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Braskem não é única opção para a Petrobras expandir em petroquímica, diz diretor
Uma das alternativas da companhia recai sobre a retomada do polo GasLub, antigo complexo petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), localizado em Itaboraí (RJ)
FONTE: Valor Econômico
O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Sergio Caetano Leite, reiterou que a Braskem não é a única possibilidade de expandir a atuação da companhia no setor petroquímico.
Em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (10), para comentar os resultados trimestrais, Leite disse que uma das opções da companhia recai sobre a retomada do polo GasLub, antigo complexo petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), localizado em Itaboraí (RJ).
“Temos planos de retomada do Gaslub, um grande polo petroquímico, por exemplo”, disse Leite.
Presente à coletiva, Mauricio Tolmasquim, diretor executivo de transição energética e sustentabilidade, afirmou que a maioria dos investimentos em projetos de energia renovável deve ser realizada no Brasil, mas a empresa também avalia projetos no exterior.
Leite, no entanto, descarta que a empresa esteja tendo em reuniões para tratar de investimentos na Venezuela. O país passou a enfrentar menos sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos. “Observamos oportunidades internacionais. A Venezuela tem grandes reservas e é aqui ao lado”, disse Leite.
Biorrefinaria no polo Gaslub
A Petrobras avalia a possibilidade de se construir uma biorrefinaria no polo Gaslub, que abrigaria a produção de diesel renovável e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). Segundo o diretor executivo de processos industriais e produtos, Willian França, a companhia está realizando análises de mercado, “amplitude e necessidade” que se pode ter para combustíveis renováveis no país.
A eventual implantação da biorrefinaria, porém, teria projeção de entrada em operação para além de 2027, disse França.
Além da biorrefinaria, a empresa avalia a implantação de uma unidade para processamento de subprodutos obtidos pelo gás natural do pré-sal. Isso porque, além do metano, principal componente do gás natural, a Petrobras tem verificado a extração de etano e propano, dois subprodutos em “quantidade razoável” e que são matérias-primas “típicas” para a indústria petroquímica.
A decisão de processar tais insumos depende, entre outros fatores, do que venha a ser definido pela petroleira sobre a Braskem, especialmente porque o desfecho pode resultar em cláusulas de não-competição.
O processamento desses produtos poderá ser feito no polo gás-químico da Braskem ou pelo Gaslub, segundo França. “Tudo vai depender dessa questão [da venda da participação da Novonor, sócia da Petrobras] da Braskem “A Braskem é fundamental nesse balanço. Temos uma quantidade relevante de C2+ [etano e propano] disponível em quantidade suficiente para a gente utilizar em algum polo, como por exemplo, o gás-químico do Rio de Janeiro, da Braskem, ou uma unidade própria, no Gaslub”, disse França.
O polo gás-químico a que o executivo se refere é o Rio-Polímeros, da Braskem.
A decisão de venda, no entanto, é da Novonor, que recebeu na semana passada proposta não vinculante pela fatia na companhia. “A decisão de venda não é da Petrobras”, afirmou Leite.
Caso a proposta de venda se torne vinculante, a Petrobras terá que deliberar se exercerá o direito de preferência ou acionará o mecanismo de “tag along”.
O polo Gaslub contará com a implantação de uma unidade de processamento de gás natural (UPGN), com previsão de conclusão das obras no segundo semestre de 2024. Há ainda a previsão de uma unidade para processamento de lubrificantes e combustíveis de alta qualidade, que provavelmente pode entrar no plano estratégico 2024-2028.