ABPIP PARTICIPA DE LANÇAMENTO DE FÓRUM AMAZONENSE DE ÓLEO E GÁS E PREPARA PORTAL DE NEGÓCIOS PARA FORNECEDORES
FONTE: Petronotícias
Replicando o modelo que já existe em outros estados, o Amazonas também ganhará um novo canal para discussão e fomento da indústria de óleo e gás local. Na manhã de hoje (10), em Manaus, o governo do estado lançará o Fórum Amazonense de Petróleo e Gás. A iniciativa é fruto de uma das demandas apontadas na Mesa Reate Amazonas. Em suma, o novo fórum vai discutir o aumento da demanda por gás natural e as questões relativas à legislação local para a abertura de mercado. Uma das entidades que participarão do grupo é a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), que já aponta que um dos temas que devem ser priorizados daqui em diante será o futuro do Polo Urucu. “O Polo Urucu tem muito gás, que é o energético do momento. É uma riqueza que o Brasil e o Amazonas não podem deixar de lado. Então, esse é o primeiro encaminhamento que a Abpip fará, no sentido de mobilizar as entidades regionais e contribuir no encaminhamento e solução para esse polo”, disse o secretário-executivo da Abpip, Anabal Santos Jr. O entrevistado indica ainda outras pautas prioritárias, como o licenciamento ambiental. O secretário-executivo da associação também antecipou outra novidade para a indústria onshore. A Abpip e o Sebrae devem lançar em julho um portal que pretende unir empresas contratantes e a cadeia fornecedora local. O primeiro módulo da plataforma, chamada Petrosupply, será apresentada durante a Mossoró Oil & Gas, no Rio Grande do Norte. “O portal terá abrangência nacional e vai possibilitar, por exemplo, que uma empresa do Amazonas forneça para outros estados”, previu.
Quais são os objetivos centrais desse novo fórum?
Esse formato de fóruns estaduais está consolidando-se como um ambiente regional para se tratar das questões de petróleo e gás. Já existem iniciativas parecidas em outros estados, como Bahia, Espírito Santo e Sergipe. A criação do fórum do Amazonas foi estimulada na Mesa Reate Amazonas, no ano passado. E mais recentemente, na Onshore Week, esse assunto ganhou mais relevância, visto que o próprio Ministério de Minas e Energia validou essa alternativa de fóruns regionais acompanharem o encaminhamento das propostas das mesas Reate. A ABPIP vai participar desse fórum como membro, apoiando os demais participantes que serão apresentados hoje.
Quais são as principais pautas, ao seu ver, que precisam ser endereçadas para destravar novos investimentos no setor de óleo e gás do Amazonas?
Ao meu ver, existe uma questão conjuntural e bem relevante, que é o destino do Polo Urucu, que faz parte do programa de desinvestimentos da Petrobrás. Como já é de conhecimento do mercado, as negociações que estavam em curso não prosperaram. E, pelo menos até agora, ninguém sabe o que vai acontecer com esse importante polo.
O Polo Urucu tem muito gás, que é o energético do momento. É uma riqueza que o Brasil e o Amazonas não podem deixar de lado. Então, esse é o primeiro encaminhamento que a Abpip fará, no sentido de mobilizar as entidades regionais e contribuir no encaminhamento e solução para esse polo.
Outra questão é o licenciamento ambiental, que está mais relacionado às autoridades regionais. É claro que precisamos guardar e respeitar todos os cuidados que a Região Amazônica precisa. Mas precisamos ter mais celeridade nesses processos ambientais, tanto no Amazonas quanto em outras regiões. Essa é uma das propostas do Reate, no sentido de realizar uma simplificação e harmonização dos procedimentos de licenciamento ambiental.
Como a Abpip pretende contribuir com esse fórum?
O fórum terá uma dinâmica parecida com outros organismos semelhantes. Ali participarão todos os stakeholders da região. Acho que um primeiro ponto é revisitar a pauta da Mesa Reate Amazonas, avaliando aquilo que ainda não foi encaminhado, para que possamos juntos desenvolver um plano de ação. O fórum amazonense veio para ficar. É uma excelente iniciativa do governo estadual, em um formato cada vez mais robusto no Brasil, no qual entidades públicas e privadas se reúnem para construir soluções que possam gerar mais riqueza para o nosso país.
Historicamente, a indústria onshore é uma grande contratante de serviços regionais. Que novas oportunidades podem então surgir para a cadeia local do Amazonas a partir do desenvolvimento de novos campos terrestres?
As operadoras independentes são vocacionadas para a contratação local. Grande parte dos nossos contratos são, preferencialmente, feitos junto a empresas locais, até pela própria lógica das pequenas e médias petroleiras. Especialmente na Amazônia, pela questão logística, não faz sentido trabalhar com fornecedores fora do estado, desde que a indústria local seja competitiva o bastante para atender às demandas das operadoras independentes.
Nesse sentido, o que a Abpip está fazendo adicionalmente é trabalhar junto com o Sebrae para lançar um portal, chamado Petrosupply, com o objetivo de criar um hub entre demandantes e ofertantes. O Sebrae estará por trás dessa iniciativa, com sua malha de capacitação em diversas especialidades. O primeiro módulo de cadastramento está previsto ser lançado durante a Mossoro Oil & Gas, que ocorrerá entre 5 e 7 de julho.
O portal terá abrangência nacional e vai possibilitar, por exemplo, que uma empresa do Amazonas forneça para outros estados. Evidente que, para que isso aconteça, é preciso que haja competitividade. Não estamos falando aqui de reserva de mercado, onde o fornecedor local vende a qualquer custo. Queremos observar os padrões de qualidade que a indústria sempre exigiu e a competitividade para que projetos de economicidade marginal possam ser viabilizados.
Como a Abpip enxerga o potencial e o futuro da indústria de óleo e gás no Amazonas? Quais são as expectativas?
Nesse sentido, existem dois drives. O top one da nossa lista é aquela questão que comentei antes, sobre o destino do Polo Urucu. Essa é uma oportunidade para a Eneva ou outro operador robustecer seu portfólio. Ou até mesmo, se for o caso, termos a combinação de agentes. Um segundo ponto é o tema da Oferta Permanente. O Brasil tem uma baixíssima taxa de atividades exploratórias, que é ainda menor na região do Amazonas, pelas razões que todo mundo conhece. A partir do momento em que se configure e comece a aparecer os resultados da revitalização dos campos já concedidos, isso tudo vai fazer com que o Amazonas tenha uma participação maior e, portanto, mais investidores e mais dinâmica de negócios naquela região.