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Avaliação da periculosidade de resíduos de módulos fotovoltaicos
FONTE: Portal Saneamento Básico
Primeiramente a capacidade instalada de energia solar mundial atingiu 1 TW em 2022, podendo atingir 2 TW em 2025.
Dessa forma, a ascensão da energia solar mundial acarretará no uso crescente de módulos fotovoltaicos, os quais têm vida útil estimada entre 25 a 30 anos.
Portanto o resíduo fotovoltaico previsto pode ser superior a 70 milhões de toneladas até 2050, contendo metais tóxicos como chumbo e cádmio e, portanto, representam risco ao ambiente se descartados de forma inadequada.
Por isso, este estudo consistiu em avaliar a periculosidade de quatro tecnologias de módulos fotovoltaicos: silício policristalino (p-Si), telureto de cádmio (CdTe), silício amorfo (a-Si), disseleneto de cobre, índio e gálio (CIGS) através de normas padronizadas.
Este trabalho envolveu duas etapas principais: (1) caracterização química e (2) ensaios de lixiviação para classificação de resíduos sólidos. Os procedimentos de lixiviação seguiram estritamente o que está disposto nas normas brasileira (NBR 10005), americana (TCLP 1311), europeia (EN 12457-2) e chinesa (HJ/T299).
Resíduos de Módulos Fotovoltaicos
Sendo que o procedimento adotado especificamente para resíduos de módulos fotovoltaicos é idêntico para ambas as normas brasileira e americana.
Os resultados indicaram que o painel de p-Si foi considerado perigoso pelas normas brasileira, americana e chinesa por exceder os limites estipulados para Pb, pois apresentou concentração de 8,68 mg/L, 8,68 mg/L e 7,35 mg/L, respectivamente; e foi considerado perigoso pela norma europeia por exceder o limite estipulado para Se, com concentração de 0,1 mg/L.
O painel CdTe foi considerado perigoso em todas as normas estudadas por exceder os limites de tolerância de Cd
Concentrações de 1,01 mg/L para NBR 10005 e TCLP 1311, 1,86 mg/L para EN 12457-2 e 4,74 mg/L para HJ/T299.
Contudo os painéis CIGS e a-Si foram considerados perigosos somente pela norma EN 12457-2 por exceder os limites para o Se.
Desta forma, conclui que o descarte inadequado de painéis fotovoltaicos, independente da tecnologia, pode liberar metais tóxicos para o meio ambiente.
Autor: Pedro Amado Petroli.