yara Brasil para explorar potenciais parcerias na produção e descarbonização de fertilizantes locais e produtos industriais. A companhia afirmou também que avalia uma fábrica de fertilizantes na Bolívia.
“O Brasil tem um agronegócio muito forte, com quase 100% de dependência de fertilizantes importados. Vemos isso como uma oportunidade de nicho especial”, disse Prates.