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Wood Mackenzie vê Brasil na liderança do setor eólico offshore e com grandes oportunidades em hidrogênio

FONTE: PetroNotícias

1586956885775O Brasil está fadado a ser um grande player internacional de energia nos próximos anos. Com a transação energética, o mundo corre para investir em fontes limpas e o nosso país terá condições para suprir boa parte dessa demanda global. É o que afirma uma nova análise da Wood Mackenzie, revelada nesta semana. Duas fontes serão as estrelas nessa projeção tão promissora. A primeira delas é a energia eólica offshore, sendo que o Brasil e a vizinha Colômbia deverão liderar o crescimento dessa fonte na América Latina ao longo dos próximos anos. Ao mesmo tempo, com o desenvolvimento dessa frota de parques eólicos marítimos, o Brasil também ganhará escala na produção de hidrogênio limpo e poderá assumir o papel de exportador do energético.

Impulsionada pelo crescimento de projetos de hidrogênio verde, a Wood Mackenzie diz que a América Latina verá um aumento acentuado nos projetos eólicos offshore, com a capacidade instalada atingindo 34 gigawatts (GW) até 2050.  A atividade eólica offshore corresponderá a uma taxa de crescimento anual composta de 15,4% a partir de 2032, quando se espera que os primeiros projetos entrem em operação na região. Na liderança, como já mencionado, estarão o Brasil e a Colômbia.

Block_Island_offshore_wind_farm_P6290638mVimos um movimento regulatório significativo em apoio aos empreendimentos eólicos offshore, com o Brasil e a Colômbia fornecendo roteiros oficiais e diretrizes para atividades futuras”, disse a analista de pesquisa, energia e energias renováveis da Wood Mackenzie, Kárys Prado. “Ambos os países têm um número crescente de projetos planejados, e o crescimento do pipeline anunciado este ano na América Latina já representa uma participação de 34% dos anúncios globais de novos projetos, a partir do terceiro trimestre de 2022”, acrescentou a especialista.

O valor para a capacidade eólica offshore será para apoiar projetos de hidrogênio verde que parecem desempenhar um papel importante no uso doméstico de energia e nas exportações. A Wood Mackenzie prevê que o Brasil capturará cerca de 6% do suprimento total de hidrogênio verde do mundo até 2050, com o mercado ganhando escala após 2030. No entanto, apenas 20% das instalações de hidrogênio verde no país estarão conectadas à rede.

hidrogenioverde-gettyA maioria desses projetos será fora da rede e parte deles será apoiada por energia eólica offshore, juntamente com outras energias renováveis”, disse Kárys. “Isso desempenhará um papel fundamental na economia futura do país e na posição de longo prazo como exportador global de energia. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito na frente regulatória e muitos desafios permanecem para tornar isso uma realidade”, complementou.

Os desafios atuais enfrentados pelos desenvolvedores incluem demanda limitada de energia, restrições de infraestrutura de transmissão, concorrência de outras fontes, escala de risco ao aportar investimentos em projetos do tipo e problemas da cadeia de suprimentos. “Apesar de todos esses desafios, há uma oportunidade para a indústria decolar. Se os investimentos em regulamentação e infraestrutura acelerarem, combinados com a incipiente indústria de hidrogênio verde, a futura capacidade eólica offshore poderá superar as expectativas na região”, concluiu Kárys.