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Sinoma investe R$ 140 milhões em fábrica de pás eólicas na Bahia
Fabricante chinesa anunciou que terá inicialmente quatro linhas de produção em Camaçari, para Goldwind e Nordex
FONTE: Brasil Energia
A empresa estatal chinesa Sinoma, produtora de pás eólicas, está investindo R$ 140 milhões na construção de uma fábrica em Camaçari, na Bahia. Trata-se do primeiro investimento fora da China da companhia que já entregou mais de 30 GW em pás em projetos por todo o mundo.
A unidade produtiva está sendo montada na antiga unidade da nacional Tecsis – pioneira no Brasil na produção de pás, com fábrica também em Sorocaba (SP) e que fechou as portas em 2018. A expectativa é a fábrica iniciar a produção no primeiro trimestre de 2023, com foco apenas no mercado onshore.
De acordo com informações da prefeitura de Camaçari, a fábrica terá quatro linhas de produção, duas voltadas para a chinesa Goldwind, que na semana passada anunciou planos de produção de aerogeradores no Brasil, e duas para a Nordex, uma das principais fornecedoras globais e com presença importante no mercado brasileiro. A Sinoma prevê faturamento mensal de R$ 50 milhões e deve gerar 500 empregos diretos nessa primeira fase de investimento.
A Sinoma tem sete fábricas de pás na China, com capacidade para produzir 4 mil componentes por ano, para os mercados offshore e onshore, e atua ainda em outros segmentos, como em sistemas de armazenamento com baterias de lítio.
Melhora da competitividade
A entrada da nova fábrica de pás da Sinoma tem potencial, segundo o vice-diretor geral para suprimentos e relações governamentais da Goldwind Americas, Roberto Veiga, de ajudar a reduzir um pouco o custo do importante componente dos aerogeradores no Brasil.
Veiga considera que a entrada da Sinoma, que foi influenciada pelo novo investimento da Goldwind no Brasil, melhora a competitividade da nova fábrica de aerogeradores. “Entendemos que seria um risco muito grande ter um só grande fornecedor de pás no Brasil”, disse.
Hoje o mercado brasileiro é dividido em apenas dois produtores: a Aeris, com fábrica no complexo industrial do Pecém, no Ceará; e a LM Windpower, em Ipojuca, em Pernambuco. Esta última, porém, tem a ressalva de ser do grupo GE, que recentemente anunciou a saída do mercado de eólica no Brasil.