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O Oeste do Paraná vai contar com uma Central de Bioenergia com geração produzida pelo tratamento de dejetos de suínos

FONTE: PetroNotícias

Maior produtor de suínos do País, o município de Toledo, no Oeste do Paraná, passou a contar com uma Central de Bioenergia para tratamento de dejetos de 41 mil su, criados por 15 produtores da região. Na central, esse material se transformará em biogás para geração de energia elétrica suficiente para abastecer 1,5 mil residências de médio porte. Também serão produzidos no local 330 metros cúbicos de digestato (biofertilizante), que serão distribuídos para os próprios suinocultores e a comunidade em geral.  O projeto é uma parceria da Itaipu Binacional, que investiu R$ 19 milhões na iniciativa, com o Parque Tecnológico Itaipu (PTI-Brasil) e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), responsável pela implantação e operação da planta. Também apoiam a iniciativa a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), a Associação Regional de Suinocultores do Oeste (Assuinoeste) e a Prefeitura de Toledo.

Nesta fase, de operação assistida, todos os equipamentos são monitorados em um ambiente controlado até a execução da operação continuada, que irá acontecer após asunos inauguração do projeto, em 2024. O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, lembrou que o Oeste do Paraná tem na agropecuária uma das suas principais atividades econômicas e a produção de biogás, a partir do tratamento dos dejetos, torna-se uma solução viável do ponto de vista social, econômico e ambiental: “A poluição que poderia contaminar o solo, os rios e,  por consequência, o reservatório da usina de Itaipu é transformada em energia e renda.” Verri acrescentou que pretende apresentar a experiência da Central de Bioenergia de Toledo, no tratamento dos dejetos da suinocultura, na Conferência do Clima, da Organização das Nações Unidas (ONU), que neste ano acontece de 30 de novembro a 13 de dezembro em Dubai.

SUIN1Durante a cerimônia, o diretor presidente do CIBiogás, Rafael González, deu detalhes sobre o processo de biodigestão na Central de Bioenergia e destacou que a planta está preparada para receber mais um gerador e dobrar a capacidade de produção. “Temos o pré-sal no litoral brasileiro, mas aqui no Paraná temos também o pré-sal caipira, transformando a nossa proteína animal em energia.”  De acordo com González, o projeto é tecnologicamente inovador e tem potencial para ser replicado em outras propriedades, transformando-se em solução para diversas demandas dos produtores e da agroindústria da região. O diretor presidente também destaca que a operação assistida é uma fase crucial para a análise de performance e desempenho do projeto. “Além de testar os equipamentos de forma isolada, agora entramos nesse processo de operação assistida para que tudo possaSUI 2 correr bem nos próximos anos.”

A Central de Bioenergia de Toledo (CBT) foi construída em um terreno de 55,3 mil metros quadrados, doados pela Prefeitura, e conta com três biodigestores com capacidade para processar 9,5 mil metros cúbicos de dejetos. Esse volume é suficiente para produzir, na fase inicial, 5 mil metros cúbicos de biogás, que irão movimentar dois geradores, cada um com potência instalada de 335 kW.  A central está ainda estruturada para receber, diariamente, até seis tonelada de carcaças de suínos mortos, que não foram abatidos e são impróprios para o consumo. Também está prevista no local a produção de energia solar por meio de painéis fotovoltaicos, tornando a unidade uma usina híbrida.