As empresas precisam ficar de olho nos projetos de descomissionamento, segundo Mauro Destri
De acordo com a apresentação do CEO da Destri Consult, feita na Mossoró Oil & Gás Expo 2023, o descomissionamento já possui receita. O que falta são as empresas apresentarem, a partir de uma análise estratégica, suas soluções
FONTE: Petróleo Hoje
O descomissionamento já possui receita, o que falta são as empresas analisarem os custos de cada projeto e apresentarem, a partir de uma análise estratégica, suas soluções, afirmou Mauro Destri, CEO da Destri Consult, durante o painel “O descomissionamento como oportunidade”, realizado nesta quinta-feira (23) na Mossoró Oil & Gás Expo 2023.
“A ANP já prevê isso no PAT [Programa Anual de Trabalho], por exemplo. A receita já está lá. O que a cadeia vai fazer é fatiar esses números, dependendo da empresa e da expertise de cada empresa. E não é somente uma empresa que vai lidar com todo o processo, já que o todo o ciclo de vida do descomissionamento vai gerar trabalho”, explicou Destri.
De acordo com dados reunidos por Eduardo Aragon, Consultor e Executivo da Brainmarket Consultoria de Negócios, cerca de 60 plataformas fixas serão descomissionadas no Nordeste nos próximos 10 a 15 anos. A Bacia de Sergipe-Alagoas possui a segunda maior previsão de investimentos em descomissionamento (R$ 8,9 bilhões), perdendo apenas para a Bacia de Campos (R$ 30,3 bilhões) entre os anos de 2025 e 2029.
“O descomissionamento gera oportunidades em mar e em terra, por conta dos estaleiros, por exemplo. Todo esse processo vai demandar muito da cadeia produtiva, dos fornecedores, de mão de obra especializada, e temos que ficar de olho nisso”, afirmou Aragon.
Já Mahmoud Khalifeh, professor do Departamento de Engenharia de Petróleo da Universidade de Stavanger, na Noruega, destacou que descomissionamento tem muito a ver com integridade do poço, e que, com o tempo, a regulação acerca do tema vai ficar mais restrita e, consequentemente, os custos vão aumentar.
“Se um poço não é bem fechado, ele começa a vazar, e isso é um problema mundial, porque os líquidos podem chegar em outros países. O que devemos fazer é olhar para esses reservatórios como mais uma oportunidade de fazer dinheiro, seja por meio do CCUS ou do armazenamento de geotérmica, por exemplo. Com isso, você reduz os custos e, também, os riscos”, explicou Khalifeh.
“Eu preciso aproveitar o máximo possível do poço, porque ele custou muito para ser construído”, completou Mauro Nunes, Tech Solutions Lead da Halliburton. “E o custo tem muito a ver com o tipo de poço e com o modelo de descomissionamento que será usado. Às vezes, dependendo da integridade do poço, o custo para descomissionar acaba sendo cinco vezes maior do custo que ele teve para ser construído. Mas, atualmente, a maior oportunidade da indústria de O&G é o descomissionamento”, finalizou Nunes.
Mauro Destri, CEO da Destri Consult, em apresentação na Mossoró Oil & Gás Expo 2023 (Foto: acervo pessoal)