Setor elétrico precisa de R$ 23,9 bi em transmissão, diz ONS
FONTE: Valor Econômic0
Desse total, R$ 16,3 bilhões correspondem a novas obras até 2026
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê que o setor elétrico vai demandar R$ 23,9 bilhões em investimentos no segmento de transmissão até 2026. Desse total, R$ 16,3 bilhões correspondem a novas obras.
Os dados constam no plano da operação elétrica de médio prazo do Sistema Interligado Nacional (SIN) e levam em consideração a projeção d
O valor previsto em investimentos inclui a necessidade de 7.951 quilômetros de novas linhas de transmissão, um crescimento de 4,3% em relação à rede existente e outorgada. Além disso, a estimativa também inclui mais de 20 mil megavoltampère (MVA) de acréscimo em capacidade de transformação em subestações, um crescimento de 4,5% em relação à potênci
Minas Gerais deve ser o Estado que vai receber o maior volume de investimentos no período, num total previsto de R$ 9,9 bilhões, seguido por Santa Catarina e São Paulo.
O ONS alerta que o crescimento da geração de energia renovável no país pode resultar em restrições de escoamento da energia gerada no Nordeste para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste nos próximos anos.
A previsão é que a capacidade instalada do sistema nacional crescerá dos 172,2 gigawatts (GW) registrados em dezembro de 2021 para 191,3 GW ao final de 2025. A maior expansão deverá vir de usinas de geração eólica e solar fotovoltaica, principalmente desta última. A projeção é que a fonte solar saia da atual participação de 2,6% na matriz elétrica para 4,8%, alcançando uma capacidade instalada de 9,2 GW até o fim de 2025. Com isso, a órgão estima que o Brasil tenha, até 2026, uma capacidade instalada de geração renovável de 52,4 GW.
“Esse exponencial crescimento da geração torna imprescindível o debate sobre o uso otimizado dos sistemas de transmissão dado o descompasso entre os prazos de construção de usinas e de linhas de transmissão”, aponta o ONS no documento.
Isso ocorre pois um projeto de transmissão leva em média sete anos desde a concepção no planejamento até a entrada em operação, enquanto uma usina de geração eólica ou fotovoltaica pode levar apenas dois anos para o início da operação.
De acordo com o estudo, a falta de sincronia entre a entrada dos projetos de transmissão e de geração pode levar a uma sobra de potência de 5,5 GW no Norte e Nordeste, que poderia ser exportada para outras regiões.
Uma das soluções propostas pelo órgão é a realização de leilões de capacidade remanescente do sistema de transmissão, nos quais os projetos vencedores serão aqueles que ofertarem a maior receita pelo uso da capacidade de escoamento remanescente da rede.
Segundo o ONS, um outro desafio do planejamento do setor tem sido o grande número de projetos de transmissão que entra em operação em datas diferentes das planejadas. A antecipação dos prazos pelos empreendedores tem aumentado nos últimos anos. Em 2021, somente até outubro, foram 109 empreendimentos que entraram em operação antes do previsto, o maior número desde 2010. A média de antecipação desses projetos foi de 13 meses.