Leilão no Golfo do México marca retomada do interesse das petroleiras
Leilão de áreas de óleo e gás arrecadou US$ 382 milhões (R$ 1,8 bilhão) com a concessão de 311 blocos
FONTE: EPBR
O leilão de áreas exploratórias de óleo e gás do Golfo do México, nos Estados Unidos, arrecadou US$ 382 milhões (R$ 1,8 bilhão) com a concessão de 311 blocos nesta quarta-feira (20/12).
– Assim como no leilão da oferta permanente da ANP, na última semana, a concorrência norte-americana atraiu grandes empresas buscando projetos em águas profundas.
– O leilão teve a participação de 26 empresas, incluindo Shell, Chevron, bp e Equinor. As majors, junto com a Hess, desembolsaram US$ 223,5 milhões, mais da metade do valor total.
– Shell, Chevron, bp e Equinor também arremataram áreas exploratórias no Brasil, numa concorrência que acabou com 192 blocos comprados.
– No Golfo do México, a arrecadação foi 45% superior à do último leilão, em março. O aumento foi puxado pela maior concorrência por blocos em águas profundas, destacou a Wood Mackenzie.
– Ao todo, 83% das áreas concedidas são em águas profundas, em comparação a 66% no leilão anterior.
– “Esta foi a última oportunidade para as empresas reforçarem os portfólios regionais fora dos acordos farm-in e swaps até a próxima venda em 2025 e, sem surpresa, as empresas aproveitaram”, avaliou Mfon Usoro, analista da Wood Mackenzie.
– Veja os resultados completos do leilão de petróleo do Golfo do México.
– Analistas entendem que a guerra na Ucrânia e suas consequências para a segurança energética europeia fizeram com que as grandes empresas de petróleo e gás voltassem a olhar com mais atenção para projetos de exploração e produção de petróleo, mesmo com toda pressão contrária por conta dos impactos climáticos conhecidos.
– As discussões sobre transição energética passaram a incluir a segurança do fornecimento, o que incentivou países a voltar a fazer leilões de petróleo, como foi o caso dos EUA, que tinham suspendido as concorrências no primeiro ano do governo Biden.
Brent perto dos US$ 80. Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, impulsionados pelos ataques a navios no Mar Vermelho, que encarecem o transporte e ameaçam o fornecimento.
– O preço do Brent para fevereiro chegou a passar de US$ 80, mas não sustentou e fechou a US$ 79,70 por barril, alta de 0,59%. O WTI para o mesmo mês subiu 0,38%, a US$ 74,22 o barril.
Pernambuco amplia fatia na Copergás. O estado de Pernambuco exerceu oficialmente a opção para ampliar a participação no capital da distribuidora de gás natural do estado, a Copergás. O negócio é um desdobramento da venda do controle da antiga Gaspetro, hoje Commit.
– O objetivo do governo é chegar a 58,12% das ações ordinárias (com voto); e 29,06% do capital total. Já a Mitsui ampliaria para 44,88% das ordinárias e 70,94% do total.
– Essas informações foram antecipadas pelo político epbr, serviço premium da agência epbr.
Âmbar sobe no ranking. A aquisição da termelétrica de Araucária (484 MW), no Paraná, pela Âmbar Energia, vai alçar a empresa do grupo J&F ao posto de quarto maior parque de geração a gás natural do Brasil.
– Será a terceira térmica a gás da companhia, que já é dona da UTE Cuiabá, no Mato Grosso, e UTE Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, na fronteira com a Argentina.
Hidrogênio em combustíveis. A mistura de hidrogênio ao diesel pode trazer uma eficiência de 9% a 15%, já no caso da gasolina, o número chega a 20%, afirmou o pesquisador Robson Barreiros, do Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (Iati), à agência epbr. Veja a entrevista completa
Hidrogênio em gasodutos. O Reino Unido anunciou planos de injetar até 20% de hidrogênio de baixo carbono, via eletrólise ou gás natural com captura de carbono (CCS), na malha de gasodutos da Grã-Bretanha, que inclui Inglaterra, País de Gales e Escócia e Irlanda do Norte.
Hidrogênio em Foco: Queimar hidrogênio faz sentido para o Brasil? Propostas relacionadas ao tema rondam o Congresso, mostra a coluna de Gabriel Chiappini.
Opinião: Mesmo dependente do óleo, Brasil emerge como potencial liderança em hidrogênio O Brasil tem um grande potencial para liderar a produção de hidrogênio verde, devido aos seus recursos naturais abundantes, escreve Paula Padilha Cabral.
Opinião: O conflito da transição energética entre o prometido e o realizado Por que é tão difícil tomar decisões para a redução da emissão de carbono, escreve Ansgar Pinkowski.
Governo e Eletrobras na conciliação. O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para a conciliação o processo no qual o governo federal pede aumento do poder de voto da União na gestão da Eletrobras.
– O governo alega que foi prejudicado pela privatização, pois manteve 42% de participação na empresa, mas o poder de voto de qualquer acionista é limitado a 10% das ações.
– Na decisão, Nunes Marques optou pela conciliação por considerar que o tema é sensível e que coloca, de um lado “a indisponibilidade do interesse público” e, de outro, “a segurança jurídica dos acionistas minoritários”.
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O prazo para entrar em um acordo é de 90 dias.
Eletronuclear sob nova direção. O advogado Raul Lycurgo Leite tomou posse como diretor-presidente da Eletronuclear. Indicado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o executivo substituiu Eduardo Grand Court, que estava no cargo desde outubro de 2022. Procurador federal, ele tem passagens por ANTT, MDIC, Cemig e Taesa.