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Os reflexos do confronto Israel-Hamas no setor petrolífero e as implicações para o Brasil, por Leonardo Roesler

FONTE: TN Petróleo

A história econômica e geopolítica nos ensina que os conflitos internacionais, especialmente no Oriente Médio, possuem capacidade significativa de influenciar mercados globais. A intensificação recente das hostilidades entre Israel e Hamas não é exceção e demonstra como um evento regional pode afetar a estabilidade econômica global, com destaque para o setor petrolífero.

O Oriente Médio, berço das maiores reservas petrolíferas do mundo, desempenha papel fundamental na determinação dos preços deste recurso. A recente escalada de tensões resultou em flutuações significativas do petróleo Brent, sinalizando a magnitude do impacto que tal conflito pode gerar.

O Brasil, embora distante geograficamente do epicentro do conflito, enfrenta consequências diretas dessas oscilações. A nossa economia, fortemente impactada pela dinâmica dos preços do petróleo, reflete a interdependência e globalização dos mercados atuais.

A história nos apresenta episódios semelhantes, como a crise do petróleo de 1973, desencadeada por tensões no Oriente Médio. Hoje, a potencial intervenção do Irã amplia ainda mais as preocupações. O estreito de Ormuz, sob controle iraniano e rota de 30% do petróleo global, é um ponto estratégico. Qualquer interrupção ali poderia elevar os preços a patamares históricos.

No contexto brasileiro, a situação é agravada pela política de preços adotada pela Petrobras. Embora tenha buscado uma autonomia maior, a estatal ainda está atrelada à dinâmica global. A atual defasagem nos preços, conforme apontado pela Abicom, reforça nossa vulnerabilidade.

A complexidade do atual cenário é ampliada pelo histórico conflito entre Israel e Palestina. A região possui relevância tanto histórica quanto religiosa, sendo palco de disputas que datam de décadas. A presença do Hamas, com seu braço armado, eleva ainda mais a volatilidade da situação.

As projeções para o mercado petrolífero, no curto e médio prazo, apontam para um cenário de incertezas. Especialistas alertam que, embora movimentos iniciais de volatilidade sejam esperados, a real preocupação reside em um cenário de longo prazo, onde a escalada do conflito poderia gerar impactos duradouros.

As implicações econômicas e estratégicas do confronto Israel-Hamas são vastas e complexas. Enquanto a comunidade internacional observa atentamente, aguardando o desenlace desta situação, o Brasil encontra-se diante de um dilema: permanecer passivo e sofrer os efeitos colaterais de uma economia interconectada ou agir proativamente, antecipando cenários e garantindo a segurança energética e econômica de sua população. A tempestade que se forma no horizonte do Oriente Médio não é apenas deles, mas de todos nós. A forma como navegaremos por ela definirá o futuro econômico e estratégico de nossa nação.

Sobre o autor: Leonardo Roesler é mestre em Administração e Finanças Ohio University. Especialização em Direito Empresarial Fundação Getúlio Vargas (FGV); Bacharel em Ciências Contábeis Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI). Especialização em Direito Tributário Fundação Getúlio Vargas (FGV). Bacharel em Administração. Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Bacharel em Direito com Dupla Titulação Internacional Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).