Empresas brasileiras planejam R$ 26 bi para hidrogênio verde no Ceará
FONTE: EPBR
Projetos incluem complexo de geração de energia solar fotovoltaica, parque eólico offshore e planta de eletrólise no Porto do Pecém
As empresas brasileiras BI Energia, Cactus Energia Verde e Uruquê Energias Renováveis assinaram nesta segunda (7/2) memorandos de entendimento para desenvolver projetos relacionados à produção de hidrogênio verde (H2V) no Ceará.
Estão previstos investimentos de mais de R$ 26 bilhões para construção de três projetos: um complexo de geração de energia solar fotovoltaica, um parque um eólico offshore e uma planta de eletrólise no futuro hub de hidrogênio verde na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Porto do Pecém.
A planta de H2V será construída pela Cactus a partir de 2023 e terá capacidade para produzir 10.500 toneladas de hidrogênio e 5.250 toneladas de oxigênio verdes por mês.
Este é o 15º memorando de entendimento para projetos de H2V assinado com o governo cearense.
É uma grande estratégia que o Ceará tem partido na frente. O maior objetivo de tudo isso é gerar oportunidade. Fazer com que nosso estado possa crescer, se desenvolver e gerar empregos”, afirma o governador Camilo Santana (PT).
A planta de hidrogênio verde vai utilizar 3,6 GW de energia renovável, que virão dos outros dois projetos.
O complexo solar fotovoltaico no Vale do Jaguaribe, com capacidade de 2,4 GW, será construído pela Uruquê. Já o parque eólico offshore da BI Energia terá capacidade de 1,2 GW de energia, no litoral de Camocim — o parque está em licenciamento.
“Temos uma empresa genuinamente cearense. [Com integração da] BI Energia, de produção de energia, com a Cactus, de produção de H2V. Isso mostra que as oportunidades criadas não são só para estrangeiros”, destaca Maia Junior, secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará.
Investimento internacional
“Essa semana tive um contato com um canadense que representa um dos maiores fundos de investimentos em energias renováveis e ouvi uma frase muito interessante dizendo que o Ceará ‘vai ser a Opep das energias renováveis e limpas’”, comenta Luis Eugenio Pontes, CEO da Cactus Energia Verde e presidente da Uruquê.
O executivo faz referência à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), cartel que concentra os maiores produtores de combustível fóssil do mundo, para dimensionar o que acredita ser o potencial do Ceará no mercado mundial das energias renováveis.
De fato, o futuro hub de hidrogênio do Ceará já atrai a atenção de grandes empresas de energia estrangeiras com atuação no Brasil.
Em dezembro do ano passado, a estadunidense AES, por meio da AES Brasil, anunciou que espera investir US$ 2 bi na produção de H2V no estado.
Antes dela, a francesa TotalEren, sociedade entre a TotalEnergies e o grupo Eren, confirmou seu interesse em integrar o hub de hidrogênio no Pecém, conforme antecipou à epbr.
A expectativa é que todo o combustível verde produzido no Ceará seja exportado para a Europa para atender à demanda de energia renovável impulsionada pela adoção de veículos elétricos no continente.
Memorandos de H2V assinados com o Ceará
- Enegix Energy
- White Martins/Linde
- Qair
- Fortescue
- Neonergia
- Eneva
- Diferencial
- Hytron
- H2Helium
- Engie
- Transhydrogen Alliance
- EDP
- Total Eren
- AES
- Cactus Energia Verde