ACORDO COM A AES VAI FAZER O CEARÁ DESENVOLVER PROJETO DE HIDROGÊNIO VERDE COMO MATRIZ ENERGÉTICA
FONTE: Petronotícias
A empresa AES está buscando novas tecnologias que ajudem os seus clientes na missão de acelerar a descarbonização. Com mais de 15 anos investindo em estudos e projetos de P&D no tema, a AES Brasil inicia seu posicionamento neste mercado assinando um memorando de entendimento com o governo do Ceará e outro com o Porto de Pecém para estudo de viabilidade de produção de hidrogênio (H2) verde. O hidrogênio verde é um vetor energético que entrou na mira do mercado na medida em que as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa se tornaram mais desafiadoras e seu custo vem se tornando competitivo devido ao impacto das energias renováveis. Para Ítalo Freitas, vice-presidente de Novos Negócios da AES América do Sul, “a tecnologia pode ser um dos caminhos para a descarbonização da economia, ajudando, principalmente, as grandes indústrias emissoras de carbono na sua missão de descarbonizar seus processos”.
O Brasil possui todas as características para ser líder global na produção e exportação de H2 verde e a AES Brasil está preparada para se destacar neste mercado. “O nosso portfólio, com 100% de energia renovável, com hidrelétricas e parques eólicos e solares, incrementado pela expertise da AES Corp em baterias, com a Fluence, atesta a nossa vocação para produzir hidrogênio totalmente verde”, explicou Clarissa Sadock (foto principal), CEO da AES Brasil. A empresa conta com a experiência e a expertise global da AES Corp. para construir e financiar obras desta magnitude, bem como tradição em projetos realizados em parceria. No norte do Chile, a empresa está realizando um estudo de viabilidade para o desenvolvimento de uma planta de amônia verde junto com um líder mundial de produção. Os estudos foram iniciados em fevereiro de 2021 e a companhia já determinou a localização específica para a planta, com a instalação de baterias. A expectativa é obter de 250 a 300 mil toneladas de amônia verde, com baixo carbono, para exportação e, também, transporte marítimo.
Luis Sarras, diretor de Hidrogênio Verde da AES América do Sul, ressaltando que o produto será exportado pelo porto de Pecém, afirma que no estudo de viabilidade no Ceará será verificarada a melhor configuração para o projeto. “Inicialmente, acreditamos que a produção será de ao menos 1 GW de energia renovável e até 500 mil toneladas de amônia verde por ano. Ainda é cedo para definirmos o investimento total desse projeto, mas é possível que esse valor alcance US﹩ 2 bilhões, no período de cinco anos. Porém, essas são estimativas preliminares, que serão verificadas em estudos”, disse. Como resultado dos vários estudos elaborados em âmbitos de P&D, com a intenção de desenvolver o mercado Brasileiro de Hidrogênio Verde em toda a sua cadeia, a AES Brasil lançou o e-book Ítalo Freitas,
A cadeia do H2 verde tem características especiais que exigem políticas públicas específicas para sua viabilização. O hidrogênio verde é um transportador e não uma fonte de energia, como o vento. Por isso precisa de uma cadeia de infraestrutura tanto na sua produção quanto na distribuição. “Ao contrário dos biocombustíveis, que podem ser misturados à gasolina ou ao diesel convencional, ou à energia renovável que pode ser injetada na rede elétrica, uma nova infraestrutura de H2 precisa ser criada e compatibilizada com a infraestrutura energética existente”, explica Ítalo Freitas.
As políticas internacionais indicam a necessidade de um conjunto de metas e ações complementares para a viabilização do hidrogênio verde. “É improvável que as políticas de incentivo, que se provaram bem-sucedidas para as energias renováveis, sejam suficientes para implantação de H2 no médio e longo prazos.” Alcançar as metas de longo prazo para 2050 representa uma transformação radical do todos os setores produtivos da economia e requer esforços claros e coordenados. “O objetivo central de uma política pública deve ser posicionar o Brasil como líder global na produção e exportação de H2 verde“, conclui. O desenvolvimento da indústria de hidrogênio verde no Brasil permitirá o aumento da pauta de exportações; o desenvolvimento de uma cadeia produtiva local e de mão-de-obra em atividades de alto valor agregado; a redução de custos para uso doméstico de H2 verde, tanto no armazenamento energético de longo prazo quanto para usos industriais e de transportes.