AES Brasil vai hibridizar hidrelétricas e eólicas com solar

FONTE: Brasil Energia

Empresa pede em janeiro primeiras outorgas para o parque eólico Alto Sertão II e para a UHE Água Vermelha

Já em janeiro, quando passa a valer a regulamentação da Aneel para usinas híbridas e associadas, a AES Brasil pretende pedir outorgas para incluir usinas solares fotovoltaicas em dois projetos existentes: o parque eólico Alto Sertão II, nos municípios de Caetité e Guanambi, na Bahia, de 386 MW, e na hidrelétrica Água Vermelha, de 1,3 GW, em Ouroeste (SP).

Segundo disse ao EnergiaHoje o diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da AES Brasil, Bernardo Sacic, no Alto Sertão II o pedido será para um parque solar de 700 MW, e em Água Vermelha para outro, de 122 MW, com a instalação de módulos fotovoltaicos em terreno da hidrelétrica.

A previsão é a de que os inícios das obras e da geração das novas usinas híbridas se deem ao longo de 2023.

Além desses dois projetos em usinas já em operação, ainda no primeiro semestre de 2022 o planejamento da geradora é pedir outorga também para incluir uma UFV de 500 MW no projeto do complexo eólico Cajuína, no Rio Grande do Norte, de 1,1 GW, com previsão de entrada em operação no segundo semestre de 2023.

No complexo eólico Tucano, na Bahia, de 580 MW, cuja transmissão foi energizada neste mês, há a previsão de incluir 500 MW de solar, mas o projeto ainda está sob estudo, sem previsão de pedido de outorga.

A AES tem um pipeline de usinas solares de 2 GW, sendo que deste total apenas uma em Arinos, Minas Gerais, de 378 MW, contemplará apenas a fonte solar. As demais, e outras potências que podem ser incluídas ao atual planejamento, devem seguir para complementar a geração eólica e hídrica.

Em hidrelétricas, a AES Brasil deve de início implantar as usinas solares em solo, já que a tecnologia de painéis flutuantes ainda não se mostra competitiva. De forma geral, na fase de transição a empresa deve tornar híbridos projetos existentes, mas em uma segunda etapa a ideia é já conceber os projetos de forma híbrida.

“Vamos estudar a hibridização em todas as 11 hidrelétricas do grupo e nos projetos eólicos, além de no longo prazo também para os nossos investimentos em hidrogênio verde”, diz Sacic.

“As usinas híbridas não representam economia apenas para o investidor, que economizará por usar o mesmo sistema de transmissão para as duas fontes, mas também para o consumidor, que terá uma energia mais barata”, completa o diretor.

Na sua percepção, a tendência é de todos os empreendedores aproveitarem a complementaridade da geração híbrida, o que provocará a queda no custo de geração. Segundo Sacic, a previsão é que o custo da geração solar caia em torno de R$ 15/MWh com o compartilhamento do sistema de conexão.