Siderúrgicas vão elevar preços entre 10% e 15% com retirada de descontos concedidos no final do ano

FONTE: Valor Econômico

ArcelorMittal, Usiminas, Gerdau e CSN vão retirar os descontos do aço que concederam a clientes entre novembro e dezembro de 2021

As siderúrgicas fabricantes de aços planos no país — ArcelorMittal, Usiminas, Gerdau e CSN — estão reajustando os preços do aço a partir deste mês com a retirada de descontos que concederam a clientes entre novembro e dezembro de 2021.

Os descontos, de até 15%, foram necessários porque a oferta de produtos siderúrgicos planos, incluindo material importado, superou a demanda do mercado local, criando uma forte competição, explicou uma fonte do setor ao Valor.

Nesta terça-feira (14), a Usiminas vai ajustar, para cima, seus preços entre 5% e 10% para o mercado da distribuição, empresas que movimentam expressivo volume mensal de aço plano. Uma parcela ficará para uma segunda etapa.

ArcelorMittal e Gerdau já comunicaram decisão semelhante aos seus clientes da rede de distribuição. A próxima a seguir o mesmo caminho deve ser a CSN.

O último grande aumento aplicado aos preços pelas usinas ocorreu entre julho e agosto, na faixa de 10% a 15%. Desde então, o ritmo de produção local mais a forte entrada de aço importado, aliados à acomodação da demanda interna, principalmente no quatro trimestre, criaram uma barreira para reajustes.

O movimento de agora, segundo fontes, é decorrente da alta de dois ingredientes cruciais na siderurgia: o carvão e o minério de ferro. Os preços do minério já beiram US$ 150 a tonelada, depois do recuo que o levou a US$ 94 alguns meses atrás.

Com isso, os preços do aço no exterior subiram a partir do início deste ano. Na China, a tonelada da bobina a quente, material de referência, chegou a ganhar US$ 100, ficando acima de US$ 800 a tonelada.

As siderúrgicas no Brasil também trabalham neste início de ano nos reajustes do aço vendido diretamente à montadoras de automóveis. Os aumentos para o setor são anuais e divididos em duas etapas: um grupo de fabricantes em janeiro e o outro em abril.

Os acordos já firmados, segundo informou o presidente da Usiminas, Sérgio Leite, ao Valor, tiveram aumentos entre 60% e 70% sobre os preços de uma ano atrás.