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Demanda de madeira para produção de celulose e geração de energia impulsiona o setor florestal
Com a abertura de novas fábricas de celulose no Brasil, previstas para os próximos anos, o país expandirá sua produção de celulose e papel e sua área de florestas plantadas de eucalipto
FONTE: Portal Celulose
De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) sobre o papel das florestas plantadas para suprir a demanda de madeira sólida no Brasil, o aumento da demanda de madeira para produção de celulose e geração de energia tem gerado incertezas para o futuro da madeira utilizada na construção civil, ao mesmo tempo em que impulsionará o setor florestal no país.
Com a abertura de novas fábricas de celulose no Brasil, previstas para os próximos anos, o país vive um momento de expansão da sua produção de celulose e papel, ganhando também um aumento significativo na demanda por madeira para fins energéticos.
Nesse contexto, Jaime Verruck, titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), vê a situação como algo positivo para a ampliação da base florestal.
“A forte expansão do setor está obrigando a base florestal também avançar. Entendo que é um problema positivo. Um aumento da demanda e consequentemente estamos vendo uma série de áreas, fora celulose também investindo novamente em eucalipto e em sistemas integrados de floresta”, afirmou Verruck.
Para o secretário, o crescimento da indústria de celulose não é responsável por prejudicar as demandas de madeira da construção civil, visto as fabricantes de celulose realizam todo um planejamento florestal ao longo prazo.
“Quando nós falamos sobre falta de madeira, sobre o Brasil poder ter um apagão de madeira, é preciso distinguir que as empresas de celulose desenvolvem a sua própria base florestal. Então elas não entram na chamada no mercado spot (bolsa de mercadorias)”, complementou.
Verruck também destacou o caso da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul e da Arauco, em Sonora (MS), que já possuem uma base florestal com quase 100 mil hectares. “Ela vai começar agora a indústria e ao final de três, quatro anos ela terá toda a sua base florestal. Então, ela não compromete a demanda da falta de madeira porque ela gera a sua própria a sua própria floresta”, afirmou.
Contudo, segundo a pesquisa, o problema é que as áreas de cultivos florestais têm avançado de maneira tímida. No caso do pinus, essas áreas têm, inclusive, retrocedido nos últimos anos, de acordo com o levantamento.
O fato de os plantios florestais para a produção de madeira sólida serem considerados investimentos de longo prazo, também dificulta esse crescimento. “Investimentos de longo prazo necessários para a produção de madeira sólida carecem de previsibilidade, escalabilidade e mesmo de interesse setorial”, avaliou Marco Lentini, especialista florestal do Imaflora e um dos autores do estudo.
MS DEVE LIDERAR ÁREA PLANTADA DE EUCALIPTO, NO BRASIL
Ao Correio do Estado, o secretário fez um diagnóstico do setor florestal no estado de Mato Grosso do Sul, onde afirma que as projeções são de crescimento. Após um ano da realização do plano florestal, a expectativa é de que o estado assuma a liderança do plantio de eucalipto no Brasil.
“Quando falamos em florestas plantadas, estamos falando em eucalipto, pinus e também na questão da seringueira. O eucalipto é o produto destinado para a celulose, um setor que cresce muito no estado e que tem a sinalização de dois a três anos, de ser o maior em taxa de área plantada do país, impactando diretamente no crescimento do estado, no PIB e na geração de empregos”, enfatizou Verruck.
De acordo com Verruck, atualmente, Mato Grosso do Sul possui 1,3 milhão de hectares plantados de eucalipto. Até o final deste ano, espera-se que chegue a 1,5 milhão de hectares plantados, colocando o estado na posição de segundo maior em área plantada de eucalipto do Brasil.
“Nós tivemos em termos de demanda e oferta um crescimento do preço do eucalipto. Então aqueles produtores que têm o calibre para vender para o mercado, tiveram um ganho substancial em termos de margem e estão vendendo, obviamente, o seu eucalipto muito mais caro. Já o produtor que tem na faixa de 10 hectares, acaba vendendo para padaria, para o armazém e para outras estruturas. Então é um setor que está com excelente remuneração e com forte expansão no estado de Mato Grosso do Sul”, concluiu Verruck.