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Novos projetos estão chegando

FONTE: Brasil Mineral

A geodiversidade da região amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, tem motivado uma série de investimentos minerais em variadas substâncias, mas que devem observar sempre as melhores práticas para reduzir impactos ambientais e sociais e garantir sua viabilidade econômico-financeira.

Entretanto, minerar na Amazônia não é uma tarefa fácil. A logística é o principal problema, especialmente para os projetos em implantação, que precisam vencer as longas distâncias para recebimento dos equipamentos necessários. A lista segue ainda com a obtenção das licenças ambientais e do bom relacionamento entre empresas e comunidades.

Acompanhe, a seguir, como está o cronograma de ampliação e/ou implantação de alguns dos principais projetos em execução na região.

Nova mina de cobre da Ero Brasil Tucumã

Em 2022 a Ero Brasil retomou o projeto de construção de uma nova mina de cobre no Pará, na cidade de Tucumã, que deverá entrar em operação em junho de 2024, o que permitirá dobrar a sua capacidade de produção de cobre, atingindo cerca de 110 mil toneladas por ano. Os direitos minerários do projeto Boa Esperança (hoje Projeto Tucumã) foram adquiridos da Codelco em 2007, ainda como Mineração Caraíba. Além da mina, o investimento de US$ 305 milhões envolve também uma planta de beneficiamento e as demais estruturas necessárias para a operação.

O licenciamento ambiental teve sua primeira etapa concluída em julho de 2013, com a Licença Prévia, e a segunda etapa em 2021, com o recebimento da licença de instalação – ambas emitidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) – o que permitiu o início das atividades de construção. A atualização final do estudo de viabilidade do projeto foi emitida em agosto de 2021 e as obras começaram efetivamente em março de 2022.

O projeto conta com uma mina a céu aberto e uma planta de processamento com capacidade anual de 4 milhões de toneladas. O rejeito da planta será filtrado e empilhado, evitando assim a necessidade de construção de uma barragem. A energia necessária para a operação dos equipamentos será proveniente da subestação de Tucumã, em uma linha dedicada em 138kV.

A obra atualmente está na fase de construção das bases civis dos prédios, equipamentos e a montagem eletromecânica está em fase inicial. O cronograma mostra o início do comissionamento em janeiro de 2024 e a produção do primeiro concentrado em junho de 2024.

Para a Ero Brasil, os principais desafios para implantar um projeto na Amazônia estão relacionados ao clima e à logística. O período chuvoso é muito rigoroso, com grandes volumes de precipitações, e no período de seca o calor é escaldante. Quanto à logística, o principal problema é a distância entre a planta e o porto para escoamento do concentrado de cobre a ser produzido, para que os equipamentos e estruturas cheguem até a obra, assim como todos os insumos necessários para construção e posteriormente os reagentes para operação.

Novos platôs para ampliar vida útil da MRN

Para viabilizar a continuidade de suas operações, a Mineração Rio do Norte está investindo R$ 900 milhões no Projeto Novas Minas (PNM), que irá ampliar sua vida útil em 15 anos, de 2027 a 2042, a partir da operação de cinco novos platôs: Rebolado, Escalante, Jamari, Barone e Cruz Alta Leste. O PNM agregará mais sustentabilidade à cadeia do alumínio, pois a bauxita é a matéria-prima para produção do metal, utilizado em grande escala para segmentos essenciais à humanidade, como energia, transportes, construção civil, embalagens, dentre outros. Ressalta-se, no entanto, que o PNM não expande as operações da MRN. Isso significa dizer que a empresa manterá a produção média de 12 milhões de toneladas de bauxita.

Dos mais de 6 mil empregos diretos e indiretos, 85% são de empregados paraenses. Além de assegurar a manutenção desses postos de trabalho, a aprovação do PNM permitirá, também, a execução de diversas iniciativas socioambientais em comunidades quilombolas e ribeirinhas, e garantirá aos municípios de Oriximiná, Terra Santa e Faro, assim como ao Estado do Pará, o recolhimento de impostos e compensações da lavra de bauxita, que são de extrema importância para o impulsionamento da economia e desenvolvimento na região. O PNM segue com as etapas de licenciamento junto aos órgãos intervenientes.

Ativos significativos da Horizonte Minerals

A empresa de níquel Horizonte Minerals está desenvolvendo dois ativos Classe 1 no Pará: o Projeto Araguaia Níquel, em Conceição do Araguaia, e o Projeto Vermelho de Níquel e Cobalto, em Canaã dos Carajás, ambos de grande escala, alto teor de níquel, baixo custo, baixa emissão de carbono e escaláveis. O Projeto Araguaia está em construção, com o primeiro metal previsto para o início de 2024. Quando estiver com as Linhas 1 e 2 em fase de produção, produzirá 29.000 toneladas de níquel por ano. Já o Projeto Vermelho está em fase de estudo de viabilidade e deve produzir 24.000 toneladas de níquel e 1.250 toneladas de cobalto por ano para abastecer o mercado de baterias de veículos elétricos.

Com a recente Autorização de Comissionamento da Atividade de Extração Mineral emitida pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (SEMAS), o Projeto Araguaia Níquel pode iniciar a extração de minério para formar estoque antes da fase de comissionamento. Uma mina a céu aberto fornecerá o minério laterítico a partir de diversas cavas por escavação mecânica, com armazenamento do solo superficial (topsoil) e reabilitação sequencial das áreas lavradas. A Cava do Pequizeiro, localizada a 750 metros da planta de processamento, será a principal fonte de minério para o Projeto Araguaia, abastecendo os dois primeiros anos de vida da mina e contribuindo com mais de 50% da produção nos primeiros dez anos.

Até maio de 2023, 58% das obras estavam concluídas e as peças para a montagem dos fornos rotativos calcinador e secador, fabricadas pela FLSmidht, na China, chegaram ao complexo após uma viagem de 135 dias. A tecnologia escolhida para o projeto é a RKEF (Rotary Kiln – Electric Furnace), ou calcinador rotativo – forno elétrico, já empregada globalmente em diversas plantas industriais.

Veja a matéria completa na edição 432 de Brasil Mineral