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Eólica offshore crescerá sete vezes até 2032, prevê Woodmac

Pelo menos 30 países devem adicionar capacidade na próxima década; Europa e China responderão por 81% das adições

FONTE: EPBR

A próxima década deve experimentar a intensificação das instalações de energia eólica offshore, à medida que o setor amadurece e a inovação tecnológica e o desenvolvimento da cadeia de suprimentos ajudam a tornar os projetos no mar mais acessíveis, aponta uma análise da Wood Mackenzie.

A previsão é que a indústria eólica offshore global cresça sete vezes até 2032.

Pelo menos 30 países devem adicionar capacidade na próxima década, mas a concentração deve ficar por conta de Europa e China, que respondem por 81% das adições, nas perspectivas da Woodmac.

Em 2021, Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, em inglês) e Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) assinaram o Pacto de Energia da ONU com compromisso de impulsionar a implantação de 2 terawatts (TW) de eólica offshore até 2050.

O volume corresponde à quantidade indicada como necessária para descarbonizar a energia nos roteiros de emissões líquidas zero.

Isso requer um grande aumento nas instalações, com 35 GW de energia eólica offshore a serem adicionados anualmente na próxima década, começando com um total global de pouco mais de 60 GW hoje. Até agora, apenas a China demonstrou capacidade de fornecer nessa escala e velocidade, segundo o GWEC.

Primeiro TW em 2023

O mercado global de eólica onshore e offshore está prestes a ultrapassar a marca de 1 TW.

Com uma expansão de 9%, 2022 foi o terceiro melhor ano de todos os tempos para a energia a partir dos ventos: foram 78 GW adicionados. A capacidade global alcançou 906 GW.

China, Estados Unidos, Brasil, Alemanha e Suécia lideram esse ranking, representando 71% das instalações no ano passado, mostra levantamento da indústria.

A análise da Woodmac aponta para uma forte recuperação do setor na China em 2023.

No ano passado, as instalações no país asiático caíram 21% na comparação com 2021, principalmente devido a uma política de bloqueio que limitou significativamente as adições de capacidade no quarto trimestre, explica Luke Lewandowski, diretor de pesquisa da Wood Mackenzie.

Esses projetos não conseguiram conexão no final de 2022 ajudarão a impulsionar as perspectivas na China para 2023, afirma.

“O mercado de energia eólica da China se recuperará fortemente em 2023, com os desenvolvedores quase dobrando a quantidade de capacidade anual, após um ano recorde para novos pedidos de turbinas eólicas no país. Ao longo da perspectiva de 10 anos, as adições anuais de capacidade na China serão em média de 80 GW e representarão 50% da nova capacidade globalmente”.

Fora a China, o resto do mundo adicionou 44 GW em 2022, uma queda de 4% em relação ao ano anterior. Contribuiu para o resultado a combinação de inflação e interrupção da cadeia de suprimentos, fazendo com que mais de 3 GW de projetos atrasassem.

“Para os EUA, os desenvolvedores aguardam orientação de elegibilidade de crédito fiscal do Tesouro, com a incerteza contínua afetando as instalações de curto prazo”, avalia Lewandowski.

“No entanto, com clareza política, aprovação e investimento em projetos de transmissão e desenvolvimento da cadeia de suprimentos nascente do mercado offshore, as adições anuais se intensificarão e atingirão uma média de 20 GW por ano de 2026 a 2032”, acrescenta.

Europa, Oriente Médio e África

Na perspectiva até 2032 da Woodmac, mais de 343 GW de capacidade offshore e onshore serão adicionados na Europa, incentivados pelas políticas recentes de segurança energética.

39% da nova capacidade deve ser offshore. No crescimento onshore, destaque para os mercados emergentes da Europa Oriental e do Uzbequistão e a renovação de parques antigos de países como Alemanha e Espanha.

Olhando para Oriente Médio e África, o hidrogênio verde promete apoiar uma demanda de 72 GW de nova capacidade. A Woodmac espera um desenvolvimento modesto no curto prazo, ultrapassando a marca anual de 5 GW em 2025 e uma taxa média de crescimento anual de 42% até 2032.

Menos CO2

E ainda… relatório do think tank britânico Ember, lançado nesta quarta (12/4), revela que o Brasil viveu a maior queda absoluta do mundo nas emissões do setor elétrico em 2022.

De acordo com a análise, o mix elétrico brasileiro emitiu 69 milhões de toneladas de CO2 no ano passado, uma queda de 34% (-36 MtCO2) em relação a 2021, quando emitiu 105 milhões de toneladas.

Apenas a Ucrânia, que está sob ataque russo, viu declínio percentual comparável (-38%), com a segunda maior redução nas emissões (-14 MtCO2).