.
Empresas que participaram do Brasil Investment Forum prometem investir R$ 40 bilhões na produção de biocombustíveis
FONTE: PetroNotícias
Empresas do setor de energia, apoiadas pela ApexBrasil, anunciaram quase R$ 40 bilhões de investimentos durante a 6ª edição do Brasil Investment Forum( BIF), o maior evento de atração de investimentos estrangeiros da América Latina. Entre as empresas que anunciaram esses investimentos, estão a Raízen, a Prumo Logística, a Acelen e a Atlas Agro. Os aportes anunciados foram, respectivamente, de R$ 20 bilhões em etanol de segunda geração; R$ 750 milhões em energia limpa; R$ 12 bilhões em novas plantas de biocombustíveis e R$ 4,5 bilhões para a descarbonização da indústria de fertilizantes. o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, disse que “Para mim, é uma honra poder estar na ApexBrasil e viver esse evento, que eu acho que é um dos mais importantes que já aconteceram no governo do presidente Lula até agora, nesse aspecto de anúncio e de atração de investimentos. Fico honrado de passar essa mensagem para dentro e para fora do Brasil de que nós temos uma extraordinária oportunidade para fazer o país avançar.”
Durante a cerimônia, um Memorando de Entendimentos (MoU) foi assinado entre ApexBrasil e Sinprifert, o Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes. O protocolo é a colaboração entre as partes para concretizar as metas do Plano Nacional de Fertilizantes, que, até 2050, visa reduzir a dependência de fertilizantes estrangeiros pela metade. Bernardo Silva, diretor-executivo do Sindicato, afirma que, embora os fertilizantes sejam os produtos que mais contribuem para a produtividade agrícola brasileira, o Brasil importa hoje cerca de 90% dos fertilizantes utilizados no país, e que o novo protocolo vai ajudar a reverter este cenário: “Isso significa mais de R$ 120 bilhões em investimentos na cadeia produtiva, apenas, sem contar todos os investimentos em infraestrutura, ferrovias, rodovias, gasodutos, portos, que visam a sustentar essa cadeia tão importante para o Brasil.”
A Raízen, empresa integrada de energia, anunciou investimentos de R$ 20 bilhões em etanol de segunda geração até 2030, um combustível obtido por meio da fermentação controlada e da destilação de resíduos vegetais, segundo Juliana Rodrigues(Foto a esquerda), gerente de relações institucionais e governamentais da empresa: “A Raízen é referência global em bioenergia e o desenvolvimento de produtos e bioprodutos a partir da cana de açúcar é uma ambição que a gente tem buscado nos últimos anos. O desenvolvimento da tecnologia do etanol de segunda geração, o E2G, tem uma pegada de carbono 30% menor que o etanol de primeira geração e é um combustível renovável, limpo, sustentável e que atende a demanda global crescente por energia de fonte de baixo carbono. Para nós, é um orgulho estar à frente dessa empreitada. Apostamos no E2G como a solução para atender às mais complexas demandas da sociedade, para ampliar e democratizar as alternativas de descarbonização da economia global e que podem levar o Brasil a ser protagonista da transição energética.”
Em seguida, R$ 750 milhões foram anunciados pela empresa Prumo Logística, controladora do Açu, um porto localizado no Norte do Rio de Janeiro focado em crescimento sustentável. O aporte vem de uma parceria com a empresa chinesa Mingyang Smart Energy, firmada graças a um evento organizado pela ApexBrasil, onde as duas empresas tiveram o primeiro contato. A gerente de relações institucionais e governamentais da empresa, Bárbara Bortolin(foto a direita), informou que “Hoje nós temos o prazer de anunciar no BIF esse novo Memorando de Entendimentos com a Mingyang, uma das maiores empresas de energia renovada do mundo. Juntos, iremos desenvolver uma planta solar fotovoltaica na retroárea do Porto. Essa nova usina estará conectada ao Sistema Interligado Nacional e também poderá atender a um hub de hidrogênio e derivados de baixo carbono do Porto do Açu, que já está em processo de licenciamento ambiental e irá produzir amônia verde, hidrogênio verde, SAF e metanol, e que contará com o investimento de 8 bilhões de dólares.”
O próximo anúncio ficou por conta da empresa de Acelen: cerca de R$ 12 bilhões serão investidos em plantas de biocombustíveis na Bahia e em Minas Gerais. O vice-presidente da empresa, Marcelo Cordaro(foto a esquerda) disse que “A Acelen vai fazer uma planta para produzir o querosene sustentável de aviação e o diesel verde para 20 mil barris por dia, o que dá 1 bilhão de litros por ano de combustível. Macaúba é uma prima da Palma, que tem vantagens adicionais. É uma planta de cerrado que demanda bem menos água. É um projeto sustentável em todas as suas dimensões. O projeto implantado na parte agrícola e industrial vai permitir a geração de cerca de 90 mil empregos diretos e indiretos e trazer para a economia cerca de R$ 85 bilhões de impacto econômico em 10 anos.”
Por fim, foram anunciados, ainda, R$ 4,3 bilhões pela empresa Atlas Agro com objetivo de descarbonizar a da indústria de fertilizantes. O investimento financiará um projeto inédito que marca o início do processo da substituição dos fertilizantes estrangeiros, com significativa pegada de carbono, por uma produção nacional, a partir de manufatura limpa e sustentável, como explica o diretor da empresa, Rodrigo Santana(foto a direita): “Apesar do incontestável benefício do aumento do uso dos fertilizantes na utilização na agricultura, a indústria de fertilizantes nitrogenados é uma das principais emissoras de gás de efeito estufa em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 2% das emissões globais. E são exatamente esses problemas que a Atlas Agro tem o propósito de solucionar. Produzir fertilizantes nitrogenados renováveis, 100% verde, a partir de tecnologias de geração de energia limpa, garantindo a segurança alimentar e reduzindo a dependência das importações desses insumos críticos para a nossa agricultura. Essa nova planta utilizará uma matriz 100% limpa a partir de fontes renováveis, tais como solar e ou eólica, para a produção de hidrogênio verde, amônia verde e, por fim, os fertilizantes nitrogenados com zero carbono”.