ESTALEIRO BELOV CONVERTERÁ PSV EM OTSV PARA CONTRATO COM PETROBRAS
FONTE: Portos e Navios
Previsão é que embarcação de apoio marítimo, em fase de conclusão na China, chegue ao Brasil em junho para nacionalização e adaptações, para início de operação em 2023.
A Belov Engenharia assinou, na última semana, um contrato com a Petrobras para o afretamento de um OTSV (suporte a terminais oceânicos) pelo período de quatro anos. A empresa do grupo que atua no apoio marítimo adquiriu um PSV (transporte de suprimentos), que está em fase final de construção na China e será convertido no Estaleiro Belov, na Bahia. A previsão é que a embarcação, batizada de Belov Mares chegue ao Brasil no final de junho para nacionalização e adaptações às exigências da petroleira. O início da operação como OTSV está previsto para 2023.
Essa embarcação vai diversificar o perfil da frota da empresa que, atualmente, tem três barcos de mergulho raso (SDSVs) em contrato com a Petrobras: Cidade Ouro Preto, Belov Humaitá e Belov Amaralina, sendo a primeira adquirida e as duas últimas construídas pelo estaleiro na Bahia. O diretor de obras e serviços subaquáticos da Belov, Juracy Gesteira Vilas Bôas, disse que os primeiros projetos foram importantes para a expansão do estaleiro, que construiu um dique flutuante e conquistou novos contratos, como o firmado com a Hidrovias do Brasil para a construção de um rebocador.
O Belov Mares é um PSV 4.500 modelo UT 771 WP, da Rolls-Royce, que foi adquirido novo, no Estaleiro Cosco, e está em fase de conclusão. O diretor explicou que o OTSV (Offshore Terminal Support Vessel) é uma embarcação complexa onde a principal especificidade são dois carretéis hidráulicos com capacidade de armazenamento de 400 metros de mangotes de offloading em cada um e será a primeira embarcação do mundo onde as linhas de mangotes serão armazenadas no carretel com válvulas já conectadas. O OTSV vai substituir uma embarcação similar que foi descontinuada e será desmantelada fora do país.
Vilas Bôas afirmou que a aposta no OTSV levou em consideração a baixa concorrência em licitações anteriores e a possibilidade de amortização do financiamento durante os quatro anos de contrato, o que poderá ser um diferencial para ofertas em futuros bids, já que as demais embarcações disponíveis no mercado estarão com idade mais avançada. “Daqui a quatro anos, quem quiser concorrer, vai ter que entrar com um barco novo. Com quatro anos de depreciação, já teremos pago uma parte do custo de conversão do contrato”, comentou o diretor, em entrevista à Portos e Navios.
O projeto da conversão do PSV em OTSV foi aprovado na 49ª reunião do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), realizada no último dia 21 de março. Vilas Bôas disse que para essa nova embarcação foram exigidos equipamentos com maior capacidade de itens como o guindaste. Ele destacou que os dois carretéis tornam mais barata, rápida e segura a troca de linhas conectadas a FPSOs, uma vez que um carretel vazio pode enrolar a linha a ser substituída para desmonte em terra, enquanto o outro carretel lança a linha nova no mar.