Grupo Cedro pretende ser o nº 4 em minério de ferro

FONTE: Valor Econômico

Plano de expansão de R$ 1 bilhão em três anos inclui os setores de geração de energia, imobiliário e do agronegócio

O Grupo Cedro, dono da Cedro Mineração, deu início a um programa de investimentos de três anos da ordem de R$ 1 bilhão. O projeto inclui aumento da produção de minério de ferro e entrada nos segmentos imobiliário, de energia e agronegócio. Os investimentos serão feitos com recursos próprios do grupo. O grupo emprega 1,8 mil pessoas e espera chegar a 8 mil até 2024.

O Grupo Cedro foi fundado no fim de 2017 pela família Kallas, de Minas Gerais, que detém 89% do capital, e outros cinco sócios. O grupo adquiriu a Mina do Gama, da Extrativa Mineral, em Nova Lima. Com investimento de R$ 150 milhões em tecnologias para melhorar a produtividade, ampliou a produção da mina de 1,3 milhão de toneladas no primeiro ano para 3,9 milhões de toneladas por ano.

Wanderley Santo, gerente-geral de operações da Cedro Mineração, disse que o grupo implantou um sistema de filtragem de 100% dos rejeitos, o que permitiu aumentar o índice de aproveitamento do minério de 35% a 40% para 60% a 65%. “O próximo passo será a instalação de uma planta de gravimetria, que vai aumentar o aproveitamento em mais 10% a 12%”, afirma Santo. O grupo também estuda usar o rejeito seco para produção de bloquetes para construção civil.

Santo disse que a produção é destinada principalmente para a indústria de ferro gusa. Entre 50% e 60% da produção é vendida para a Gerdau e o restante vai para Vale, CSN, Usiminas e outras. A receita do Grupo Cedro prevista para este ano é da ordem de R$ 2 bilhões, ante R$ 1,1 bilhão em 2020, o que representa um aumento de 82%.

Lucas Kallas, CEO da Cedro Mineração e presidente do conselho de administração do Grupo Cedro, disse que o grupo reinveste de 80% a 90% do que ganha nos projetos de expansão do grupo. A meta é ampliar a produção de 3,9 milhões para 12 milhões de toneladas por ano de minério de ferro até 2023, e para 15 milhões de toneladas por ano até 2026.

Para isso, o grupo aguarda o licenciamento de quatro minas, todas em Minas Gerais, disse Guilherme França, diretor de sustentabilidade do Grupo Cedro. O licenciamento em fase mais avançada é da Mina Cedro Mariana, que tem capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas de minério de ferro por ano. O investimento é estimado em R$ 150 milhões. Segundo França, a unidade deve entrar em operação no primeiro semestre do ano que vem, com geração de 250 empregos diretos.

Outras duas unidades – Patrimônio e Mina Dois Irmãos – têm capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas de minério de ferro por ano cada e ambas devem começar a operar no segundo semestre de 2023. O grupo aguarda ainda o licenciamento da unidade de Sapé, que tem capacidade para 3,5 milhões de toneladas por ano e tem previsão para começar a operar no primeiro semestre de 2023.

O grupo Cedro também investe no terminal ferroviário do Bação, em Itabirito (MG), que terá capacidade para transportar 8 milhões de toneladas de minério por ano. A expectativa é que o terminal entre em operação no segundo semestre do ano que vem.

“Estamos caminhando para ficar entre as quatro maiores empresas de mineração do país, chegando a 15 milhões de toneladas de produção por ano em 2026”, afirmou Kallas. Hoje, o grupo é o 11º no segmento de minério de ferro, segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM).

No setor imobiliário, o grupo vai construir em Nova Lima o Himalaya Town Center, que reúne cinco torres residenciais e comerciais, um shopping center a céu aberto e estacionamento para 1,8 mil veículos. As torres residenciais terão apartamentos de 3 e 4 quartos para públicos das classes A e B.

As torres comerciais incluem um hospital do Oncoclínicas e uma unidade da Universidade Fumec. A área construída soma 190 mil metros quadrados. O valor geral de vendas (VGV) é estimado em R$ 1,6 bilhão. “A ideia é fazer a construção sob medida e alugar para as empresas por 25 anos”, disse Kallas. O grupo avalia se vai contratar uma construtora para as obras ou se fará a construção por permuta.

Na área de agronegócio, o grupo mantém projetos nas áreas de grãos e pecuária. “É importante investir em diferentes áreas para dar sustentabilidade ao negócio. E as perspectivas do agronegócio são muito boas”, disse Kallas.

No oeste baiano, o grupo prevê investir R$ 670 milhões em sete anos no plantio irrigado de soja e milho e na criação de 20 mil cabeças de gado bovino em uma área de 52 mil hectares. O plantio começa em 2022. O grupo também adquiriu 5,3 mil hectares na Serra do Cabral (MG), com investimentos R$ 400 milhões para o plantio de cafés especiais. A previsão é colher 100 mil sacas de café especial por ano a partir de 2024.

Na área de energia, o grupo investiu R$ 100 milhões para instalar usinas de geração de energia fotovoltaica nos municípios mineiros de Iguatama, Lavras, São Gonçalo do Sapucaí e Sete Lagoas. Os parques vão gerar 16 megawatts (MW) de energia, com potencial para chegar a 31 MW no futuro.