Solar lidera oferta em leilão para contratar energia

FONTE: Valor Econômico

Fonte representa 68% da oferta total de potência dos empreendimentos

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem o edital do “Leilão A-4”, destinado à contratação de energia gerada por novos empreendimentos de fontes hídrica, eólica, solar fotovoltaica e termelétrica a biomassa. O leilão está marcado para 27 de maio. O edital de concorrência será publicado ainda nesta semana no “Diário Oficial da União”.

Durante a reunião da diretoria, a área técnica da Aneel informou que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável por qualificar os projetos, já havia cadastrado 1.894 empreendimentos para participar do certame. Os novos projetos somam a potência 75,3 gigawatts (GW) em geração de energia.

Entre os projetos listados, o destaque ficou com a fonte solar, que responde por 1.263 projetos, com 51,8 GW de capacidade de geração. Isso representa 68% da oferta total de potência dos empreendimentos.

A fonte eólica alcançou 542 projetos, com potência total de 21,4 GW. A geração hídrica, que inclui as modalidades de central geradora hidrelétrica (CGH), pequena central hidrelétrica (PCH) e usina hidrelétrica (UHE) de até 50 megawatts (MW), registrou 60 projetos, com o total de 970 MW. As térmicas movidas a biomassa contaram com outros 29 projetos com 1.018 MW em capacidade de geração.

De acordo com a Aneel, a região Nordeste concentra 70% dos projetos e da potência cadastrados. Os Estados com mais empreendimentos são a Bahia (531 projetos e 19.215 MW em potência); Minas Gerais (304 projetos e 14.008 MW); Piauí (208 projetos e 8.060 MW) e Ceará (155 projetos e 6.093 MW).

Ontem, a Aneel informou o preço-teto de R$ 315 por megawatt-hora (MWh), que servirá de base para a disputa entre os investidores no leilão. De acordo com o diretor-geral da agência, André Pepitone, os valores foram recebidos na segunda-feira por meio de ofício enviado pelo Ministério de Minas e Energia.

O preço de referência foi atribuído à fonte hídrica, na modalidade de oferta de energia por quantidade, e às térmicas a biomassa, modalidade por disponibilidade. As duas fontes terão contratos com prazo de suprimento de 20 anos.

Os projetos de novos parques de usinas eólicas e fotovoltaicas, com oferta por quantidade, tiveram o preço-teto da energia fixado em R$ 225/MWh.

Por se tratar de um Leilão A-4, o início do suprimento de energia deve começar em até quatro anos após a realização da disputa. Neste caso, os empreendimentos deverão dar início à operação comercial até 1º de janeiro de 2026.

Para confirmar a participação no leilão, os investidores terão os dias 17 e 19 de maio para fazer o aporte das garantias de manutenção das propostas econômicas.