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EUA estão de olho no mercado de hidrogênio verde e Brasil se destaca com vantagem competitiva
FONTE: Click Petróleo e Gás
Diversos países como os EUA estão focando no mercado de hidrogênio verde e o Brasil deve ficar atento para se destacar nesse setor e não ser ultrapassado. O país pretende comercializar o combustível, principalmente para a Europa.
O hidrogênio verde é visto atualmente como um combustível muito promissor devido ao Net Zero e também devido à lucratividade. Podendo ser produzido no Brasil com um custo muito menor com o auxílio da fonte de energia eólica ou solar. Para Luiz Viga, country manager da Fortscue, apesar do Brasil ter uma grande vantagem competitiva nesse novo mercado, deve ficar atento ao que acontece em outros países, tendo em vista que é um mercado de trilhões de dólares.
Segundo Viga, apenas nos EUA foram anunciados investimentos no valor de US$ 400 bilhões em hidrogênio verde, energia solar e eólica. Os estadunidenses já viram que esse novo segmento é extremamente promissor e desejam liderar o mundo nesse mercado.
O gerente da Fortscue ainda alertou que a energia eólica vem para adicionar e o governo nacional deve ficar atento e aplicar novos investimentos para começar a dar os primeiros passos na produção de hidrogênio verde no Brasil.
Segundo o executivo, há três anos sua empresa começou a focar no hidrogênio verde e realizou uma jornada pelo mundo em relação aos potenciais recursos para a produção do combustível. Nessa jornada a empresa encontrou oportunidades em 100 projetos no mundo.
A Fortescue vê com bons olhos o futuro do offshore e o potencial energético que ela possui. Segundo Viga nesta última quinta-feira (20), durante o painel do Brazil Windpower, o Brasil conta com ótimas condições em termos de recursos energéticos, com a fonte de energia eólica e solar a preços competitivos.
Mais de 30 países, incluindo os EUA, já anunciaram suas estratégias para o combustível do futuro
Segundo Natália Castilhos Rypl, analista da BloombergNEF, destacou que cerca de 35 países, incluindo os EUA, já lançaram suas estratégias para o hidrogênio. Na América Latina, o Chile foi o pioneiro, tendo em vista que a região possui um grande potencial, pois possui custos de produção mais baixos.
Diante deste cenário, a América Latina, uma demanda geral a longo prazo, planeja exportar o hidrogênio para outros países como Europa e aqueles que não possuem condições de produzir e que consumiram o hidrogênio verde.
Os países da América Latina estão focando na Europa como os principais consumidores. A analista declarou que, devido à necessidade, alguns setores terão uma maior facilidade de adotar o consumo do combustível, como os que utilizam o hidrogênio cinza, por questão de substituição. Entre eles está o refino de petróleo, produção de amônia e alguns setores com grande potencial de consumo como o aço e o alumínio.
Natália destaca que, a energia eólica offshore no Brasil deve crescer cerca de 10 vezes até 2035 e outros países começarão a entrar neste mercado. Em 2027 os EUA deve ser um mercado essencial, sendo o terceiro maior mercado de eólica offshore no mundo em 2035, atrás do Reino Unido e China.
Projetos de hidrogênio verde no Brasil
No Brasil, algumas usinas de energia eólica offshore estão situadas próximas a portos que organizam projetos de Hidrogênio Verde. O intuito é juntar as duas tecnologias, entretanto é necessário quatro fatores para gerar hidrogênio a partir da eólica offshore: recursos naturais, disponibilidade de terras, segurança energética e a proximidade da produção de hidrogênio com o consumo.
De acordo com Mauro Andrade, diretor-executivo de desenvolvimento de negócios da Prumo Logística, afirmou que o intuito é industrializar o Porto do Açu com energia renovável e que já existem acordos para o desenvolvimento de pequenas escalas de hidrogênio e outras parcerias já estão no foco da empresa.