A Petrobras lançará uma nova licitação para seu cluster Bahia Terra, disseram fontes próximas ao assunto à BNamericas.

O complexo, que compreende 28 campos terrestres na bacia do Recôncavo baiano, estava sendo negociado com um consórcio formado por Aguila Energia e Infra Construtora e Serviços, cuja oferta teria ultrapassado US$ 1,5 bilhão.

No entanto, as empresas não apresentaram as garantias financeiras exigidas pela Petrobras no processo de desinvestimento.

Uma das fontes ouvidas pela BNamericas disse que isso se tornou um problema crônico nas licitações da Petrobras, já que a “burocracia excessiva” impede que ela se aproxime diretamente de outras grandes petroleiras.

“Por sua vez, favorece uma suposta concorrência, mas quem acaba fazendo as ‘melhores ofertas’ são as pequenas empresas ou greenfields, que não têm nem capacidade financeira para licitar. Uma vez declarada vencedora, eles vão ao mercado em busca de financiamento, seja abordando as grandes petroleiras ou fundos que não entendem a operação, e acabam trazendo risco desnecessário para a indústria com seu capital especulativo”, disse a fonte.

Tanto a Petrobras quanto a Aguila Energia se recusaram a comentar o assunto quando contatadas pela BNamericas.

A produção média da Bahia Terra entre janeiro e agosto de 2020, quando foi publicado o teaser de desinvestimento, foi de 14,3 mil b/d de óleo e 642 mil m³/d de gás natural.

DESINVESTIMENTO NO ESPÍRITO SANTO

Na terça-feira, o conselho da Petrobras aprovou a venda do polo Norte Capixaba para a Seacrest Petróleo SPE Norte Capixaba, subsidiária integral da Seacrest Exploração e Produção de Petróleo.

O valor da transação é de até US$ 544 milhões, dependendo das condições previamente acordadas entre as empresas.

Localizado na bacia do Espírito Santo, o polo Norte Capixaba compreende os campos terrestres de Cancã, Fazenda Alegre, Fazenda São Rafael e Fazenda Santa Luzia, além do terminal Norte Capixaba e das instalações de produção no ring fence das concessões.

Sua produção média em 2021 foi de cerca de 6 mil b/d de óleo e 52,2 mil m³/d de gás natural. A Petrobras é a operadora desses campos, com 100% de participação.

A Seacrest é parceira da Karavan Oil no polo Cricaré, que inclui 27 campos terrestres na bacia do Espírito Santo, e cuja aquisição foi concluída no final de 2021.