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Os próximos passos para a privatização da Sabesp
FONTE: Portal Saneamento Básico
A adesão da cidade de São Paulo a uma das Unidades Regionais de Serviços de Água Potável e Esgotamento Sanitário (URAEs) representa a conclusão de mais uma das fases previstas para a privatização da Sabesp (SBSP3) com mais agilidade ao tema.
Ao IM Business, a secretária Natália Resende explica importância dos blocos regionais
Portanto em entrevista ao IM Business, a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, disse acreditar que o processo de desestatização da companhia deve ser concluído até meados de 2024. E, neste momento, uma das suas tarefas é deixar claro os motivos e benefícios dessa operação.
A notícia de que a capital paulista aderiu a uma URAE foi interpretada pelo mercado como um passo importante para a privatização.
No entanto da sexta-feira (11) até o pregão de quinta-feira (17), os papéis da estatal paulista subiram 8%.
Mas sobraram dúvidas sobre a relação entre as URAEs e a privatização da empresa de saneamento. Natália explica que essas Unidades garantem uma negociação em bloco entre municípios e as empresas de saneamento. No caso da Sabesp, eventuais mudanças contratuais ou de controlador, como se pretende com a desestatização, poderão ser feitas de maneira mais ágil.
Estruturação
Portanto após a modelagem inicial definir em julho que a desestatização ocorrerá por meio de uma oferta de ações (“follow-on”) do governo de São Paulo, que irá diluir sua participação de 50,3% na empresa para um percentual menor — a exemplo das privatizações de Eletrobras (ELET6) e, mais recentemente, a da Copel (CPLE6), com a diferença de que a tendência da Sabesp é buscar um acionista de diferença.
Neste momento, a discussão está em torno de como a operação será estruturada. “Estamos estudando o modelo regulatório, se teremos ou não uma ‘golden share’ ou uma ‘poison pill’, qual será a diluição do Estado no negócio. Todos os prós e os contras”, diz Natália, que tem participado ativamente das discussões sobre o modelo de privatização da companhia.
A ideia é que no início de 2024 já seja possível realizar roadshows, audiências e consultas públicas sobre a operação para, enfim, até a metade de 2024 existir condições para realizar o follow-on. “Querendo ou não, a gente já está conversando com o mercado, temos visto o interesse de diversos investidores estrangeiros”, diz Natália. “Estamos seguindo estritamente o cronograma que a gente estabeleceu e esperamos que siga assim”.
Em conclusão além do timing de mercado, existe também um político, de evitar que a Sabesp vire tema das eleições municipais.
“Nosso trabalho tem sido comunicar ao máximo os benefícios que a desestatização pode gerar na qualidade do serviço e de tarifa. A Sabesp é uma empresa de referência, mas ela pode ser ainda melhor. Ela tem um plano de investir R$ 56 bilhões até 2033 e, com a operação, podemos ampliar para R$ 66 bilhões até 2029 e incluir 1 milhão de pessoas que hoje não são atendidas, como população rural e tradicional, por exemplo”, afirma.