COM 20 ANOS NO BRASIL, EQUINOR PLANEJA CRESCER EM RENOVÁVEIS E PREPARA RETOMADA DE PEREGRINO

FONTE: Petronotícias

O Brasil oferece uma “combinação perfeita” de oportunidades de novos negócios nos setores de óleo, gás e energias renováveis. A opinião é da presidente da Equinor no país, Verônica Coelho, nossa entrevistada na série especial Perspectivas 2022. A companhia norueguesa completou 20 anos de atuação em território brasileiro, acumulando já vultosos US$ 11 bilhões em investimentos no mercado nacional. Para a próxima década, a petroleira pretende desembolsar pelo menos mais US$ 15 bilhões. Verônica lembra que em 2021, a Equinor tomou a decisão final de investimento para o campo de Bacalhau, na Bacia de Santos, e definiu o conceito de desenvolvimento do campo BM-C-33, na Bacia de Campos. Para o futuro, a executiva disse que a ideia é crescer em solar e eólica offshore, além de avançar em projetos de óleo e gás. “Em 2022, teremos a retomada da produção no campo de Peregrino e o início da Fase 2 do projeto, marcos muito importantes para nossa estratégia no país”, contou.

Como foi o ano de 2021 para você e sua empresa?

O ano de 2021 foi bastante desafiador para a sociedade de forma geral. Na Equinor, foi preciso adaptar muitas atividades e rever protocolos e cronogramas para que pudéssemos seguir operando de forma segura e responsável em meio a uma pandemia que atinge todo o mundo. Sabemos que a pandemia ainda não acabou, mas prevemos um futuro promissor, em que as restrições e os protocolos serão progressivamente reduzidos, e uma “nova normalidade” logo virá. A vacinação vem progredindo no Brasil, o que será fundamental para melhorar também as restrições em nosso ambiente de trabalho – onshore e offshore.

Em 2021, celebramos duas décadas de atuação da Equinor aqui no Brasil, um marco muito importante para a empresa. Ao longo de 20 anos de atuação em território brasileiro, a Equinor já investiu mais de US$ 11 bilhões no Brasil e espera investir mais US$ 15 bilhões até 2030. Desde que iniciamos nossa operação no país, cerca de R$ 3 bilhões em royalties foram pagos por meio dos projetos de Peregrino e Roncador e, atualmente, contamos com mais de mil profissionais, entre funcionários e contratados.

Neste ano tivemos também anúncios importantes da companhia no país: a decisão final de investimento para o campo de Bacalhau, na Bacia de Santos, que será o maior projeto do pré-sal brasileiro operado por uma empresa internacional, e a definição do conceito de desenvolvimento do campo BM-C-33, na Bacia de Campos, além de projetos em andamento em energia solar e eólica offshore. Reconhecemos que este tem sido um ano difícil para a organização do Brasil devido à paralisação da produção de Peregrino, mas também mostramos o quão resilientes estamos progredindo com a Fase II, Bacalhau e BM-C-33, amadurecendo oportunidades em energias renováveis.

O que sugere para o governo para melhorar a nossa economia e dar mais força aos setores de petróleo, gás e energia?

O Brasil tem uma oportunidade única de crescer como fornecedor global de energia. O potencial de volume offshore não descoberto do Brasil é de classe mundial e oferece oportunidades significativas para a indústria, conforme demonstrado por muitas das principais empresas que assumiram grandes posições nos últimos anos. O país tem grande potencial em energias renováveis, com oportunidades tanto em energia eólica offshore quanto em energia solar, e pode se beneficiar também dos abundantes recursos de gás natural que tem a oferecer. Com uma população de mais de 220 milhões de habitantes, o Brasil está entre os maiores mercados de energia e petroquímica do mundo.

Para nós, é importante que o país crie as condições necessárias para atrair investimentos e viabilizar a continuidade dos projetos, principalmente porque nossos projetos no Brasil competem com os demais projetos do portfólio global da Equinor. Investidores precisam de estrutura previsível, estável e respeito aos contratos, e avaliamos que o Brasil está progredindo no caminho certo. Vale ressaltar que a competitividade depende de regulamentação em diferentes áreas. Estamos acompanhando de perto os desenvolvimentos em todas as áreas e temos interesse em contribuir para onde possamos agregar valor.

Quais são as suas perspectivas e de sua empresa para 2022?

Com recursos significativos tanto em petróleo, gás quanto em energias renováveis, o Brasil é uma combinação perfeita para a Equinor, como uma ampla empresa de energia. Em renováveis, pretendemos crescer em solar e eólica offshore. Já em O&G, queremos seguir utilizando nossa ampla experiência offshore em tecnologias submarinas, na maior recuperação de petróleo (IOR) e em cadeias de valor de gás natural. Em 2022, teremos a retomada da produção no campo de Peregrino e o início da Fase 2 do projeto, marcos muito importantes para nossa estratégia no país.

Seguimos ampliando nossa presença no Brasil, desenvolvendo tecnologias e contribuindo para o crescimento da economia local, e continuamos em busca de oportunidades com valor competitivo, que contribuam para um portfólio robusto e de baixo carbono.